Quarta-feira, 16 de abril de 2014 - 16h19
AMANDA PINHO
Jornal Beira do Rio
Publicado em 2013, o Dossiê intitulado Direito Humano à Educação na Amazônia: uma questão de justiça foi elaborado pela Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH), com o financiamento da Fundação Carlos Chagas, em parceria com militantes, pesquisadores, artistas e entidades de defesa de direitos, como o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará, a Associação das Casas Familiares Rurais, o Instituto Popular, o Grupo Homossexual do Pará, o fotógrafo Miguel Chikaoka, e a própria Universidade Federal do Pará.
"A Fundação Carlos Chagas fez um levantamento na Região Norte, considerando quais eram as entidades que tinham um histórico de defesa dos direitos, e nos convidou a participar do projeto que se chama ‘Norte de Saberes’ e engloba várias outras atividades, como a defesa das casas familiares rurais", explica Flávia Marçal, organizadora do dossiê, professora da Universidade Federal do Oeste do Pará e doutoranda em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
A professora afirma que o objetivo da publicação era conseguir reunir diversas discussões e reivindicações sobre os Direitos Humanos à Educação em um único documento, "nós sentíamos falta de um documento que pudesse reunir não só as características da educação na região, a partir dos movimentos sociais e dos pesquisadores que estão aqui, mas também que apresentasse propostas para a melhoria do nosso processo educativo".
A parceria entre UFPA e SDDH já é antiga. Há dois anos, a Universidade financiou o Sarau de Memórias, atividade desenvolvida pela Sociedade, que visou à recuperação de fotos antigas, além de reuniões em que antigos militantes contavam as histórias eternizadas nas fotografias.
Durante a realização do dossiê, a UFPA envolveu-se principalmente na divulgação do projeto, pela Rádio Web e pelo Portal de Notícias. "Em agosto de 2013, nós fizemos o lançamento da pesquisa em uma entrevista na Rádio Web. Em dezembro, nós tivemos o lançamento do livro, que também foi divulgado no site da Universidade", relembra Flávia.
Proposta nas escolas
A parceria com a Universidade foi fundamental. Os pesquisadores que contribuíram com artigos ao dossiê "foram extremamente receptivos, além de serem historicamente militantes em favor dos Direitos Humanos", conta Flávia Marçal. Entre os professores envolvidos, estão o professor Antônio Maués, conselheiro da SDDH, professor da UFPA e vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos; a professora Sandra Fonseca, vinculada à Faculdade de Serviço Social; e a professora Violeta Loureiro, que desenvolve o Projeto "Educação Básica, Direito Humano e Capital Social na Amazônia Paraense", financiado pela Capes e vinculado à UFPA, em parceria com a Ufopa.
Uma vez publicado, o projeto visa, agora, à distribuição do conteúdo em cursos de graduação e pós-graduação, tanto no Pará quanto em outros Estados, além da estruturação das informações apresentadas pelo dossiê, de modo mais sucinto e didático. "Nosso intuito é levar as propostas do dossiê para dentro das escolas, com foco na disseminação desses conteúdos e no alcance do maior número de pessoas na comunidade escolar e externa", afirma a professora. Ela ainda acrescenta que, "reconhecendo a relevância do tema e o respeito ao direito à informação e à educação", a SDDH optou por deixar o material disponível a pesquisadores e a demais interessados, para download gratuito, e na íntegra, pelo site da entidade. Quem estiver interessado em obter a versão impressa poderá adquirir o exemplar por R$ 40,00, na sede da SDDH.
A professora Flávia Marçal salienta que o dossiê não é um projeto isolado. Ele faz parte de um programa, o qual envolve outros dois projetos: "Memórias" e "Ações de Resistência". O "Memórias" visa resgatar as lembranças de militantes e estudiosos sobre a história da educação na Amazônia.
Já o "Ações de Resistência" objetiva a conscientização de programas pensados e executados por entidades genuinamente amazônidas, comprovando a expertise e o vasto conhecimento sobre as principais questões que envolvem a educação na Região Norte.
O foco da pesquisa é desmistificar o senso comum de que em nossa região não há a produção de novas tecnologias educacionais ou que estas só são efetivamente de qualidade quando geradas por pesquisadores ou entidade de outras regiões do País. Entre os locais visitados pelo "Ações de Resistência", estão Curro Velho, República de Emaús, Rádio Margarida e Unipop.
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