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Carlos Sperança

Dinheiro não é problema + A ponte é minha! + Fazendo as contas + Multieventos + A Ferrogrão


Dinheiro não é problema + A ponte é minha! + Fazendo as contas + Multieventos + A Ferrogrão - Gente de Opinião

Dinheiro não é problema

Diz a sabedoria popular que “dinheiro não é problema, é solução”. Se é assim, não há como condenar o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, por pedir 1 bilhão de dólares aos EUA para proteger a Amazônia em benefício de um clima sem rigores extremos. Muitos que também sonham com valores até maiores que esse modesto bilhão, porém, criticam o ministro pela falta de tato. Pediu os recursos como se fosse um flanelinha global, parecendo exigir resgate após “sequestrar” a Amazônia.

Seria ingênuo ou maluco supor que a proteção da floresta em favor de seus povos e do clima planetário, depois de séculos de exploração irracional, pirataria e crimes de lesa-pátria, será possível sem dinheiro, só com leis, decretos e portarias. O Estado brasileiro está desorganizado, à beira de um shutdown, e sofre o ataque do crime cada vez mais rico e estruturado globalmente, que seduz os prevaricadores. Com dinheiro.

O dinheiro é problema quando, só em março, investidores estrangeiros retiraram US$ 2,1 bilhões do mercado de ações e títulos públicos por conta do descuido com a pandemia. É solução quando se sabe que o país pode ganhar R$ 1,3 trilhão por ano monetizando os serviços ambientais, segundo o economista Gesner Oliveira. Entre mendigar, pedir resgate e perder investidores, obviamente encarar o dinheiro como solução será o melhor negócio.

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A ponte é minha!

Talvez pelo entusiasmo crescente no seu estado com o fim do isolamento rodoviário, o governador do Acre Gladson Cameli (PP) ao conceder entrevistas a mídia em seu torrão faz as contas como se a ponte sobre o Rio Madeira, em Vista Alegre do Abunã, em solo rondoniense, fosse em seu estado. Os acreanos fazem estas contas, de que a Ponta da Abunã é sua, desde a governadora Yolanda Fleming tomou a região ao final da década de 80, sendo retomada pelo governador rondoniense Jeronimo Santana meses depois.

Desfeita ignorada

Os acreanos consideram a ponte do Abunã, que vai ser inaugurada nesta sexta-feira, como sua e tem lá suas razões para isto. O governo do estado de Rondônia e a prefeitura de Porto Velho e até mesmo a população rondoniense nunca deram tanta importância assim para aquela região e a obra, na verdade vai favorecer muito mais o vizinho estado do que Rondônia. Já, no Acre a coisa é considerada de extraordinária importância. Recentemente comissão de políticos instalou uma monumental bandeira do Acre na ponte e ela ficou tremulando por lá vários dias. E Rondônia nem chiou com a desfeita!

Fazendo as contas

Se forem confirmadas as candidaturas ao Senado de Expedito Junior (PSDB-Rolim de Moura), Bagatolli (PSL-Vilhena), Valdir Raupp (MDB-Rolim) e Jaqueline Cassol (PP-Cacoal), teremos uma grande pulverização de votos nas regiões do café, zona da Mata e cone sul rondoniense, saindo, com isto todos prejudicados na contenda contra os concorrentes da região central, vale do Jamari e da região metropolitana de Porto Velho. É preciso fazer melhor as contas para a peleja 2022.

Multieventos

Projetos faraônicos criados na era da construção das usinas, quando os recursos financeiros abundavam em Porto Velho, acabaram ficando no passado. Um deles foi o fantástico Espaço Multieventos, na região do Aeroclube, onde seriam centralizados desde um baita estádio, um bumbódromo, o centro administrativo de Porto Velho, um Centro de Convenções e um terminal rodoviário interestadual. Tudo virou brisa. Mas outras propostas também sumiram: um hotel das arábias, com duas torres e um navio em cima delas além de um estádio de iniciativa particular para 50 mil espectadores. Era coisa de louco!

A Ferrogrão

As lideranças políticas e empresariais do Norte e Centro-Oeste lutam para acabar com os entraves e os impedimentos criados pelos organismos ambientais para a construção da Ferrogrão, a ferrovia que conecta a região produtora de grãos do Mato Grosso ao Porto de Miritituba, no Rio Tapajós, no estado do Pará, numa extensão de quase 1000 quilômetros. A obra interessa também ao estado de Rondônia, já que o empreendimento poderá receber conexão com a Ferronorte, cujo projeto se estende até nosso estado.

Via Direta

*** Enquanto o inverno amazônico vai se despedindo de Rondônia, cheias históricas nos estados do Amazonas e Roraima estão deixando grandes prejuízos para as comunidades ribeirinhas *** Já no sul do País começa uma estiagem que já está preocupando até para a preservação dos níveis dos reservatórios das barragens das usinas para geração de energia. São as disparidades regionais existentes num país continental *** O município de Guajará Mirim, na fronteira com a Bolívia está sediando a Operação Amazônia 2021 realizada pelo Comando Militar da Amazônia destinada ao exercício de defesa da região *** Próxima da fronteira no município de Nova Mamoré, na localidade de Jacinópolis já ocorreram conflitos agrários sangrentos num passado recente. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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