Segunda-feira, 10 de maio de 2021 - 09h31
A
tal “guerra de narrativas” só satisfaz aos brigões, porque gera bolhas
impermeáveis ao diálogo, sem o qual é impossível encontrar qualquer solução
negociada. No meio ambiente, bolha alguma pode destravar o acordo entre
Mercosul e Europa, que depois de duas décadas de negociações parecia resolvido
mas esbarrou nas “narrativas” sobre desmatamento e queimadas.
Não
se trata de opiniões contra ou a favor, mas de observar a realidade e concluir
que sem acordos não é possível chegar a soluções urgentes. Estudo publicado na revista
Biogeosciences por cientistas do Inpe, Universidade de São Paulo, Universidade
Técnica de Munique e Universidade Estadual de Campinas projeta que um aumento
de 50% nos níveis de gás carbônico (CO2) na atmosfera pode ter um efeito na redução
das chuvas na Amazônia similar ao da substituição de 100% da mata por
pastagens. Comparações são úteis na definição de prioridades.
Avaliações
de causa e efeito também ajudam. No caso da saúde, nota técnica da Fiocruz e
WWF-Brasil apontaram que as queimadas aumentam os problemas respiratórios e
elevam os gastos do sistema de saúde: entre 2010 e 2020, Rondônia, Pará, Mato
Grosso, Amazonas e Acre tiveram internações relacionadas que custaram quase 1
bilhão aos cofres públicos.
Comparações
e avaliações, embasadas na ciência, ajudam a decidir. “Guerra de narrativas”
são apenas jogos de salão.
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Ecos da ponte
Na
inauguração da ponte do Abunã pelo presidente Jair Bolsonaro, sexta-feira, eram
quatro prováveis candidatos ao governo de Rondônia presentes: o próprio governador
Marcos Rocha, o mais prestigiado pelo mandatário, o senador Marcos Rogério
(DEM), o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) e o ex-governador Ivo
Cassol (PP). O discurso populista de direita, ônibus e boca livre a vontade e uma claque preparada
para o evento, não esconde que Bolsonaro já está trabalhando pela reeleição.
O
chororô
Muito
chororô em Machadinho do Oeste e em todo o Vale do Jamari com o adiamento das
obras da Usina Hidrelétrica de Tabajara. Recentemente até um escritório foi
montado por uma empreiteira para a contratação de trabalhadores gerando até uma
migração de barrageiros para lá. Com a falta de recursos ocasionado pela
pandemia do coronavirus, mais o contingenciamento de recursos da União, a obra
que seria iniciada neste ano, sabe-se lá quando vai ocorrer.
O patriotismo
Os
políticos acreanos foram todos parlamentados com a bandeira do seu estado na
inauguração da ponte do Abunã e em seu discurso o governador Gladson Cameli
disse em tom de brincadeira, que a ponte era do Acre, porque era o seu estado o
mais beneficiado com a obra. Dos representantes rondonienses, o mais “patriota”
com nosso estado foi o deputado federal coronel Crisóstomo, se enrolando com a
bandeira de Rondônia como marketing para externar sua devoção por Rondônia.
As curiosidades
Nestes
ecos da inauguração da Ponte do Abunã, algumas curiosidades: o veterano piloto
Nelson Piquet, aquele que destilava ódio contra Airton Sena, foi escalado pelo
presidente Bolsonaro para xingar a Rede Globo de Televisão, cuja afiliada
cobria o evento e ocultou em seu noticiário o insulto propagado pelos robôs
bolsonaristas: globolixo. Também merece citação a economia citada pelo presidente
por rondonienses e acreanos com gastos nas balsas, algo em torno de R$ 100 mil
ao dia.
Cinturão verde
A
região do cinturão verde, conhecida como setor chacareiro em Porto Velho está
com as suas propriedades fatiadas em terrenos que foram comercializados,
naquela zona de expansão urbana. Muito habitada no prolongamento das avenidas
Amazonas, Raimundo Cantuária e outras importantes vias de acesso da Zona Leste,
a região carece de infraestrutura.
Abastecimento de água só pelos poços caseiros, necas de esgoto e no inverno amazônico as ruas
sem asfalto e cascalhamento ficam intransitáveis. Mas a regularização fundiária
já está chegando naquelas bandas.
Via Direta
*** Com a pandemia arrefecendo em Rondônia,
a empresa Azul anuncia sua volta com voos a partir de junho em Vilhena *** Logo sem seguida
também Ji-Paraná e Cacoal serão beneficiados com voos da empresa para Cuiabá e
conexões para o restante do país ***Os
petistas locais chiaram que na inauguração da ponte do Abunã, a presidente
Dilma Rousseff que fez a parte do leão naquela obra histórica, sequer foi lembrada pelos bolsonaristas ***
Foi um Dia das Mães gordo para os comerciantes de Porto Velho. Todo mundo
faturou. Vamos ver se as aglomerações vão resultar em mais dissabores com o
coronavirus mais adiante *** O custo da
construção civil segue crescendo em Porto Velho. Um milheiro de telhas de
barros está sendo vendido nestas bandas a razão de R$ 4 mil.
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