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Amazônias

Rondônia perde dois heróis da floresta


ASSESSORIA SINDSBOR
De Porto Velho

 

A categoria dos Soldados da Borracha e Seringueiros de Rondônia perdeu nos últimos meses dois bravos combatentes do exército da borracha, contingente de trabalhadores conhecido como Soldados da Borracha, criado pelo governo de Getúlio Dornelles Vargas no início da década de 1940 para trabalharem no esforço de guerra fornecendo matéria prima estratégica para a indústria bélica dos Estados Unidos.Rondônia perde dois heróis da floresta - Gente de Opinião
 

Os senhores José Rodrigues e Augusto Joaquim dos Santos ambos nordestinos, exerceram um papel fundamental nos idos anos da exploração da borracha na Segunda Guerra Mundial e na formação, participação das atividades do sindicato desde a sua criação no ano de 1994.
 

Em sua última visita no sindicato, o senhor Augusto Joaquim , discutia e cobrava avanços nos trabalhos que nossa diretoria vinha desempenhado. Orgulhoso por ter feito parte da direção de tão importante instituição, em vida fazia questão de bater no peito e lembrar dos grandes feitos que realizara, quando membro da diretoria na formação da do sindicato.
 

Sua última aparição se deu em uma entrevista na Rede TV - Porto Velho, ocasião em que demonstrava estar animado com a divulgação da causa dos Soldados da Borracha.
 

Rondônia perde dois heróis da floresta - Gente de OpiniãoOutro companheiro que deu baixa com seu falecimento foi o senhor José Rodrigues, nordestino natural de Crateús (CE), homem simples, morava ultimamente na casa do ancião, isolado pelos seus familiares e pelo Estado, vivia em condições miseráveis na esperança de ser reconhecido como Soldado da Borracha. Nascido no início do século passado, já estava aqui antes do segundo ciclo da borracha, colaborou e ajudou também no efetivo da guerra. Bem conhecido pelos amigos seringueiros, foi batizado e apelidado de ‘’Capitão’’, faleceu aos 94 anos bem doente.
 

Sem parentes ia ser enterrado como indigente, não fosse a intervenção do Sindicato dos Soldados da Borracha. Dessa forma mais dois bravos combatentes vão compor os números da estatística de um exército da borracha que pouco a pouco está desaparecendo sem a assistência e apoio necessário do governo brasileiro, em um contexto histórico em que a epopeia dos arigós e seringueiros da borracha não está incluída na história oficial.
 

Atualmente restam aproximadamente 15% da categoria. Esses homens foram responsáveis pelo desenvolvimento da Região Norte, contribuíram com o primeiro e segundo ciclo da borracha, atuaram como mão-de-obra barata na agricultura, nas áreas rurais como peões de fazenda e meeiros em lotes alugados, como operários na construção da primeira usina hidrelétrica de Samuel, muitos serviram como trabalhadores temporários da extinta Sucam (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública) no combate à malária, em uma conjuntura em que muitos foram infectados com o ‘’radioativo DDT’’ na década de 1980, e tantos outros postos de trabalhos e profissões em que esses bravos homens ocuparam, trabalhando arduamente para a construção de nosso país. A diretoria do sindicato dos Soldados da Borracha registra seu pesar pelo falecimento desses filiados.

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