Domingo, 23 de maio de 2010 - 07h17
No modelo tradicional todas estas informacões são obtidas diretamente de medidas feitas em campo ou por meio de imagem de satélite.O Lidar não somente permitirá a obtencão destas informacões em alta resolução mas também em 3 D. A tecnologia será testado em duas áreas de 500 hectares na Floresta Estadual de Antimary (FEA), situada no município de Sena Madureira, no Estado do Acre.A iniciativa é fruto da parceria entre a Embrapa, o Servico Florestal Americano (Forest Service) e o Governo do Acre.
De acordo com o lider do projeto, atualmente sediado no laboratório virtual da Embrapa nos Estados Unidos (Labex-EUA), Marcus Vinicio Neves d’Oliveira, no uso de imagem de satélite o monitoramento é feito em duas dimensões – latitude e longitude e normalmente a resolução no terreno não é suficiente para medir com precisão pequenos impactos produzidos na floresta pelo manejo florestal (ex. como o corte de uma única árvore). Ainda, com o sistema Lidar, acrescentamos a altitude como terceira variável, permitindo por exemplo a avaliação da biomassa florestal árvore a árvore e em 3D”, afirma Oliveira.
Manejo em 3D
Para conseguir essa terceira dimensão, o novo sistema realiza uma espécie de escaneamento da área a ser manejada por meio do sobrevoo e da utilização de um pulsor de laser acoplado a um GPS, que emite feixes luz em frequência elevada, de 100 mil a 200 mil pulsos por segundo. Esses feixes êem a capacidade de se infiltrar pela vegetção mais fechada até atingir o solo.
Como cada pulso refletido retorna um ou mais pontos com coordenadas x,y ez ao final consegue-se uma espécie de fotografia em três dimensões da região. Desta forma, é possível de se obter, por esse sistema, informacões praticamente impossíveis de se conseguir pelo uso de outras ferramentas de sensoreamento remoto, tais como relevo e hidrografia de áreas florestais em alta resolução.
Nesses casos, o grau de precisão das imagens do sistema Lidar, ao nivel do solo, chega a ser de apenas 15 cm. Além disso, o sistema Lidar também permitirá estimar com precisão a quantidade de biomassa das árvores da floresta (avaliações da Madeira e do carbono).
Em termos gerais, o sistema Lidar deverá proporcionar diversas aplicações, desde estudos de ecologia, e dinâmica de florestas, o monitoramento dessas áreas para o controle de desmatamento e atividades de exploração ilegal de madeira, além do manejo propriamente dito, visando o aproveitamento sustentável da floresta.
O Teste
O sistema Lidar vem sendo usado com sucesso, especialmente no manejo de florestas temperadas, em países como os Estados Unidos e Canadá desde meados dos anos de 1990. Nesses países o sistema tem também sido usado em areas remotas como as florestas do Alaska, que tem três pontos comuns com as florestas da Amazônia: grandes áreas, dificuldade de acesso e restrições climáticas para trabalho de campo (no caso do Alaska o inverno e na Amazônia a estação de chuvas). Estudos com Lidar de média resolução já foram feitos em outras regiões tropicais como na Costa Rica e recentemente no Peru.
Entretanto, esta será a primeira vez que a tecnologia sera testada como ferramenta de planejamento e monitoramento em florestas tropicais, como as encontradas na Amazônia. Para isso, será realizado um voo sobre duas áreas de 500 hectares no projeto de manejo florestal do FEA.
A primeira área e parte de um compartimento explorado em 2009 e a segunda uma área de floresta, ainda intacta, prevista para ser manejada em 2010. “Com essa experiência, estamos querendo saber se obteremos com o uso dessa tecnologia em florestas tropicais, resultados semelhantes ao obtidos quando ela foi aplicada em florestas temperadas” afirma Marcus Oliveira.
Entretanto, o pesquisador da Embrapa está confiante que a eficiência dessa tecnologia será tão boa na Floresta Amazônica quanto a encontrada nas florestas temperadas do Alasca. Essa experiência, está sendo patrocinada pelo Servico Florestal Americano (Forest Service), Embrapa e pelo Governo do Acre e de acordo com os resultados obtidos deverá ser aplicada em outros países da Amazonia.
Fonte: EMBRAPA / Wilson Fonseca Junior (DRT/MS – 121) Labex-EUA
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