Sábado, 15 de dezembro de 2012 - 05h01
JULIANA MALERBA e BRUNO MILANEZ
Le Monde Diplomatique
O Pará iniciou os anos 2000 produzindo quase R$ 4 bilhões em minérios. Em dezembro de 2011, esse valor chegou perto dos R$ 25 bilhões. Na última década, surgiram inúmeras frentes de extrativismo mineral na Amazônia. Em Carajás, a ampliação da produção de minério de ferro e manganês foi acompanhada pela abertura de novas minas de cobre e níquel. Isso permitiu à Vale, que em 2000 não produzia um grama de cobre, triplicar a produção brasileira. Em Juruti, a Alcoa começou a explorar bauxita, matéria-prima para a produção de alumínio, ampliando também a exploração desse minério no estado, que já conta com minas em Paragominas e Oriximiná.
O aumento da extração está atrelado ao beneficiamento dos minerais, processos altamente intensivos em energia. Por exemplo, a Albrás, que recentemente ampliou a capacidade instalada de sua fábrica de alumínio em Barcarena, consome a mesma quantidade de eletricidade que Belém e Manaus, e responde por 1,5% do consumo de todo o Brasil.1 É assim que a expansão acelerada da mineração na Amazônia guarda forte relação com a instalação prevista de vinte novas usinas hidrelétricas de grande e médio porte até 2020 na região.2 A entrada da Vale, em 2011, no consórcio responsável pela construção de Belo Monte mostra que, não por acaso, as novas fronteiras de produção de energia e de exploração mineral avançam de mãos dadas sobre os mesmos espaços.
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