Terça-feira, 13 de julho de 2010 - 12h30
Acampados lamentam que a Secretaria de Segurança Pública de Rondônia "não tenha interesse em agir contra uma situação real de grilagem de terras” /DIVULGAÇÃO |
EPAMINONDAS HENK
Amazônias
VILHENA, Rondônia — Quinze anos depois do massacre da Fazenda Elina, em Corumbiara, 65 famílias acampadas em Chupinguaia, a 533 quilômetros de Porto Velho, temem um desfecho trágico para sucessivas ameaças e perseguições de jagunços e da própria polícia na região. O acampamento chama-se Barro Branco e fica numa ocupação de terra pública cujo título fora cancelado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A situação de inquietude reinante entre os acampados foi denunciada esta semana pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) ao Departamento de Polícia Federal e à Comissão Pastoral da Terra (CPT). Anteriormente, eles pediram providências à Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia (Fetagro). Em Brasília, cópia de um manifesto das famílias será entregue nesta terça-feira à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Em 2006 o Incra ajuizou uma ação ordinária de retomada da terra, pedindo imissão de posse contra Ilário Bodanese, Euzébio da Silva André, Arnaldo da Costa Esperança espólio e Leonilda Tonin André. Atualmente, o processo tramita na Justiça Federal.
— Desde que os autos subiram para outra instância, os trabalhadores sofrem todo tipo de ameaças e perseguições — relata a LCP. Os autores dessas ameaças seriam agentes da P2 (Serviço Reservado da Polícia Militar), mas o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vilhena, Udo Wahlbrink, lembra que o jaguncismo desta atuante na região.
Wahlbrink vem sofrendo o assédio de um dos pretensos proprietários, Ilário Bodanese, secretário regional do Governo de Rondônia, que é ligado ao governador licenciado e candidato ao Senado Federal, Ivo Cassol.
Já a CPT também sofre pressões, conforme relata seu representante, Adilson Machado. Ao pedirem providências à PM em Vilhena, no dia 1º de julho, ele e outros companheiros sofreram um atentado por pistoleiros que queimaram dois barrracos, derrubaram outros e fizeram ameaça de morte.
Pela intervenção da SSP
— A ousadia dos jagunços parece decretar e anunciar uma tragédia semelhante àquela de Santa Elina, totalmente ao arrepio da lei — comentou um advogado da LCP. Ele lamenta que a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Rondônia não tenha interesse em agir “contra uma situação real de grilagem de terras”.
— Existe favorecimento e impunidade, inconcebíveis para os tempos em que vivemos. A fim de que não se reedite o massacre de Corumbiara e pela dignidade e respeito aos direitos dos trabalhadores, pedimos providências imediatas. Que sejam asseguradas assim a vida e a integridade dos acampados e de quem os apóia.
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