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Passeata dá o tom na campanha no interior acreano


 

Passeata dá o tom na campanha no interior acreano - Gente de Opinião
Jorge Viana, João Maia, André Maia e Edvaldo Magalhães: campanha em Quinari, sexta-feira à tarde /MONTEZUMA CRUZ



MONTEZUMA CRUZ
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SENADOR GUIOMARD, Acre – A pé, candidatos majoritários da Frente Popular caminharam pela Avenida Castelo Branco, a principal da cidade, conquistando uma calorosa recepção. A maioria dos 23 mil habitantes – 16,8 mil eleitores – ainda chama o lugar pelo antigo nome de Quinari. No comércio há produtos com a marca, entre os quais um refrigerante.

 

Abraços, beijos, sorrisos, apertos de mãos e conversa bem próxima. Sem comícios e outdoors, a campanha acreana entrou no ritmo da passeata e da carreata agora intensificadas na campanha. Juntas, elas permitem um intenso corpo a corpo com peso garantido para cativar o eleitorado.

 

Foi nesta cidade a 22 quilômetros de Rio Branco que o candidato ao governo estadual, Tião Viana, e ao Senado, Jorge Viana (ambos do PT) e Edvaldo Magalhães (PCdoB), perceberam ser bem melhor assim. Aclamados, eles caminharam cerca de um quilômetro. Numa única parada, agradeceram a presença do público e garantiram apoio à futura zona de processamento de exportações, que já possui 19 cartas de intenções, com perspectiva de criar pelo menos seis mil empregos diretos e indiretos.

 

O cenário agradou aos candidatos. O tempo todo eles acenavam para condutores de carros de frutas; do caminhão carregado de lenha; e dos pais de bebês transportados em carrinhos. Pais e mães também levavam filhos menores em bicicletas.

 

Acompanhando a marcha, o secretário estadual da Agricultura, Mauro Ribeiro, previu uma Quinari industrial a partir de 2011. Ao lado dele caminhavam assessores, vereadores, um ex-prefeito e populares. O porto-seco da futura Zona de Processamento de Exportações (ZPE) funcionará em setembro.

 

– Teremos empresas de diferentes setores. Uma delas é do ramo calçadista – ele disse ao repórter. Referiu-se à Exportadora Bom Retiro, a segunda maior do País, que possui uma unidade em Rio Branco.

 

Os carros andaram devagar, intercalados entre a multidão calculada em cerca de 1 mil pessoas. O locutor Washington Aquino saudou a “população maravilhosa” e a “receptividade fantástica”. Em seguida, pediu a liberação de uma pista da avenida. No meio da música de campanha, ele deu vivas à “presidente do Brasil, Dilma Roussef”:

 

– Tião Viana, o nosso governador. Jorge Viana e Edvaldo Magalhães, nossos senadores. A força do Acre vem dessa união! A Frente Popular abraça de coração a querida Quinari! – disse, entusiasmado.

 

O secretário estadual da Agricultura, Mauro Ribeiro, resumiu a expectativa da população em relação aos candidatos da Frente Popular:

 

– Com a ZPE e a Rodovia do Pacífico, o futuro do Quinari está desenhado. Ninguém segura mais esta cidade.

 


André quer continuar a luta de João Maia
em defesa dos movimentos sociais

SENADOR GUIOMARD – À frente da passeata seguida de carreata militantes e simpatizantes do odontólogo André Luís Tavares Maia erguiam bandeiras. Aplausos para ambos, gritos, assobios, motivavam o novo estilo da corrida ao voto.

André Maia, 31 anos, é também gestor público formado pela Uninorte. Ele ainda era garoto nos anos 1980 quando seu pai, o sindicalista João Maia, fazia avançar o sindicalismo rural no Acre, nascido no final da década de 1970. Trouxe para Amazônia Ocidental a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), da qual foi delegado. Atuava também no antigo Território Federal de Rondônia, que na época recebia migrantes do sul e sudeste do País e onde os problemas fundiários faziam mortos e feridos.

Ex-secretário de saúde municipal no Quinari, André aumentou o círculo de amizades e disputa pela primeira vez uma vaga na Assembléia Legislativa. Das lembranças da infância com o pai, um dos fundadores do PT acreano, ele guarda uma foto na qual aparece nos braços do então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva.

– Quero dar continuidade ao trabalho político do meu pai, apoiando movimentos e sindicatos que ele ajudou a criar e ajudando o governo de Tião Viana a desenvolver o Acre de forma sustentável – disse. O slogan da campanha de André “Nossa luta se renova” justifica-se pelo envolvimento da juventude petista representada pelo presidente afastado do PT, Léo Brito, 31, e do vereador Gabriel Forneck, 26, ambos nascidos dentro do partido. Brito concorre à Câmara dos Deputados.

A presença da família na passeata tornou mais alegre o semblante de André, que normalmente transmite serenidade e confiança. Ao lado dele caminhavam sua mãe, a assistente social Clêce Maia e os irmãos Rafael e Adriana. João Maia ocupou a linha de frente, com os candidatos ao governo e ao Senado. Reconhecido por jovens e adultos, ganhava abraços e efusivos cumprimentos. O homem que fortaleceu o sindicalismo rural com Wilson Pinheiro em Brasiléia e Chico Mendes em Xapuri é parte da história viva do Acre.  A convite da FP acompanhei a passeata-carreata e me emocionei: João Maia sofreu um AVC há alguns anos, mas percebe tudo, ouve bem, só não nos dá a alegria de ouvi-lo. Mas vê-lo apoiando o filho emociona aos que o conheceram na defesa de posseiros e seringueiros na Amazônia Ocidental, há mais de 30 anos. (M.C.)
 


 

Passeata dá o tom na campanha no interior acreano - Gente de Opinião
A conquista do eleitor e do voto, porta a porta: tão importante ou mais que a aparição na TV e a voz no rádio


 


Força da militância jovem na campanha

SENADOR GUIOMARD – A internet e seus velozes mecanismos de comunicação com som e imagem muito auxiliam o novo ritmo de campanha, mas são pessoas-chave que garantem o velho “caldo”, sem o qual tudo perde a graça, e até o voto. Pelo menos no Acre tem sido assim: alto-falantes nas ruas, propaganda na rede de computadores, mas o “olho no olho” nas ruas e nas casas é indispensável para a multiplicação do voto.

É nítida essa percepção, quando se vê o ex-governador Jorge Viana se desgrudar da linha de frente na passeata para atravessar a rua e cumprimentar um popular na calçada. Fez isso algumas vezes na sexta-feira.

A retaguarda abastece o colorido da campanha. Na casa da dirigente e sempre militante ambientalista Julia Feitoza, por exemplo, a bandeira da segunda eleição presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva cobre a velha máquina de costura Singer, fabricada no século passado. Ao lado, caixas de papelão guardam panfletos do candidato André Maia, tinta e objetos que imprimem as bandeiras simples, mas vistosas do candidato dono do número 13000 que conquistou no sorteio do Tribunal Eleitoral.

– É bandeira do André? Eu quero – pediu a jovem, perto do Estádio Nabor Junior, ponto de concentração da militância. Rapazes e moças foram chegando e pegando as suas bandeiras, que logo em seguida tremulavam ao vento, formando um cenário festivo protagonizado pela juventude do Quinari. (M.C.)

 

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Atrás da passeata, a carreata no Quinari: caminhonete com simpatizantes do PCdoB


 

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