Sexta-feira, 7 de maio de 2021 - 09h08
Os
historiadores no futuro talvez declarem que a pandemia e o aquecimento global
decretaram o fim do chamado neoliberalismo, caracterizado pela redução do
Estado. Isto, porém, só vai acontecer se as empresas se renderem, correndo na
base do “barata voa” para baixo do guarda-chuva geral do Estado, pobre cobertor
que ao cobrir pescoço deixa pés de fora.
É
no mínimo irracional crer que será possível vencer inimigos tão pertinazes
quanto a miséria, as pandemias e as crises econômicas dissolvendo parlamentos e
tribunais para impor a ação violenta do Estado (ditadura), como também é no
mínimo ingênuo acreditar que a anulação do Estado permitirá uma autorregulação
perfeita da sociedade.
Sem
que um oprima o outro, com democracia e consensos, as crises econômica, social,
sanitária, ambiental e climática exigem amplitude, com ações resultantes do
diálogo positivo entre o Estado, os empresários e as representações legítimas
dos povos.
A
democracia ainda é uma argila sem forma final, manipulada por poucas mãos. A
construção da bioeconomia requer mais mãos trabalhando e mais cabeças capazes
de dialogar e colher consensos. Como não se trata só de enfrentar crises, mas
também de já pensar no pós-pandemia, a estruturação da bioeconomia na Amazônia depende
de um Estado democrático, empresários de fibra e povos participantes das
estratégias e soluções.
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Cheia histórica
Porto
Velho escapou de uma boa. Muitas cidades amazonenses, banhadas pelo Rio Madeira,
repetem a cheia histórica de 2014 em Rondônia. Os Rios Negro e Solimões também
estão deixando milhares de desabrigados no vizinho estado e até Manaus, a
capital do estado – e da pandemia do coronavirus - está com alguns bairros
isolados, construindo passarelas para ajudar no acesso das casas. Marcas
históricas de cheias o Amazonas estão sendo batidas. O nivel elevado dos rios
da região, como o Amazonas ajudaram a represar as águas do madeirão. Salve-se
quem puder!
Festa dos coiotes!
A
gestão do presidente americano Joe Biden está gerando um clima de otimismo e
atraindo novas levas de migrantes brasileiros. Lá a vacina contra a covid é
farta e o governo ajuda os desempregados com gordo auxílio emergencial. Em
Rondônia, principalmente na região central do estado, famílias inteiras estão
vendendo tudo que tem, visando uma vida melhor nos Estados Unidos. É uma festa
para os coiotes brasileiros, mexicanos e americanos que cuidam da passagem dos
imigrantes brasileiros no México para os Estados Unidos.
Apoio dos prefeitos
Uma
das apostas do governador Marcos Rocha para seu projeto de reeleição é o apoio
de prefeitos bem avaliados no estado. Entre eles estão Carla Redano (Ariquemes),
Eduardo Japonês (Vilhena) e Joãozinho Gonçalves (Jaru), o último é o grande
destaque da atual fornada a prefeitos. Não demora que ele vai galgar cargos
mais relevantes, como de senador ou governador. Também está inserido neste
contexto de apoio a Rocha, o respaldo de uma base aliada, formada por inúmeros
deputados estaduais na capital e do interior do estado.
Em recuperação
Recuperando
o terreno perdido e trabalhando na unificação do MDB que rachou desde a eleição
de 2018, o ex-senador Valdir Raupp vai costurando suas alianças para voltar ao
Congresso. Como a ave mitológica Fênix, que sempre renasce das cinzas, Raupp
que se recuperou até de uma derrota ao governo do estado, amargando alguns anos
de solidão, voltou como o senador mais votado de Rondônia, derrotando até o
poderoso rival Ivo Cassol, que ficou com a segunda vaga ao Senado na época. Para
voltar ao pódio agora aposta na fragmentação de votos dos concorrentes. São muitos
candidatos ao Senado em 2022.
A hegemonia
Pela
primeira vez, depois de muito tempo Rolim de Moura ficou sem governador e
senador na sua representação política. Berço de lideranças, Rolim já projetou
os governadores Valdir Raupp, Ivo Cassol (que também foram senadores), além de
João Cahula. Ao Senado a região da Zona da Mata também contou com Expedito
Junior. Ivo, diga-se de passagem, teve dois mandatos seguidos, tenta voltar ao
pódio e trabalha para se livrar das amarras na justiça para 2022. Retomar a
hegemonia é a palavra de ordens na região de Rolim.
A indecisão I
Já,
em Porto Velho, existe a indecisão reinante. O prefeito Hildon Chaves será candidato
ao governo do estado ou ao Senado? Ele está examinando as conjuminâncias. Bem
avaliado na capital, desde que não tenha o predador Leo Mores no caminho ao cargo
em disputa, Hildon deve contar com uma grande vitória na capital. O entrave do
alcaide são as bases interioranas, onde estão concentrados dois terços do eleitorado
rondoniense. Em cidades polos como Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal e Vilhena ele
vai precisar reforçar as suas paliçadas.
A indecisão II
Também
está bem indeciso quanto a disputa do cargo eletivo o deputado federal Leo
Moraes (Podemos), liderança emergente no estado, depois de ter exercido cargos
como vereador, deputado estadual e agora federal. Leo também estuda o quadro
para uma definição. Uma coisa é certa, disputar a mesma função que o prefeito Hilton
Chaves (ao governo) seria uma baita fria, já que os dois acabariam rachando o
eleitorado na capital e se afundando nas águas do Rio Madeira. Portanto, havendo
vida inteligente na política, será evitado um confronto direto entre Hildon x
Leo na peleja ao CPA.
Via Direta
*** As invasões as terras indígenas em
Rondônia seguem sem dó e piedade. Várias tribos protestam em vão, já que as
providências quando tomadas já são tardias. Os Karipunas urram com a violência
dos invasores ***
Os índios não podem nem reclamar pois cada vez que um líder indígena chia se
torna investigado pela Policia Federal. É coisa de louco *** O comércio lojista já começa a receber os primeiros reflexos do Dia
das Mães. O movimento melhorou e deve aumentar ainda mais nos próximos dias ***
Proliferam os vendedores ambulantes pelas ruas da capital rondoniense. Tem
salgadinho até a R$ 1,00 e muito marmitex abaixo de R$ 10,00 na praça *** Lojas e restaurantes tradicionais
seguem fechando as portas, principalmente as dedicadas à classe média em
Rondônia.
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