Quinta-feira, 12 de dezembro de 2013 - 14h30
MARA PARAGUASSU
De Brasília
Cada vez mais o parlamento brasileiro é conservador, com quase nenhuma representação de minorias e o sistema político é privado. A avaliação feita hoje (12) pela manhã pelo deputado federal Padre Ton (PT-RO), durante encontro entre movimentos sociais, organizações não-governamentais e parlamentares de outros países com a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, levou em conta especialmente a Câmara dos Deputados, descrita como a casa do empresariado - dos 513 assentos 350 são ocupados por grandes empresários.
“Indígenas não temos nenhum. Tivemos um deputado, o Mário Juruna, eleito em 1982, graças ao ex-senador Darcy Ribeiro e ao governador Leonel Brizola. Os negros são maioria no país, mas são poucos entre nós, e as mulheres têm uma representação no parlamento que não chega a 9%”, destacou Padre Ton, informando que cerca de 220 parlamentares se declaram ruralistas.
O conservadorismo religioso é marcado, segundo o deputado, pela presença de evangélicos de diferentes igrejas. “Os deputados evangélicos chegam a 70, e os católicos são uma bancada difusa porque a Igreja perdeu muito compromisso”, ressaltou.
No encontro, realizado no Centro de Convenções Internacional do Brasil, onde desde quarta-feira (11) ocorre o Fórum Mundial de Direitos Humanos, o deputado ressaltou a importância das Frentes, como a de Apoio aos Povos Indígenas.
“As Frentes mais importantes defendem temas que sofrem grandes pressões de grupos conservadores dentro da Câmara”, disse o deputado, explicando que a Frente de Defesa dos Direitos Humanos foi criada em razão da dissidência ocorrida com a eleição do pastor Marcos Feliciano para a presidência da CDHM que, com isso, perdeu sua legitimidade. A Frente organizou a divisão de temas - LGBT, povos tradicionais, indígenas, crianças e adolescentes etc. – para atuação de parlamentares identificados com cada um deles.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) destacou que o problema central do Brasil na questão dos direitos humanos é o país não ter feito “o luto do colonialismo, da escravidão e da ditadura”. “Com isso, vamos continuar tropeçando na Constituição Cidadã”, destacou, lembrando que apenas 0,08% dos brasileiros detém a maior parte das terras cultivadas no País.
Para o deputado Jean Willys (PSOL-RJ) há uma ação seletiva contra os direitos de pessoas vulneráveis, estigmatizadas, como os homossexuais e negros, graças “a um processo de difamação e desumanização das pessoas”. A mídia tem papel central nisso, segundo ele, citando a atuação de programas populares como o apresentado por Luiz Datena.
Antes da exposição dos parlamentares – presentes ainda os deputados Luiz Couto (PT-PB) e Chico Alencar (PSOL-RJ) – foi apresentado um vídeo com breve histórico da cisão ocorrida na CDHM, em março do ano passado, e as realizações da Frente de Defesa dos Direitos Humanos.
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