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Carlos Sperança

Liberdade tem limites + Nossos governadores + Mal hábitos dos políticos


Liberdade tem limites + Nossos governadores + Mal hábitos dos políticos - Gente de Opinião

Liberdade tem limites

Pesquisa do Instituto Opinião mostrou que 83,6% são contra a volta da ditadura, até porque uma ditadura nos padrões egolátricos atuais (Putin, Erdogan etc) seria bem diferente da ditadura dos generais, que se alternaram no poder. Os problemas que o Brasil vive hoje não vêm das regras democráticas, mas da falta de democracia nas ações de governantes respaldados por legisladores venais, que traem os eleitores negociando votos.

Uma das garantias democráticas é a liberdade de expressão. Embora psicopatas não liguem para limites, ela vai até onde começa o direito dos outros. Para regular os limites existem as leis. Como não se aceita a distorcida “liberdade” de sair atirando ente numa igreja ou escola, também não é de bom-tom achar que se pode pregar contra o Estado de direito democrático.

Ao propor a internacionalização da gestão na Amazônia o teólogo Leonardo Boff exerce, é claro, o direito à liberdade de expressão. Debater é preciso, questionar é necessário, criticar, sugerir e propor são exercícios perfeitos de liberdade. Mas a soberania brasileira é inquestionável. Por melhores que sejam as intenções de Boff, não é lúcido provocar os paranoicos antidemocráticos que praticam crimes ambientais sob o argumento pseudonacionalista de que “já destruíram a floresta deles, queremos liberdade para destruir a nossa”. A Amazônia é nossa (dos países que a compartilham) e sempre será.

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O entendimento

Finalmente a Frente Democrática Popular rondoniense se entendeu e escalou seu time para enfrentar a corrida sucessória estadual 2022. Para governador Vinicius Miguel (PSB-Porto Velho), para vice Anselmo de Jesus (PT-Ji-Paraná), para Senado, Daniel Pereira (Solidariedade -Porto Velho). Isto significa que o deputado federal Mauro Nazif (PSB) foi escanteado da disputa ao Senado pela aliança e terá que disputar a reeleição, sendo ele e Chrisóstomo (PL) os mais cotados para cair para a série B, já que vieram com votações pífias na eleição de 2018 e contam com chapas proporcionais improváveis para obter o pódio.

A multiplicação

Esta aliança de esquerda rondoniense depende muito de Lula para crescer em Rondônia, numa espécie de onda vermelha que até agora nem começou e que não sinaliza a antiga explosão. Uma coalizão que se verá obrigada a fazer o milagre da multiplicação. Veja o caso de Vinicius Miguel: levou uma peia na eleição a prefeito de Hildon e Cristiane e terá que multiplicar geometricamente seus votos para desembarcar no segundo turno. Anselmo de Jesus é vice em uma cidade que tem candidato próprio a governador, que é Marcos Rogério, onde o bolsonarismo viceja. E Pereirinha contra Mariana na capital, Expedito, Raupp e Bagatolli no interior é presa fácil.

Nossos governadores

Mas nem tudo está perdido para nossa composição de esquerda. A tradição em Rondônia é dos favoritos levarem pau. Em 1986 deu Jeronimo Santana (PMDB-Porto Velho), contra o favorito Odacir Soares (PDS-Porto Velho), que tinha José Bianco de vice, numa chapa poderosa e reforçada. Em 1990, outra zebra, o favorito Valdir Raupp (Rolim de Moura) foi batido por Oswaldo Piana Filho (Porto Velho), em 1994 Raupp se reabilitou e derrotou numa virada sensacional o então favorito Chiquilito Erse (Porto Velho). Na eleição seguinte, em1998, Raupp favoritíssimo, sucumbiu perante José Bianco (Ji-Paraná).

Os reeleitos

Enfrentando grave crise em seu governo pelo legado recebido gerado desde os idos do território que inchou a folha dos servidores, José Bianco se viu obrigado a tocar um pacote de demissões – cerca de 5 mil ou mais - determinadas pela União. Com isto acabou se dando mal na reeleição, dando início a era Ivo Cassol eleito em 2002 e reeleito em 2006. Em 2010, o início da era Confúcio Moura (MDB-Ariquemes), eleito e posteriormente reeleito em 2014 chegando aos dias de hoje com o governador Marcos Rocha (Porto Velho) eleito em 2018 e buscando a reeleição

Curiosidades

Existem mal hábitos dos políticos rondonienses cultivados desde os primórdios por aqui. Os candidatos a governadores oposicionistas xingando e caluniando a torto e a direito os mandatários de plantão. Já, os governadores (o mesmo modus operandi usados pelos prefeitos de Porto Velho) usando a máquina administrativa, perseguindo os opositores, obrigando os comissionados a trabalhar nas campanhas na marra e falsificando pesquisas para iludir o eleitorado. A curiosidade é que a coisa não mudou muito de décadas para cá. Na verdade, só tem piorado com a internet e as fakes News.

Via Direta

*** A eleição de 2022 é um desafio para os chamados macacos velhos da política rondoniense *** Vindo de tentativas frustradas, os ex-prefeitos José Guedes (PSDB) disputa o governo de Rondônia, Carlinhos Camurça uma cadeira a Assembleia Legislativa *** Também é o caso do ex-prefeito de Ouro Preto do Oeste Carlos Magno (Solidariedade) que visa uma cadeira a Assembleia Legislativa, o ex-ministro Amir Lando (MDB) na busca do Senado, da ex-senadora Fatima Cleide (PT) na briga por cadeira â Câmara dos Deputados *** Ex-deputados estaduais também tentam a reabilitação: Hermínio Coelho (Porto Velho), Só na Bença (Pimenta Bueno), Ezequiel (Machadinho), Glaucione Nery (Cacoal), Maurão de Carvalho (Ministro Andreazza) *** E como nos pleitos passados, temos um batalhão de policiais, evangélicos e comunicadores nas eleições 2022. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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