Segunda-feira, 27 de abril de 2015 - 12h09
É tempo de plantio e de colheita de mandioca. Rondônia, o 12º produtor nacional, vai muito bem na estatística da agricultura familiar, pois obteve 545,4 mil toneladas de raízes no ano passado e movimentou R$ 127,02 milhões no mercado consumidor, superando quatro a cinco vezes os valores obtidos por hortaliças, arroz e feijão.
No cômputo nacional das safras rondonienses, a mandioca está à da frente da soja (14º), milho e feijão (18º) e banana (19º), conforme os dados do Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A safra brasileira de 2014 alcançou 23 milhões de toneladas, com percentual 10% superior à de 2013.
Os intermediários (atravessadores) ainda adquirem o produto na roça a preços irrisórios, queixou-se o engenheiro agrônomo José Edny de Lima Barros, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO).
Segundo ele, para diminuir o impacto financeiro e manter o fornecimento às cidades, produtores emprestam carros de vizinhos, em regime de ajuda mútua.
Atualmente, os produtores recebem R$ 2 pelo quilo de mandioca mansa, o que significa R$ 2 mil a tonelada dessa tuberosa rica em hidratos de carbono (carboidratos) e cujas folhas têm altíssimo teor de proteínas, minerais e vitaminas essenciais ao corpo humano. Eles ainda enfrentam dificuldades para escoar a safra.
O goiano Sebastião Vercílio Costa paga frete de R$ 100 por viagem, no transporte de 20 sacos de macaxeira da Linha 21 para plantadores do Setor Chacareiro. “Parece fácil conseguir uma tonelada, mas a cidade desconhece a nossa realidade, por estradas barrentas e sem cascalho”, reclama. Costa fornece aos chacareiros compostagem e adubo orgânico feitos com bagaço de cana, caroço de açaí, palha de milho e serragem.
Sebastião Bernardo da Silva, maranhense, plantou mais de 500 pés e colherá a produção dentro de seis meses, em parceria com um empresário da capital. Ele acredita na fertilidade do solo, pois não usou alinhamento e optou pelo consorciamento de feijão de corda entre os pés de mandioca, num sistema quase semelhante à agrofloresta. “Tem que render igual”, prevê com otimismo.
Com a estiagem que atingiu as regiões norte e nordeste do Brasil em 2013, o preço da tonelada passou de R$ 300 para R$ 600 em oito meses, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca. No biênio 2012-2013, em Rondônia, os mandiocais cresceram 13%. “A oferta já é boa, não há indicativo de crescimento mais expressivo, porém, as portas da Emater continuam abertas para apoiar pequenos produtores”, diz o agrônomo. Antiga reivindicação do setor, o preço mínimo da tonelada só pode ser definido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O estado cultivava 25,6 mil hectares em 2014, quando obteve 545,4 mil ton de raízes; em 2010 obteve 505 mil ton; subiu para 513,5 mil ton em 2011 e 588,3 mil em 2012; baixou para 446,5 mil ton em 2013 e tornou a subir em 2014: 540,8 mil.
O município de Porto Velho lidera a produção de raízes, com cinco mil hectares, seguido de Machadinho do Oeste, Candeias do Jamari, Buritis, Cacoal e Nova Mamoré. O plantio é feito normalmente nos meses de outubro, novembro e dezembro, mas é comum ocorrer também na estação das águas, em janeiro e fevereiro.
Mais de 95% dos agricultores familiares utilizam tecnologia simples, dispensando adubação. “Até solos de baixa fertilidade natural rendem muito bem; dois centímetros de cova são suficientes para a pessoa plantar, capinar e colher”, observa José Edny.
20 TONELADAS POR HECTARE
A Emater atende a 10,8 mil famílias que perfazem 50% a 60% dos produtores estaduais. No ano passado, em 10,8 mil hectares, eles colheram 216,2 mil toneladas de mandioca, com rendimento médio de 20 ton/ha.
Para facilitar e melhorar as vendas em supermercados, produtores de Cacoal enviam para Porto Velho mandioca descascada, embalada em sacos plásticos, ao preço de R$ 5 o quilo.
A produção atende à demanda rondoniense, explica o agrônomo. “Três quilos de macaxeira rendem um quilo de farinha, e um estabelecimento na esquina das ruas Brasília e Dom Pedro II já fabrica pães com adição da fécula (polvilho) da mandioca”, assinala.
Existem diversas torrefações de farinha, porém, a fécula é raridade na região norte brasileira. Manaus, por exemplo, adquire mais de 80 mil ton/ano de indústrias desse produto no Paraná. A única fecularia amazônica (Amazon Amidos) situa-se em Moju, perto de Belém (PA).
Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Ésio Mendes
Decom - Governo de Rondônia
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