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Carlos Sperança

Lacrar favorece fakes + Briga ao Senado + Aposta de Mariana + Os macacos velhos


Lacrar favorece fakes + Briga ao Senado + Aposta de Mariana + Os macacos velhos - Gente de Opinião

Lacrar favorece fakes

Na intenção de “lacrar” – encerrar uma discussão com argumentos que causam surpresa e falta de reação do oponente – meias verdades e suposições baseadas no medo podem parecer verdades definitivas. Espertalhões “empreendedores” venderam em 1910 caras máscaras de proteção a incautos depois de lacrar com um misto de religião e ciência que o Cometa de Halley mataria milhões com sua cauda venenosa.

Os cientistas diziam que ele passaria muito longe, mas o medo falou mais alto e o negócio de máscaras prosperou. Os negacionistas relaxam nos cuidados ambientais lacrando que Deus, ETs e a natureza darão um jeito no desmatamento. Os mais moderninhos até lacram que além das forças divinas e extraterrestes a própria ciência humana terá em breve recursos que, a exemplo das máscaras dos malandros em 1910, resolverão o problema “naturalmente”.

Em sentido oposto, ambientalistas apocalípticos já lacram que o mundo chegou ao ponto sem volta. A destruição foi tanta que qualquer cuidado com o clima apenas amenizará os danos já irreversíveis. Só se livrarão os ricos, que financiam saídas do tipo aeroporto – neste caso, espaçoporto, rumo à Lua ou Marte. Há muito a pensar e medir, mas uma antiga lacração ainda continua válida: os piores lugares do inferno estão reservados aos omissos (Dante Alighieri, Divina Comédia, ano de 1320).

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Briga ao Senado

Se vê que a disputa ao Senado vai se acirrar daqui para frente. Cada um dos candidatos defendendo seus redutos com unhas e dentes. O senador Acir Gurgacz (PDT-RO), por exemplo, com seu projeto de reeleição conta com a fidelidade do eleitorado de Ji-Paraná e da região central da BR, a mais populosa do interior do estado. No último sábado foi lançada a campanha de Acir na capital da BR num encontro que mobilizou as lideranças dos partidos alinhados também a candidatura de Daniel Pereira ao governo estadual. Uma grande largada do pedetista com a militância indo as ruas a partir de agora.

Aposta de Mariana

A aposta da candidata de Porto Velho ao Senado, deputada federal Mariana Carvalho (Progressistas) reside na aliança com o governador Marcos Rocha (Aliança Brasil) e num eventual racha dos candidatos radicados no interior. Certamente quando decidiu disputar o Senado não contava com o projeto de reeleição de Acir e tampouco com uma candidatura do ex-senador Expedito Junior (PSD) e com isto teve que mudar alguma coisa no seu jogo de estratégia. Ninguém vai facilitar a vida de ninguém na peleja. Mas pode ainda ser beneficiada pelo racha do bolsonarismo no interior.

Jogo de estratégia

Bem posicionado no interior do estado, o senador Marcos Rogério, candidato do PL ao governo do estado fez uma blitz em Porto Velho na semana passada. Foram visitações, entrevistas à imprensa e no jogo de estratégia um plano de governo beneficiando a capital em vários pontos, não esquecendo de prometer um estádio novo em folha e falando décor e salteado dos problemas dos maiores bairros da cidade. Ao homem do campo tão atingido pelos seguidos assaltos e roubo de gado, caminhonetes e até maquinários agrícolas, prevê um batalhão rural. Mas o mote da sua campanha é a saúde é neste ponto que ele centra fogo na gestão Marcos Rocha.

A polarização

Os dois candidatos com redutos no interior do estado, o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) e Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) estão sentando o porrete na gestão Marcos Rocha (União Brasil). A estratégia é buscar a polarização com Marcos Rocha. Neste contexto, um aspecto interessante: Ivo não ataca Marcos Rogério, tampouco este agride Ivo Cassol. E também se conclui com esta busca da polarização que: 1- Marcos Rocha está bem na foto na busca de uma vaga para um previsível segundo turno 2- Que tanto para Marcos Rogerio como para Ivo Cassol o adversário preferencial para o segundo turno é Marcos Rocha.

Os macacos velhos

Teremos uma grande disputa nas eleições 2022 em Rondônia entre os candidatos mais velhos, os chamados “macacos velhos”, contra os candidatos mais jovens. É um conflito de gerações. No estado predominam os eleitores mais jovens, abaixo dos 40 anos, mas isso não impede os macacos velhos, com mais experiência e largas folhas de serviços prestados a comunidade rondoniense levar a melhor. È pena que algumas lideranças históricas estejam fora do pleito, casos do ex-governador Valdir Raupp e do ex-ministro Amir Lando, do ex-governador José Bianco, que por um motivo e outro não estão concorrendo. A reposição de boas lideranças no estado tem sido difícil.

 

Via Direta

***As mais recentes pesquisas retratando uma boa vantagem do ex-presidente Lula na corrida ao Palácio do Planalto entusiasmaram as forças ligadas ao candidato ao governo estadual da Frente Democrática Daniel Pereira *** O postulante da aliança tem percorrido o interior, principalmente no seu segundo maior reduto, a região do Cone Sul rondoniense, onde cumpriu dois mandatos como deputado estadual *** Daqui para Frente o governador Marcos Rocha (União Brasil) vai precisar de capacete nas suas andanças em Rondônia. Todos os candidatos estão largando o porrete no afável mandatário *** Bolsa de apostas: quem o presidente Jair Bolsonaro vai apoiar na peleja pelo CPA Rio Madeira em Rondônia? São pelo menos quatro candidatos do segmento e três deles fazendo oposição ao atual governador do estado.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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