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Amazônias

Povo Tupari até hoje fala sua língua


JOÃO CARLOS GOMES (*)
E AMAZÔNIAS
De Ji-Paraná (RO)

 

Os acadêmicos Isaías Tupari da Aldeia Colorado e Raul Tupari, da Aldeia Trindade, Terra Indígena Rio Branco, no município de Alta Floresta do Oeste (Zona da Mata de Rondônia), também fazem parte da Licenciatura em Educação Básica Intercultural da Universidade Federal de Rondônia e pesquisam, desde o ano passado, a cultura do Povo Tupari.

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Isaías Tupari: a importância do resgate histório tupari e a valorização da língua são destaques na pesquisa /BLOG POVOS INDÍGENAS DE RONDÔNIA

 

Os Tupari devem a primeira experiência com os não indígenas a partir de 1948 por meio do etnólogo suíço Franz Caspar, que passou nove meses com índios nas florestas de Rondônia na década de 1940. Foi um dos primeiros contatos com o Povo Tupari.

 

Setenta anos depois da primeira visita, os mesmos índios já estão convivendo com os não índios e buscam manter sua cultura e aprender a respeito da cultura da sociedade não indígena.

 

Segundo Isaías, antigamente os Tupari não gostavam de beber água pura. Utilizava como prática tomar bebida feita de milho, aipim, ou inhame, fresca ou fermentada, tanto nas festas frequentes como nos dias comuns. “Bebiam chicha (tipo de cerveja feita de banana da terra, ou de fritar).”.

 

Já o acadêmico Raul Tupari comenta que as bebidas são produzidas pelas mulheres e colocadas em grandes potes. Segundo ele, os homens cultivam o milho para a elaboração das bebidas e colocam num pote, à disposição de cada companheiro, para ser consumida nas festas da comunidade.

 

Raul e Isaías contam que nas festas enchem um pote com uma cuia, oferecendo-a aos convidados. A pessoa responsável pelo pote deve cuidar da bebida até consumir e cuidar do pote até acabar.

 

Já as mulheres Tupari também fazem uma festa feminina, na qual também é oferecida a bebida para ser consumida entre elas, em primeiro lugar. Meninas Tupari antigamente imitavam a festa das mulheres, usando pequenos potes de vinho fresco de palmeira, oferecendo-o umas às outras.

 

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Mulheres tupari fazem festa feminina, na qual também oferecem chicha

Outro fato importante são as comidas típicas: durante as festas, os Tupari alimentam-se de macaco moqueado, pupa de bicudo (larvas do coqueiro), lagarto e outras comidas da Floresta Amazônica.

 
 

População Tupari

 

A população dos Tupari chegou ser estimada em aproximadamente três mil indivíduos no início do século. Todavia, hoje são cerca de 550 índios vivendo na terra indígena Rio Branco que lutam pela revitalização da cultura.

 

O Povo Tupari considera importante a preservação da língua que tem origem no troco linguístico Tupi. Segundo os acadêmicos Isaías e Raul, até hoje a língua Tupari é falada e trabalhada nas escolas da Terra Indígena Rio Branco, em Rondônia.

 

 

 (*) Docente e Pesquisador da Universidade Federal de Rondônia, no Departamento de Educação Intercultural (Deinter), Campus Ji-Paraná. Texto original do blog Povos Indígenas de Rondônia.

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