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Carlos Sperança

Depois das urnas + Estados evangélicos + Boa sacada + Ecos da eleição


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Depois das urnas

O pleito municipal é o período em que os partidos e os líderes constroem pontes para as eleições gerais em que estarão em jogo o Palácio do Planalto e seu presidencialismo desvirtuado pelo partidarismo desde que FHC negociou a reeleição por interesse pessoal. Por aquele erro grave, em consequência os “donos” dos palácios estaduais e paços municipais também se julgam no direito de acomodar interesses ao formar maioria parlamentar, apenas evitando trombar com o MP para não se complicar junto à opinião pública e à Justiça.

Vencer eleições é a parte fácil. O candidato eleito assume no ano seguinte e enfrenta a parte difícil: a realidade de problemas que na campanha eleitoral pregou como fáceis de resolver. Os vencidos, por sua vez, iniciam campanhas sobretudo para deputados federais e estaduais, dois anos depois.

Finda a festa do voto e da campanha otimista, assumir, lidar com finanças enroladas, obras paradas e queixas dos cidadãos é o choque de realidade em que o eleito fica sob pressão. Na deles, os vencidos lhes apontam erros, esperando criar musculatura e ter sucesso dentro de dois anos. Mas há uma diferença para os velhos scripts: desta vez entraram em vigor plenamente as cláusulas de barreira, que proibiram as coligações. Marcados para morrer em 2022, os partidos sem bom desempenho nestas eleições vão em 2021 sair para a guerra em favor das coligações.

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Estados evangélicos

Os Estados do Rio de Janeiro, Espirito Santo e Rondônia são os que detém os maiores percentuais de evangélicos no País, algo em torno de 30 por cento das suas populações e são regiões onde viceja o bolsonarismo de raiz. Mas no Rio de Janeiro o candidato do presidente, o bispo Marcelo Crivella (Republicanos) foi esmagado, em Rondônia a candidata bolsonarista Cristiane Lopes foi derrotada. No entanto, no Espirito Santo os evangélicos bolsonaristas tiveram uma grande vitória.

Onda bolsonarista

Ao contrário da onda Lula que se prolongou com duas grandes vitórias do ex-presidente petista e uma de Dilma, a onda bolsonarista perdeu o fôlego em pouco tempo. Em Porto Velho, os candidatos mais ligados ao presidente Bolsonaro no primeiro turno, sargento Eyder Brasil (PSL) e Breno Mendes (Avante) naufragaram pesadamente. Representando o segmento no segundo turno, Cristiane Minhoca foi derrotada. Em todo o Brasil a onda paralisou.

PT na pior

Mas na pior mesmo ficaram os petistas negacionistas de seus golpes aplicados pelo Brasil afora. Não elegeram prefeito em nenhuma capital e em Rondônia quase virou pó. O PT virou símbolo de rapinagem e o PSOL, seu substituto, virou um PT retrô, aquele que era honesto e ideológico e por ser mais coerente ganhou espaço na esquerda e com isto já está engolindo o Lulapetismo. A esquerda está se afastando dos petistas, agora se transformados em bodes de bicheira.

Boa sacada

Em busca de retomar a popularidade perdida com o bolsonarismo em Rondônia, o governador Marcos Rocha teve uma boa sacada para se recuperar na capital com o asfaltamento em Porto Velho da estrada do Belmonte, uma reivindicação de 30 anos da população que padecia no inverno com atoleiros e no verão com uma poeira daquelas. Também a estrada da penal, acesso aos portos de exportação de soja deverá receber pavimentação ao longo de 2021. O exército foi chamado para parceria e Rocha vai economizar com isto 30 por cento do custo.

Ecos da eleição

Na eleição de domingo, a diferença não foi tão grande como os tucanos esperavam, mas a vitória de Hildon Chaves (PSDB) foi uma bela façanha desfazendo uma baita rejeição. O prefeito projetava no horário gratuito uma capital rondoniense linda e maravilhosa, mas ao mesmo tempo a cidade pintada em belas cores, detinha recordes terceiro-mundistas em termos de abastecimento de água, coleta de esgoto, mortalidade infantil, desmatamento e queimadas, alagamentos no inverno amazônico e creches inacabadas. Mas com bom marketing, prevaleceu o lado positivo.

Via Direta

*** O Ibope voltou a errar feio nas suas pesquisas em 2020 em várias capitais. Dava empate técnico em Recife e Porto Alegre e as diferenças ao final dos escrutínios dos votos foram significativas *** Em Porto Velho, o instituto previa uma diferença de 20 por cento dos votos a favor do tucano Hildon Chaves e ao final tivemos menos de nove por cento *** Os tucanos devem ter ficado assustados em Porto Velho, pois acreditavam numa vitória avalassadora e a coisa quase ficou feia *** Os governadores de Santa Catarina e do Amazonas se livraram de impeachment. Tiveram que negociar a permanência e se dobrar de joelhos aos deputados estaduais *** A coisa deve custado os olhos da cara e quem paga a conta é o erário.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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