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Carlos Sperança

Rondônia começa a vivenciar uma crise de mão de obra


Rondônia começa a vivenciar uma crise de mão de obra - Gente de Opinião

Ineficácia pró-bandidos

O custo de vida obriga a ganhar mais para fazer frente ao aumento das despesas. O desespero de não conseguir ganhar mais, de perder emprego ou fonte de renda superada pela dinâmica do mercado em evolução exerce uma pressão insuportável, que pode gerar exclusão, mendicância e crime.

No caso da exclusão, medidas saneadoras podem ser tomadas pelos governos antes que ela produza mendigos e criminosos. Para a mendicância viciada em álcool e drogas só resta o recolhimento, a desintoxicação e pôr para trabalhar, pois a polícia e guardas municipais não têm recursos para tratar e recuperar os excluídos recrutados pelo crime.

O crime recruta bem porque se estrutura à margem do Estado fraco. Um especialista, Francisco Xavier Medeiros de Castro, ex-comandante da Polícia Militar de Roraima e mestre em Ciências Policiais da Segurança e da Ordem Pública, escreveu que a ação para desmantelar a rede criminosa só se mostrará eficaz quando as instituições detiverem condições necessárias e adequadas para protagonizar o correto enfrentamento aos operadores, colaboradores e financiadores do narcogarimpo e do garimpo ilegal em terras indígenas e protegidas.

O Estado mínimo só será possível depois de equacionar os problemas da exclusão, da desigualdade e do crime. Antes disso, não será nada além de ineficaz e ausente. Um Estado bandido.

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Uma tradição

Ji-Paraná tem a tradição de remeter a Assembleia Legislativa, desde sua primeira legislatura, excelentes deputados estaduais. Na primeira legislatura, a capital da BR, conduziu o Poder Legisltivo estadual parlamentares da expressão de José de Abreu Bianco (PDS), que posteriormente se tornou presidente da Casa de Leis, prefeito de Ji-Paraná, senador e governador de Rondônia. Naquela leva também veio Sadraque Muniz. Nas legislaturas seguintes, Edison Fidélis, Jesualdo Pires, entre tantos outros nomes destacados como Airton Gurgacz. Constato nesta legislatura a deputada estadual petista Claudia de Jesus brilhando e com uma atuação estendida a todo o estado.

A capital da BR

Por ter trabalhado longos anos com Bianco, Fidelis, Jesualdo e nos últimos anos com o senador Acir Gurgacz, também me considero um ji paranaense. Faço campanha pelas ruas, nos comícios por lá desde 1982. Até o caso da bomba de Mucio Athayde testemunhei na primeira campanha. Sempre Ji-Paraná é protagonista nas eleições. Lembro que na primeira eleição ao governo do estado, a região emplacou o deputado federal Orestes Muniz, vice-governador do governador eleito Jeronimo Santana em 1986. Em 90, novamente com um vice-governador, o deputado federal Assis Canuto. Não demorou para emplacar um governador, no caso Jose Bianco. E vem Aí Marcos Rogério nas paradas.

Chuvas na Bolívia

Com plantações de sojas submersas, gado nadando nas inundações, a Bolívia vivencia neste início de abril uma das maiores chuvas de sua história. Como os rios Beni e Madre de Dios, abastecem o Rio Madeira, por consequência a nossa batata está assando e o nível as águas do Madeirão poderão subir mais ainda nos próximos dias. Além de Porto Velho, localidades ribeirinhas, cidades do Amazonas que são banhadas pelo Rio Madeira já sofrem as consequências desta nova cheia, causando transtornos e prejuízos a produção agrícola e criação dos animais do povo ribeirinho.

Grave crise

Rondônia começa a vivenciar uma crise de mão de obra depois de um baita êxodo de trabalhadores para os estados do Sul do país para trabalhar nas cooperativas, nos frigoríficos, em polos têxteis e metal mecânicos onde são melhor remunerados. Também médicos formados em Rondônia estão no interior de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Curitiba exercendo a profissão. Em Porto Velho já está difícil garimpar um bom profissional de construção civil, carpintaria, na pintura, padeiros, açougueiros, confeiteiros. Não bastasse, os trabalhadores mais jovens não querem saber de pegar no pesado. É uma geração mais frágil também. O que o futuro nos reserva?

Festa ariquemense

Os políticos ariquemenses, as lideranças empresariais, a prefeita Carla Redano, o deputado Thiago Flores e tantos figurões locais festejaram os protocolos assinados para ampliação e conclusão do aeroporto regional do Vale do Jamari, na capital da produção. Vejam como são as coisas, estão acabando um aeroporto para os carapanãs viajar, já que nenhuma empresa aérea, nem Azul, Gol ou a TAM se instalaram ou anunciaram instalação em Ariquemes. E enquanto isto, Ariquemes e o Vale do Jamari padecem e se ressentem com a saúde e a falta de um hospital de porte para atender aquela laboriosa população. Tem dinheiro para teatro pomposo, para aeroporto sem passageiros, mas para saúde necas. É cosia de louco!

 

Via Direta

*** Com os piratas dos rios de Rondônia, Amazonas e Para usando drones para o monitoramento das embarcações que serão abordadas, se vê a pirataria mais tecnológica para enfrentar as forças de segurança na região amazônica *** No caso de Rondônia, além dos piratas do Madeira o estado enfrenta o poderio das facções criminosas, lideradas pelos cartéis bolivianos, colombianos e peruanos que controlam o tráfico de drogas nestas bandas *** Prefeitos e ex-prefeitos preparando suas esposas para disputar cadeiras a Câmara dos Deputados e  Assembleia Legislativa *** Com isto, temos a formação de novos clãs políticos em andamento. Não bastavam, argh!  os Donadons, os Muletas e os Amorins? 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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