Segunda-feira, 29 de março de 2021 - 08h41
O
papel de um líder é não errar. Para isso tem à disposição um batalhão de
ministros, com dezenas de assessores e toda a produção de ideias do Estado e da
sociedade. Se errar, não adianta perseguir opositores e culpar a imprensa. Precisa
se corrigir. No caso da pandemia, prevenir faz parte do bom planejamento. É
preciso estar preparado para enfrentar o que vier. E faz parte do preparo o
entendimento com as demais nações, com a mediação das agências internacionais.
Nesse
caso, o ideológico “antiglobalismo” do desastrado ministro Ernesto Araújo, das
Relações Exteriores, está fora de lugar. Não funciona a tática de atacar a
China, nosso maior parceiro comercial. Nem bater boca com líderes estrangeiros,
acusando-os sem provas de querer roubar nossas riquezas, se é o próprio governo
que as oferece a quem quer investir aqui. Cuidados com a diplomacia são
essenciais quando se trata de pandemia, de um lado, e de recuperar a economia,
de outro.
O ministro
de Minas e Energia, Bento Albuquerque, agiu com sabedoria ao já na posse do
presidente Joe Biden propor a ampliação das parcerias entre Brasil e EUA e um encontro
bilateral sobre energia limpa. Uma ação diplomática e tecnicamente perfeita, de
erro zero. Que os demais ministérios tenham a mesma capacidade de não meter
mais os pés pelas mãos, privilegiando a ciência, a técnica e a melhor
diplomacia.
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Novo cenário
Em
plena pandemia do coronavirus a classe política começa a se movimentar com os
primeiros lances no tabuleiro para as eleições 2022. Já se sabe que não será
possível o grande confronto entre os favoritos, os ex-governadores Ivo Cassol,
que segue inelegível e Confúcio Moura, que já declarou que ficará fora da
peleja. Com isto, os candidatos remanescentes se mobilizam: de um lado o governador
Marcos Rocha (sem partido), o prefeito Hildon Chaves (PSDB), o deputado federal
Leo Morais (Podemos) e o senador Marcos Rogério (DEM). Um quadro que deve se
completar com o petista Ramon Cujui, candidato de Lula, na esperança de ser
campeão e alcançar o primeiro lugar!
A fragmentação
Com
tanta fragmentação de votos na capital, com três ou mais candidaturas, mais um confronto
envolvendo dois candidatos bolsonaristas, coronel Marcos Rocha e Marcos Rogério,
teremos muita matéria prima para projeções a partir de agora. Hildon Chaves
vivencia seu melhor momento político, mais bem avaliado do que na ocasião da
disputa a prefeitura de Porto Velho no ano passado. Leo Moraes é um predador
voraz e bom nos debates e está mais maduro, sendo agora um dos nossos destaques
no Congresso. Os dois postulantes bolsonaristas vivem um dilema: A escolha de Bolsonaro,
qual será seu ungido?
Hildon x Leo
No
confronto da capital pelo CPA, entre as duas grandes lideranças locais, Hildon
Chaves e Leo Moraes, cravo projeção de vitória no atual prefeito. O tucano está incansável. Em
lua de mel com o eleitorado de Porto Velho com tanto asfalto, amado pelas crianças
como um Chiquilito, com grande aprovação do voto feminino e crescendo muito
depois da vitória, onde sejamos honestos, aquela de 2018 foi meia boca. Briga
boa, de cachorros grandes e uma revanche bacana. Leo em nova aliança com
Cassol. E na capital Ivo é um pé de coelho às avessas.
Rocha x Rogério
A
disputa pelo apoio do presidente Jair Bolsonaro em Rondônia deve se
intensificar a partir de agora entre o coronel Marcos Rocha, amigo da caserna
de Bolsonaro em décadas passadas no Rio de Janeiro e o senador Marcos Rogério,
um dos principais articuladores do presidente no Congresso Nacional. Por ser
militar e govenador, Rocha larga na frente na conquista deste apoio, mas a benção
de Bolsonaro em Rondônia perdeu importância, haja vista a derrota dos candidatos
bolsonaristas a prefeitos em 2018, inclusive na capital, onde Eyder Brasil ficou
quase na lanterna.
Grande beneficiado
Num
balanço geral deste quadro inicial da disputa 2022 constato como insensatez o
lançamento de três ou mais candidaturas na capital. Não percebem uma autofagia
danada? Entendo que Leo ou Hildon, já que Rocha é uma candidatura natural por ser
postulante a reeleição, deveriam rever o projeto, talvez brigar pelo Senado,
onde poderiam prevalecer, largando bem num colégio de 350 mil eleitores. Neste
cenário inicial o senador Marcos Rogério, como candidato do interior desponta
como beneficiário deste divisionismo na capital.
Via Direta
*** A disputa entre os candidatos bolsonaristas
Marcos Rocha e Marcos Rogério pelo apoio do presidente Bolsonaro para 2022,
lembra uma peleja pelo apoio do então presidente Fernando Color de Melo em
Rondônia em 1990 *** Na
época este confronto envolveu os candidatos Oswaldo Piana Filho e Valdir Raupp,
sendo que o segundo tinha trocado na
época o PMDB pelo PRN. Ambos alçaram o segundo turno juntos*** Naquele pleito Piana levou vantagem, virou o jogo e acabou se
elegendo governador *** Abril está chegando e tem gente, como se sabe, que
prometeu a vacina para abril e se não cumprir vai ficar chamuscado com a opinião
pública *** E quem pagou as vacinas e
não receber será taxado pela opinião pública de trouxa. Prudente foi a prefeita
Carla Redano, de Ariquemes. “Só pago na entrega!”. Ela é a cara!
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