Quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011 - 17h05
Almir Suruí e o Parlamento de seu povo: negociações em nível de igualdade com os não-índios /FOTOS JOAQUIM CUNHA |
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias
CACOAL, Rondônia – Aos 31 anos, Gasoda Suruí foi, com muita habilidade, o mestre de cerimônia no ato da eleição do Parlamento Suruí que apontou o líder Almir Narayaamoga Suruí o representante desse povo nas negociações com as sociedades rondoniense e brasileira.
As cinco seções eleitorais receberam eleitores irmãos Suruí-Paíter da Terra Indígena Sete de Setembro, circunscrita ao Parque Indígena do Aripuanã, em Rondônia. Almir já vinha exercendo esse papel antes mesmo da decisão de seu povo debater a conquista de créditos de carbono pela manutenção da floresta em pé.
Com a ascensão oficial de Almir ao mais alto posto político desse novo ciclo na vida dessa etnia, cria-se uma expectativa muito grande no resgate de tradições e na reestruturação da política que prevê a formação de novas lideranças.
Durante assembléia de quatro dias, em 2010, os Suruí ouviram emocionado discurso do guerreiro Ipatara, manifestando a sua confiança em que “os jovens de hoje resgatassem as histórias de ontem”.
Segundo explica Almir Suruí, o Parlamento visa garantir o espaço dos anciãos e na sua motivação para seguir orientando os mais jovens nas comunidades indígenas.
Os mais de trezentos Suruí-Paíter assumem o compromisso de respeitar as decisões do Parlamento. Ainda conforme Almir, considerado o chefe maior – “labiwai e saga” – dos clãs Gameb, Kaban, Makor e Gamir, esse movimento permitirá a formação dos jovens que futuramente assumirão cargos de vereadores, deputados estaduais, federais e senadores.
“Nosso povo irá refletir mais a respeito do processo da política partidária dos não-índios e melhorar o conhecimento sobre essas atividades que também já fazem parte da nossa realidade”, disse Almir. Para ele, “atuar na política do branco” é algo inadiável.
Com terras invadidas no final dos anos 1970, esse povo deu a volta por cima, tornando-se o primeiro a fiscalizar suas terras, por meio de um acordo firmado com o Google Earth.
Mariana Suruí foi a única mulher eleita para compor o Conselho Suruí. Terá um papel relevante no resgate das tradições e no atual momento de convivência das mães. Os Suruí-Paíter permitem casamentos de homens com mulheres brancas, o que não ocorre com as mulheres, a quem cabe transmitir aos filhos os costumes e a língua Tupi-mondé.
Mariana Suruí é a única mulher integrante do Conselho Suruí |
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