Quarta-feira, 15 de dezembro de 2010 - 13h07
"Se comparada à idade dos humanos, é uma recém-nascida. Encontra-se ainda no berçário do conhecimento, a exigir sempre cuidados especiais" /A TRIBUNA MT |
GABRIEL NOVIS NEVES (*)
CUIABÁ, Mato Grosso – A expectativa de vida do brasileiro aumentou. Segundo pesquisas realizadas, hoje está em torno dos oitenta anos. Com quarenta anos de idade, portanto, o brasileiro está no meio da vida.
A universidade é diferente de nós. Ela só tem a idade do seu nascimento. Não envelhece, e a sua vida é infinita.
A idade de uma universidade, quanto mais distante do seu nascimento, é mérito – pois se trata de uma instituição imortal. Quanto mais avançado o seu tempo de vida, maior credibilidade representa.
As universidades centenárias sempre são citadas pelos seus alunos com um orgulho incomum. Na universidade, antiguidade é posto.
A nossa querida Universidade Federal de Mato-Grosso, com os seus quarenta anos de idade, se comparada à idade dos humanos, é uma recém-nascida. Encontra-se ainda no berçário do conhecimento, a exigir sempre cuidados especiais.
Essa é a visão de um ex-dirigente universitário e parteiro, sobre os quarenta anos da nossa imortal instituição de pesquisa, ensino, cultura e desenvolvimento.
Quem vive a universidade, não morre de inanição do saber.
Para a comemoração dos quarenta anos da UFMT foi programada uma série de atos universitários. A presença nesta noite solene, dos antigos e atuais dirigentes, docentes, servidores, alunos e comunidade mato-grossense, é a própria memória viva da construção deste sonho, que foi a Universidade Federal para Mato Grosso.
Foi universal
A nossa universidade, mesmo no berçário, pulando de braço em braço, está sendo cuidada para adquirir saúde suficiente para infindáveis caminhadas de conquistas.
Tenho certeza que daqui a alguns séculos, pesquisadores, talvez até de outros planetas, encontrarão documentos desta comemoração e ficarão por muito tempo matutando o que levou os “meninos de Cuiabá,” na segunda metade do século vinte, a implantar uma universidade no “Portal da Amazônia.”
A nossa universidade que nasceu da selva com compromissos regionais, desde o seu nascimento foi também uma universidade universal.
Universidade conseguiu vencer no berçário, todas as complicações que poderiam ter colocado em risco a sua sobrevivência /TRAVELPOD |
Linda história para quem ainda no berçário é assim reconhecida!
Peço licença aos meus colegas ex-dirigentes desta instituição para representá-los nesta fala. Gentileza e responsabilidade da nossa colega reitora, Maria Lúcia Cavalli.
Ao ouvir o convite da nossa querida colega, perguntei-lhe se o critério da escolha fora sorteio. Serenamente ela me respondeu que foi por antiguidade, motivo único que aceitei por não ter como fugir dessa situação histórica.
Todos os dirigentes maiores desta universidade fizeram história. Não há a mínima possibilidade de comparações de períodos. Cada qual realizou ações diferentes e inovadoras. Todos contribuíram para que a Nossa Universidade Federal de Mato Grosso seja hoje tão respeitada, no mundo acadêmico e científico.
“Cassado”
Os depoimentos prestados pelos ex-reitores é memória marcante na preservação da instituição.
Pela primeira vez vou socializar com os meus colegas, as peculiaridades que vivi por longos anos, nesta instituição.
No período de 16 de março de 1971a 14 de fevereiro de 1982, passei pelas seguintes situações:
– Fui nomeado duas vezes Reitor pró-tempore, por portaria do Ministro da Educação.
– Eleito duas vezes Reitor, Presidente da Fundação Universidade Federal de Mato-Grosso e Presidente do Conselho Diretor, pelos integrantes do Conselho Diretor.
– Os dois mandatos que o Conselho Diretor da Universidade me concedeu, foram de seis anos.
– No início do segundo mandato, fui “deposto” ou “cassado” por uma lei revolucionária e perdi o mandato de Reitor.
– Retornei como reitor pró-tempore. Fui escolhido pelo Conselho Universitário e nomeado pelo Presidente da República, agora para um mandato de quatro anos.
– Renunciei, entretanto, antes do seu final.
– Nunca fui eleito pela comunidade universitária por não ser da legislação à época esse tipo de escolha.
– “Cassação” sim.
Parabéns querida e imortal universidade! Você conseguiu vencer no berçário, todas as complicações que poderiam ter colocado em risco a sua sobrevivência.
Parabéns colegas pioneiros – que são todos aqueles que trabalharam e trabalham na universidade, que está sempre nascendo!
Parabéns aos colegas que prestaram serviços à universidade e que agora são importantes, pois “importante não é ser e sim ter sido”.
Nossos agradecimentos aos docentes, servidores, alunos e comunidade cuiabana e mato-grossense.
Professora Maria Lúcia Cavalli, reitora dos anos quarenta da nossa universidade, o nosso reconhecimento!
(*) Primeiro reitor da UFMT. Pronunciamento feito em 10 de dezembro de 2010. Originalmente publicado no Supersitegood
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