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Carlos Sperança

Como explicar? + As grilagens + As queimadas + A restauração


Como explicar? + As grilagens + As queimadas + A restauração - Gente de Opinião

Como explicar?

A volta do Centrão ao plano principal do poder no Brasil, depois de vencido nas eleições de 2018, coincidiu com o fim da Operação Lava Jato, principal mobilização anticorrupção ocorrida no país, e também com a exclusão do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, das reuniões ministeriais.

Logo depois ele comunicava que em abril também terá fim a Operação Verde-Brasil 2, ação das Forças Armadas contra o desmatamento. O que essas coincidências significam ainda não é possível avaliar em toda a sua dimensão.

Um fato sempre gera novos fatos que só poderão fazer sentido mais adiante, mas cada cabeça tende a buscar de imediato indicações de eventos futuros e as bolhas “ideológicas” radicais os amoldarão aos respectivos discursos, mas uma síntese possível dos fatos recentes aponta que a derrota de Donald Trump nos EUA produziu uma nova realidade mundial.

Obrigou o governo a recuar, evitando uma possível derrota em 2022 ao unir a nação compondo uma base com o Congresso. Com ela será possível chegar ao bicentenário da Independência com o governo reciclado à luz dos novos fatos mundiais, a vacinação terá produzido efeitos benéficos na economia e as eleições gerais se desenrolarão em clima de concórdia.

Essa é a projeção positiva dos eventos. Os radicais e apocalípticos, é óbvio, pensarão em algo pior.

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As grilagens

O Ministério Público Federal-MPF tem obtido seguidas vitórias na justiça contra a grilagem de terras nas áreas indígenas e parques nacionais. Não fosse isto, a situação estaria muito pior, já que novos invasores se juntam – desde madeireiros, grileiros, fazendeiros e garimpeiros – para a prática que tem causado sérios prejuízos ambientais para o estado de Rondônia nas últimas décadas. São poucos recursos para a fiscalização e as invasões infelizmente são estimuladas por políticos conhecidos no estado.

Eleições 2022

Com vistas às eleições 2022 temos uma precipitação de articulações tanto no âmbito federal como no cenário estadual. Se constata uma acomodação de deputados federais e senadores, muitos trocando de partido para a peleja do ano que vem. Com sobra de candidatos ao Senado e ao governo, o PSDB pode rachar também em Rondônia, como já ocorreu na esfera nacional, onde o governador João Dória trava embate  pelo controle da legenda com o deputado federal Aécio Neves, antigo cacique da legenda.

As queimadas

 Com Porto Velho inserido entre os três municípios que mais desmatam no País, podemos esperar uma temporada de queimadas das mais rigorosas no verão amazônico que começa em maio. Não passa de junho e já estaremos asfixiados por grossas camadas de fumaça Ainda mais que a Operação Verde Brasil já está retirando seus batalhões de militares que estavam cuidando da vigilância nas queimadas na região Norte. Uma temporada de lascar, torcida brasileira.

A restauração

 Todo ano a BR-364, que corta nosso estado de Nova Califórnia a Vilhena, precisa ser restaurada depois do inverno amazônico. As empreiteiras contratadas para a pavimentação em Rondônia precisam ser melhor fiscalizadas pelos órgãos de controle, pois temos serviços de péssima qualidade e o que se vê em nosso estado é omissão na fiscalização de engenharia e com isto temos um verdadeiro rombo nos cofres do erário público por omissão das autoridades federais responsáveis pelas obras de asfaltamento.

Um apagão

Mesmo com os graves prejuízos causados pela pandemia a economia rondoniense e, ainda, um desemprego galopante em alguns segmentos, se vê um apagão na mão de obra para o setor de construção civil. As imobiliárias não conseguem sequer pedreiros, carpinteiros e telhadeiros para  a recuperação dos seus imóveis administrados, nesta época de chuvas. Enquanto alguns setores patinam, o segmento de construção segue uma boa trajetória na capital. Muitas obras públicas (municipais) e civis em pleno inverno amazônico.

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*** Já está dando até medo de conferir as mídias sociais pelas manhãs. Todo dia gente conhecida morrendo pela covid 19 em Porto Velho e aos montes *** Vários colegas de trabalho tombaram no final de 2020 e no início deste ano e a tragédia continua com vários jornalistas intubados e suas famílias passando sérios apuros *** Com mecânicos, pedreiros – e até profissionais da saúde -  metendo a faca nas costas dos clientes  na capital rondoniense, já existe uma procura acentuada  de mão de obra no mercado do interior *** Profissionais de Ariquemes sendo muito requisitados neste início de 2021 e com isto o covid se espalha mais ainda por lá também. É coisa de louco. Aonde vamos parar? 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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