Quarta-feira, 4 de agosto de 2010 - 15h48
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Rivasplata explica um de seus quadros aos deputados federais Fernando Melo e Nilson Mourão, ambos do Acre /PITER LUCENA |
MONTEZUMA CRUZ e
PITER LUCENA
Amazônias
BRASÍLIA – Até a próxima sexta-feira, quem passar pela galeria de exposições da Câmara dos Deputados conhecerá Imagens da Revolução Acreana,de autoria do artista plástico Jorge Rivasplata de la Cruz. Das 50 telas que compõem o seu acervo constituído pelos estilos realismo, hiper-realismo, abstrato e impressionismo, 20 estão nessa mostra aberta oficialmente na terça-feira.
A galeria da Câmara é também conhecida por “Túnel do Tempo” e por ela transitam diariamente cerca de cinco mil pessoas. Satisfeito com a repercussão do evento, Rivasplata anunciou um presente ao Governo Federal: doará ao Panteão dos Heróis da Pátria um quadro medindo 1,80m x 1,40m, mostrando o revolucionário Plácido de Castro num cavalo.
A exposição retrata parte da história do conflito armado entre Brasil e Bolívia, no início do século passado, pelo domínio de terras que hoje pertencem ao Acre. Os quadros apresentam fatos e personagens da história do Acre. São obras originais, emolduradas em madeira de lei, entalhadas a mão, com dimensão de um 1,45m x 1,95m.
Crianças e jovens
O artista avança na consolidação de um projeto governamental no Acre, aliando a Escola de Artes dele ao Museu Histórico, Artístico e de Integração Cultural. Tudo deverá funcionar a todo vapor, a partir de 2011, ele espera.
– No ano que vem, a História da Revolução Acreana entrará na grade curricular das escolas. Com isso, espero oferecer o máximo possível do trabalho que planejamos, em benefício da criança e do jovem. Eles precisam despertar para o conhecimento do passado desta rica região – disse.
Rivasplata mora desde 1985 em Rio Branco. É um sul-americano por excelência, conhecedor dos costumes e das tradições de seu povo. Nasceu em Guadalupe, na Província de Pacamayo, no Peru, mas estudou e passou muitos anos no Beni, Amazônia Boliviana, de onde saiu para a capital acreana.
Apoio da bancada
Já participou de mais de uma centena de exposições individuais e coletivas em vários países. Fundou, juntamente com outros artistas, associações de artistas plásticos em Rio Branco, Trinidad, Cobija e Riberalta. Assim, por meio de parcerias, conseguiu a outorga de bolsas para estudantes em artes plásticas na Universidade de Cuzco.
Mostrando-se grato às emendas parlamentares dos deputados Fernando Melo e Nilson Mourão, ambos do PT-AC, ele também cumprimentou a Bancada Acreana pelo comprometimento com outras emendas que possibilitarão consolidar o projeto.
– Já temos terreno, próximo à Arena da Floresta. No dia 13 nos reuniremos com o senador Tião Viana (PT-AC) para reivindicar a ampliação do espaço. Também pretendemos desenvolver atividades no Anexo da Ufac (Colégio de Aplicação), no centro de Rio Branco.
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Estão na galeria da Câmara 20 obras do artista plástico nascido peruano, com passagem pela Amazônia Boliviana e acreano por adoção |
Um amazônida das artes
BRASÍLIA – Rivasplata é pintor, escultor, caricaturista, entalhador, ceramista, desenhista, professor de artes plásticas em sua própria Escola de Artes Rivasplata, em Rio Branco. Multifacetado artista, ele é considerado um amazônida das artes.
Não apenas pela prodigiosa qualidade de sua obra, o que ajudou a elevar o Acre à condição de Estado produtor de cultura plástica genuinamente regional, amazônica, cabocla e eclética. O que ressalta na obra do artista é sua condição de homem universal, cidadão do mundo; na condição de andino, adentrou com profundidade a alma acreana. Um homem que não apenas defende, mas vive, de fato, a integração, antevendo o futuro irmanado que deverá marcar o futuro do continente latino-americano.
De família humilde, ainda jovem despertou para a pintura, tendo recebido um prêmio aos 14 anos, mas somente aos 47 conseguiu abraçar definitivamente as artes plásticas. Anos depois conheceu o Acre, se apaixonou e os acreanos o receberam de braços abertos, motivo do seu eterno entusiasmo, de sua trepidante atividade.
Rivaplata é, definitivamente, um homem apaixonado pela terra de Galvez e Plácido de Castro, ambos sobejamente retratados pelo mestre, talvez a sua melhor especialidade.Sua formação acadêmica sofreu influência americana, peruana, boliviana e brasileira. Recebeu varias condecorações, diplomas de honra ao mérito e certificados de várias instituições, em reconhecimento pelos inestimáveis serviços prestados à cultura regional.
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