Quinta-feira, 11 de agosto de 2022 - 08h10
Na
distopia “Medida Provisória”, de Lázaro Ramos, os negros são expulsos do Brasil
sob a cínica alegação política de reparar o crime de trazê-los à força ao país.
Para o pensador indígena Ailton Krenak, não só os negros, mas também
todos os brancos e povos da Terra estão preparando a medida definitiva que
levará todos a ser expulsos do planeta se os avisos contra o desmatamento
ilegal, o desequilíbrio ambiental e descontrole climático não forem atendidos a
tempo.
O
filme de Ramos é a ironia tratando do cinismo. Quando o espectador sai do
cinema ou da plataforma de streaming na qual se divertiu com a história
improvável, o Brasil continua o mesmo, talvez até pior por conta do aumento da
fome e das incompreensões políticas, mas a profecia de Krenak é a ameaça de um
cartão vermelho real. Não há como tratá-lo com ironia. O cinismo diante dessa
possibilidade é irresponsável.
O
drama cinematográfico acaba em alegria geral pela derrota da absurda medida
governamental. Os injustos são socados na cara e os justos transformam a
desgraça em utopia colorida, reforçando o conceito humanista de que no fim o
amor vencerá. Na distopia real de um mundo em cacos, com a economia em
frangalhos, o caos ambiental, a guerra ameaçando pela terceira vez se tornar
mundial e os líderes políticos mais falando que fazendo, como diz a canção de
Luiz Caldas, “haja amor”!
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Sede ao pote
O
ex-governador Ivo Cassol (PP) entrou na corrida sucessória com muita sede ao
pote, logo desbancando todo mundo, virando a eleição de cabeça para baixo e
despontando como o grande favorito da parada. Mas ao discursar que se elegendo
será um mandato de oito anos –com eleição agora e reeleição depois –atiçou a
ira dos adversários que se uniram para derrubar sua candidatura. Gregos e
troianos mexeram os pauzinhos. O resultado da reação (conspiração?) pode
acontecer ainda hoje com o julgamento da sua liminar que permitia sua
candidatura ao CPA. Vamos ver como vai ficar esta situação toda.
Muda tudo
Cassol
caindo do cavalo é o sonho de consumo de todos os postulantes ao governo de
Rondônia. Todos são parte interessadas, principalmente os candidatos bolsonaristas
Marcos Rocha (União Brasil), Marcos Rogério (PL) e Leo Moraes (Podemos). Mas o
principal beneficiado pela possível desgraceira de Ivo seria Leo Moraes que
resgataria seu eventual favoritismo na capital e ganharia novas asas com o
apoio do ex-senador Expedito Junior (PSD) no interior. Tem muita coisa em jogo
e se Ivo ficar de fora, virá vem quente e fervendo para retaliar (os
adversários) quem montou sua cama de gato.
Eleições 2022
Com
as chapas completas e estratégias prontas para as eleições de outubro, os
postulantes ao governo do estado de Rondônia entram em campo para um pleito
previsivelmente em dois turnos. São sete candidatos e o último a completar sua
chapa foi Leo Moraes (Podemos-Porto Velho) que não se sujeitou a ser vice de
Ivo Cassol, até então seu padrinho político, e se aliou ao ex-senador Expedito
Junior (PSD-Rolim de Moura), seu novo guru e seu candidato ao Senado. Uma
aliança de perdas e ganhos para os dois lados, já que na capital Expedito tem
elevada rejeição.
Força nas urnas
Leo
e Expedito terão a oportunidade de provar nas urnas a sua força. Leo Moraes que
foi abandonado por Cristiane Lopes que foi bem votada a prefeitura de Porto Velho
e se bandeou para a turma do governador Marcos Rocha. Expedito que tentou ser
bolsonarista, mas foi repelido por Marcos Rogério, então tentou ser Lulista – quase
um petista! – e também foi rechaçado pela Frente Democrática. Tanta rejeição
não tornaram estas duas lideranças amarguradas, muito pelo contrário. Estão
felizes em pular cirandinha e juntos olham o futuro com otimismo.
A expectativa
A
expectativa da nova aliança é que Leo Moraes reforce Expedito na capital e que
ele ganhe impulso no interior do estado onde o ex-senador tem maior musculatura.
Para ser justo, Expedito tem sido um bom pé de coelho, dando sorte aos aliados,
mas sendo péssimo estrategista para ele mesmo. Lançou Ivo Cassol e levou um pé.
Projetou Marcos Rogério e Mariana e levou outro pé. E de pé em pé vai indo em
frente. A favor de Leo: foi o melhor vereador da capital, foi o melhor deputado
estadual de Rondônia e é o melhor deputado federal. A favor de Expedito: é um
verdadeiro campeão de votos nos pequenos e médios municípios, conferi isto nos
mapas eleitorais de pleitos anteriores.
Via Direta
*** Mais uma vez a Comissão de Ética da Assembleia
Legislativa se omitiu e o transloucado deputado Geraldo da Rondônia (PSC-Ariquemes)
se safou de ser afastado da Casa de Leis *** É um tal de cipoal de rabos
amarrados no Legislativo estadual que anda salvando muita gente dos seus
malfeitos. Lebrão, por exemplo, sequer foi molestado, mesmo com a filmagem
divulgada dando conta do recebimento de propinas de empresários *** Ainda restam algumas definições sobre o
pleito em outubro em Rondônia e elas poderão acontecer no decorre4r desta
sexta-feira e poderá influenciar as eleições ao governo de Rondônia e na
disputa ao Senado *** Por falar em recursos jurídicos os irmãos Donadoni –
Marcos e Natan- não se deram bem nos tribunais. Queriam disputar as eleições
através de liminares que foram negadas deixando ambos fora do pleito 2022.
Quem manda no país é o Congresso Nacional, com seus deputados federais e senadores
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