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Carlos Sperança

Eleição na AROM e nossos prefeitos


Eleição na AROM e nossos prefeitos - Gente de Opinião

Seguindo em frente

No mundo sacudido pelas estripulias do presidente Donald Trump, há sinais de declínio geral para a economia em clima de guerra comercial, mas o Brasil, mesmo sendo afetado também negativamente pela conjuntura mundial, construiu vantagens importantes nas últimas décadas que hoje fazem muita diferença.

Em 1988, o país, em transição da ditadura para a democracia, ganhou sua nova Constituição. As liberdades conquistadas permitiram ao agro brasileiro obter a grande vitória do Plano Real, que por sua vez permitiu estabilidade suficiente para o país transitar pelas crises mundiais com resiliência. É essa a estrutura que faz o Brasil enfrentar o mundo em transe comemorando sua liderança global em proteína animal, assegurando ao país exportações de carne bovina ao redor de US$ 13 bilhões em 2024.

Enfrentando Trump com a suave diplomacia herdada de Rio Branco e a resiliência conquistada por sua ordem interna, o Brasil se beneficia também das necessidades da Europa fragilizada e da China em crescimento. Abrindo quase 350 novos mercados para os produtos nacionais, a recente visita das principais autoridades brasileiras ao Japão foi como que uma comemoração dessas conquistas e a perspectiva de avanços importantes naquela região do globo. Neste momento, eles só dependem de obter da Organização Mundial de Saúde Animal o reconhecimento de todo o território brasileiro como livre de febre aftosa.

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Eleição a AROM

Alvo de conspiração de alguns prefeitos, o presidente da Associação Rondoniense de Municípios de Rondônia-AROM, ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves, convocou assembleia geral para uma nova eleição, pressionado pelos associados. De um lado é justo a troca do comando da entidade, porque Hildon Chaves não é mais prefeito e tem mesmo é que cuidar da sua vida. Disputar o Senado ou o governo estadual. Do outro lado, existe o risco da entidade voltar as mãos de associados que enterraram a AROM e a deixaram cheia de dívidas, tornando-a um cabide de empregos para marajás apaniguados.

Nossos prefeitos

Ao final dos anos 70 e início da década de 80 os prefeitos de Porto Velho dependiam quase que totalmente dos governadores. O último prefeito nomeado da capital foi Sebastião Assef Valadares (PDS), que afinado com o então governador Jorge Teixeira de Oliveira foi um dos mais longevos e produtivos. Exerceu o mandato durante os últimos anos do Território Federal de Rondônia e depois foi o primeiro nomeado já na condição de Rondônia estado. Deixou um bom legado, ao final da sua gestão Porto Velho já vivenciando recordes de migração de outros estados.

Um baita desafio

Imagine você, prefeito de Porto Velho  e considerado um predador pelo governador de plantão e possível candidato ao então Palácio Presidente Vargas sede do governo estadual? Pois é, prefeitos como Tomás Correia e José Guedes foram tratados a chicote, a pão e água pelos governadores, resultando em gestões prejudicadas. Alguns governadores preferiram até tratar melhor prefeitos adversários para não fomentar predadores fazendo sombra em seus partidos, como foram os casos de Jeronimo Santana e Valdir Raupp que trataram Chiquilito Erse a pão de ló

Boas relações

Prefeitos bem relacionados com as instâncias estaduais e federais conseguiram render mais à frente do Paço Municipal. O petista Roberto Sobrinho, na era Lula, teve um desempenho tão estupendo que acabou sendo o primeiro alcaide reeleito. Mas a relação entre os prefeitos e governadores tem sido de tapa e beijos. Sobrinho brigou muito com o governador Ivo Cassol, por exemplo. Só na gestão Confúcio seria melhor tratado. Carlinhos Camurça foi adversário de Cassol, mas ao final virou coleguinha e aliado, de Ivo. Mauro Nazif, mesmo enfrentando as enchentes deixou tudo arrumadinho para Hildon Chaves. Este deixou um grande legado para seu sucessor Leo Lion.

Nem enxada

Na polarização Chiquilito Erse e José Guedes nos anos 80, quando o prefeito perdia a eleição deixava o caixa raspado e nem enxada para o sucessor capinar o matagal que tomava conta da cidade. Até a viatura do prefeito era entregue em cacos, assessores eram obrigados a empurrar o veículo nas ruas. Constato que desde Roberto Sobrinho a mentalidade mudou, o que não mudou é a mania dos prefeitos de plantão falar mal dos antecessores, desfazendo as gestões, se dizendo os maiorais. Um deles se proclamava mais popular do que Jesus Cristo, com 90 por cento de aprovação e nem ficava vermelho com as taxas de popularidade que alardeava.

Choque de realidade

Mas querer que a mentalidade dos políticos tome jeito já é querer demais. Leo Moraes assumiu querendo “desinaugurar” a rodoviária do ex-prefeito Hildon Chaves, esta sim, com 100 por cento de aprovação da população e de quem visita Porto Velho, revelando-se um novo cartão postal da cidade. Leo não conseguiu entender até agora que para se eleger precisou contar com votos de muitos hildistas que rejeitavam a candidata de Mariana Carvalho. No meu bairro teve muitos deles. Leo teve a melhor largada como prefeito e tem tudo para se consagrar até como o melhor deles, desde que saiba conter a ciumeira de Hildão.  Ele não precisa disto.

Via Direta

*** Confiando em melhoras na segurança pública, os rondonienses elegeram uma carrada de delegados, coronéis e agentes penais nas eleições de 2022. De govenador a deputados federais e estaduais. *** E o que adiantou? Rondônia segue envolvida numa crise de violência com a segurança pública um dos setores piores avaliados pela opinião pública *** Selecionar melhor nossos representantes é preciso, mas que seja gente compromissada com a segurança pública e a saúde, outra pasta que deixa a desejar no atual governo estadual *** Trocando de saco para mala: a temporada de exposições agropecuárias está começando em Rondônia mostrando a pujança do agronegócio e movimentando bares e restaurantes e todo o comércio lojista.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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