Terça-feira, 9 de agosto de 2022 - 08h00
Parte
da Teoria do Caos, o Efeito Borboleta considera que o bater das asas de um
inseto no hemisfério Norte pode causar um ciclone no Peru. E se o ciclone
hipotético provocar o derretimento de geleiras, fazendo-as diminuir 50% no Peru
e 30% nos Andes tropicais? Ciclone à parte, o aquecimento global é acusado de
causar de fato a desastrosa redução das geleiras sul-americanas, nas
percentagens citadas e não só na mera hipótese. Isso ocorre desde 1980, quando
começou a medição.
Gelo
derretido é mais água correndo, mas isso pode não ser bom se resulta de
desequilíbrio natural, a julgar pelo relatório anual da Organização
Meteorológica Mundial (OMM) sobre a situação do clima na América Latina e no
Caribe. Sua leitura lembra as novelas de Stephen King: até começa leve, mas
duas páginas adiante já instala o clima de terror. Nesse caso, a geleira
derretida vai piorar a vida dos sul-americanos. Inicialmente, por decorrer do
aquecimento além da conta. Depois por originar mais um quadro de crise hídrica
e levar à insegurança alimentar.
A
grande vantagem do relatório da OMM sobre as profecias apocalípticas é que os
profetas não sugerem nenhuma saída para impedir os quatro cavaleiros da
desgraça – peste, guerra, fome e morte –, de assolar o mundo antes
do Armagedom. O relatório, ao contrário, sugere os meios viáveis para evitar a
pior história de terror de todos os tempos.
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Um recorde
Com
recorde de candidatos ao governo de Rondônia, o pleito de outubro contará com
sete postulantes. Seis nomes já militando e um deles, do Partido Agir, inteiramente
desconhecido. Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura), Marcos Rocha (União Brasil-Porto
Velho), Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná), Leo Moraes (Podemos-Porto Velho), Daniel
Pereira (Solidariedade-Porto Velho), Pimenta de Rondônia (PSOL-Porto Velho) e Valclei
Queiroz (Agir- Porto Velho). Cinco postulantes com reduto na capital,
fragmentando o eleitorado da capital, num baita processo de canibalismo.
Ninguém recuou
Muita
gente acreditava que era só o ex-governador Ivo Cassol, novo favorito geral
para a eleição deste ano bater o pé que Marcos Rogério (PL) e Leo Moraes (Podemos)
pulariam fora desistindo da eleição, com o rabo entre as pernas. Não foi o que
aconteceu e ambos promoveram duas grandes convenções no final de semana
demonstrando que podem entrar em campanha para valer. Marcos Rogério já com a
chapa completa, Leo Moraes ainda desfalcado dos seus candidatos a vice e ao
Senado e perigando desistir. Se os dois fizerem as contas vão constatar que já estão
com as suas asas avariadas por Cassolão.
Tem motivos
Mas
tanto Marcos Rogério como Leo Moraes teriam seus motivos para se manter no
jogo. O primeiro deles é que consideram o registro da candidatura de Ivo Cassol
provisório e que pode ser revertido nas instâncias superiores. Caso a coisa se
prolongue o jogo de estratégia seria carimbar a testa de Cassolão como candidatura
sangrando, minando a confiança do eleitorado na reta final. Ambos também
apostam no apoio do eleitorado jovem, majoritário no estado. Não bastasse, Ivo
conta com um calcanhar de Aquiles na capital que vai exigir um bom marketing da
sua equipe.
A regionalização
Na
disputa ao Senado, tudo virou de cabeça para baixo com a liberação do senador Acir Gurgacz (PDT-Ji-Paraná) para a
reeleição. É possível constatar uma regionalização das candidaturas: Mariana
Carvalho mais forte na capital, Acir Gurgacz predominando na região central e
arredores, Jayme Bagatoli no Cone Sul rondoniense, Jaqueline Cassol (Nas regiões
do Café e da Mata), Claudia Moura (MDB) no Vale do Jamari. Voltando Expedito
(PSD-Rolim de Moura) vai fragmentar ainda mais o eleitorado nestas regiões e no
sul do estado.
O Bolsonarismo
Como
na disputa ao governo estadual, o bolsonarismo no confronto ao Senado também está
rachado. Uma parte deste segmento,
ligado ao governador Marcos Rocha, com Mariana Carvalho, outra porção
ligada a Marcos Rogério, com Jaime Bagatolli. Como o bolsonarismo em Porto Velho
(um terço do eleitorado) não é expressivo, os adversários do presidente Jair Messias podem levar vantagem por aqui
garantindo uma boa votação para seus postulantes ao governo e ao Senado da Frente
Democrática. Mas tem muita coisa ainda indefinida com muitas idas e vindas nas
composições políticas – inclusive desistências.
Via Direta
*** O ex-deputado federal Carlos Magno
(Podemos -Ouro Preto do Oeste) que ficou
de fora da eleição a ALE, barrado no baile pelo diretório estadual poderá ser
reabilitado ainda como vice numa
composição negociada com Ivo Cassol *** Como se sabe ele
foi vetado em convenção na disputa de uma cadeira a Assembleia Legislativa *** Paraná e Santa Catarina seguem recebendo
contingentes de trabalhadores na construção civil e nos frigoríficos procedentes de Rondônia e do estado do Pará ***
Também os polos de confecções do sul estão recebendo operários rondonienses
oferecendo melhores salários *** Como se
vê, embora tenha um agronegócio poderoso, Rondônia segue perdendo contingentes
na migração interna (PR e SC) e para o exterior, EUA, Portugal e Espanha
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