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Quinze anos após o massacre, Corumbiara sofre mais repressão


 

Quinze anos após o massacre, Corumbiara sofre mais repressão - Gente de Opinião
Pms estariam fazendo levantamento para facilitar interdito proibitório e evitar a ocupação de outras fazendas no Cone Sul /ARQUIVO

 
 

EPAMINONDAS HENK
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CORUMBIARA e PORTO VELHO, Rondônia – Não parece nem um pouco séria a atitude de policiais militares mandados para o acampamento da Fazenda Santa Elina no dia 17 para manobras intimidatórias contra camponeses que retomaram a área em 25 de julho deste ano.

 

Oficialmente, a missão deles seria fazer o levantamento da área para uma possível ação de despejo e notificar o interdito proibitório concedido dia cinco deste mês pela juíza da 2ª Vara Cível de Vilhena, Sandra Betriz Merenda. Em nota divulgada hoje, a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia e da Amazônia Ocidental, e o Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina (Codevise) denunciaram:

 

– O interdito proibitório é um instrumento jurídico que funciona para justificar ações abusivas da polícia contra os camponeses e o povo da região, a fim de impedir outras fazendas sejam ocupadas. 

 

Em Chupinguaia soube-se que cerca de 60 Pms chegaram e se dirigiram a uma fazenda da região para supostamente fazer “treinamentos”.

 

Quinze anos após a chacina ocorrida na madrugada de nove de agosto de 1995, o Codevise afirma que as promessas de indenização às famílias até hoje não foram cumpridas, tampouco houve punição para os autores do ataque às famílias acampadas numa parte do latifúndio.

 

– Depois da enrolação de Lula, em ano eleitoral o PT e suas entidades governistas querem novamente usar o nome e o sangue das vítimas na suja disputa por votos. Enquanto continuam a fazer promessas, espalham o medo, boatos e incentivam a repressão contra a justa luta das vítimas – acusa a nota da entidade.

 

Outros trechos da nota:

 

– Por tudo isso, cansamos de esperar e retomamos a fazenda apesar de todas as dificuldades, ameaças e perseguições. E uma vez mais, reafirmamos que nós, vítimas de Santa Elina e demais camponeses que desde o dia 25 de julho estamos acampados nessa fazenda estamos dispostos a resistir a qualquer tentativa de despejo.

 

– Essa terra é nossa, está regada com o nosso sangue e o de nossos familiares. Retomamos essa terra e dela não vamos mais sair, aqui vamos cortar os lotes, distribuir para as vítimas de Santa Elina e demais famílias de camponeses pobres. Nessa terra vamos trabalhar, viver com dignidade e construir um novo futuro para nossos filhos.

 

Conclamamos a todos camponeses, trabalhadores em geral, comerciantes, estudantes, intelectuais honestos, pessoas e movimentos democráticos em todo o País, para defender e apoiar honestamente as famílias acampadas na Fazenda Santa Elina contra qualquer tentativa de repressão.

 

Pelo corte imediato da fazenda Santa Elina! O povo quer terra, e não repressão!


 

 

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