AMAZÔNIAS
Embrapa/Daniel Medeiros
Profissionais da Embrapa de diferentes Estados do Brasil estarão reunidos na pŕoxima semana em Vilhena, Rondônia, para discutir a situação atual e as perspectivas das pesquisas em integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). A tecnologia propõe a diversificação de atividades em propriedades rurais e oferece alternativas para a recuperação sustentável de pastagens degradadas, evitando a abertura de novas áreas de floresta.
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Pesquisador mostra experimento de iLPF durante evento em Vilhena - Foto: Daniel Medeiros
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Experimentos com iLPF são realizados em todo o país e no evento os pesquisadores poderão trocar informações, avaliar o que já foi feito e planejar as etapas seguintes do projeto. Além dos pesquisadores da Embrapa Rondônia, apresentam resultados de pesquisa profissionais da Embrapa Amazônia Oriental (PA), Embrapa Amazônia Ocidental (AM), Embrapa Roraima (RR), Embrapa Amapá (AP), Embrapa Acre (AC), Embrapa Arroz e Feijão (GO) e Embrapa Informática Agropecuária, de Campinas (SP).
Em Rondônia, desde 2007 são realizadas pesquisas nos campos experimentais da Embrapa Rondônia localizados na capital, Porto Velho, e no Cone Sul do Estado, em Vilhena. As duas áreas foram escolhidas por estarem localizadas em dois diferentes biomas, Amazônia e Cerrado. Vilhena, na divisa com o Mato Grosso, é um município com grande aptidão agrícola, responsável por boa parte dos 123 mil hectares de soja plantados no Estado nesta safra. Porto Velho, por sua vez, tem a pecuária como importante atividade econômica.
A primeira unidade de observação do Projeto iLPF em Rondônia foi instalada em Vilhena, em uma área de 27 hectares. A prioridade foi a realização de avaliações agronômicas e de custo. O resultado mais animador foi obtido com a cultura da soja. Na safra 2008/2009, a área cultivada com soja BRS Valiosa RR rendeu 3.666 kg/ha, o que cobriu o custo total por hectare de R$ 1.999,49 e proporcionou lucro.
Paralelamente ao trabalho realizado na área de Cerrado, foi instalada uma unidade de observação no extremo Norte do Estado, no Campo Experimental de Porto Velho, área tradicionalmente utilizada para pesquisas com gado leiteiro. Foram selecionados 10 hectares de pastagem degradada para a introdução de arroz e soja. Foram colhidos 3.600 kg/ha de arroz BRS Sertaneja, cultivar desenvolvida pela Embrapa, suficientes para pagar o custo de produção e ainda gerar R$ 500 de lucro por hectare.
Recuperação de Pastagens
Os experimentos já realizados pela Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mostram que uma das importantes funções da iLPF é viabilizar a recuperação de pastagens. O custo de preparo e fertilização do solo são amortizados com a venda de grãos cultivados na área, por exemplo. Após a colheita, é possível plantar uma forrageira ou fazer consórcio de milho e capim.
"Nós temos na Amazônia, como no resto do Brasil, áreas muito extensas de pastagens degradadas. A cultura do grão passa a ser uma ferramenta para viabilizar a recuperação dessas pastagens.", explica o líder no Projeto na Região Norte, Paulo Campos Christo Fernandes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental que apresenta no evento resultados de pesquisas realizadas no Pará. "A filosofia, a proposta da Embrapa, é o desmatamento zero. Queremos agir apenas em áreas alteradas, recuperar essas áreas pouco produtivas e torná-las mais produtivas, sem a necessidade de abrir novas áreas", enfatiza o pesquisador.
Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)