Terça-feira, 2 de março de 2021 - 08h31
Epidemias
e enterros em massa não são fenômenos recentes na Amazônia. As doenças
acompanham a história. Homens fortes tombaram durante as obras da Estrada de
Ferro Madeira-Mamoré: “um cadáver para cada dormente”, diz a tradição. A
malária também marcou o extrativismo e a mineração.
O
relatório elaborado em 1967 pelo procurador Jader Figueiredo a pedido do
governo militar, trancado como segredo durante décadas pela ditadura que se
impôs em 1968, menciona a inoculação proposital do “vírus da varíola nos
infelizes indígenas para que se pudessem distribuir suas terras entre figurões
do governo”.
A
Amazônia entrou em 2021 no triste embalo da tragédia sanitária. As lições da
primeira onda do novo coronavírus foram esquecidas assim que a curva de
contágio se reduziu, detonando festivas e descuidadas atividades que abriram
tragicamente a guarda para a segunda onda. Agora a região é considerada
prioritária para a vacinação, mas sem os cuidados necessários poderá haver uma
terceira onda.
A
segunda veio mais letal que a primeira e não há como saber como virá a hipotética
terceira. Tratada com negacionismo e medidas insuficientes desde o início, o mínimo
a esperar é que as lições desta segunda onda, com suas variantes, sejam aprendidas
para que a perversa tradição dos enterros em massa tenha fim.
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Clima de terror
As
facções criminosas ligadas ao narcotráfico estão impondo um clima de terror em
Porto Velho, lembrando as crueldades cometidas na chacina do presídio Urso Branco
há quase duas décadas. Execuções impiedosas, com cabeça decepada, orelhas
cortadas, seguem um ritual de violência para intimidar os concorrentes. Os
grandes conjuntos habitacionais se transformaram em ninhos do crime organizado
e as autoridades policiais já não dão conta de conter esta situação.
A revogação
Com
a revogação do decreto que proibia a entrada de imigrantes nos Estados Unidos
pelo presidente Joe Biden, uma nova leva de rondonienses está buscando o
acesso, mesmo com a pandemia ainda nas alturas naquelas bandas. Como pelos
meios legais a coisa continua difícil, o auxílio dos chamados “coiotes” para a
passagem pela fronteira com o México segue sendo uma das alternativas encontradas
por brasileiros, haitianos, venezuelanos, africanos, etc. Por aqui o desemprego
tem sido o principal motivo da busca por novos ares.
A repercussão
Nos
últimos dias rolaram polemicas sobre os pronunciamentos do secretário de estado
da Saúde Fernando Máximo (em alta com a opinião pública) e o govenador Marcos
Rocha, buscando um tratamento midiático de choque para conter o alastramento do
coronavirus em Rondônia. Com bom espaço nas redes nacionais, suas declarações
com alertas de impactos ganharam repercussão em outros centros que convivem com
a mesma realidade. De fato, Rondônia vivencia seu pior momento na pandemia.
Toda razão
Governador
e secretario da Saúde até sofreram críticas por “assustar” a população. Mas 100
por cento dos hospitais lotados é mais aterrorizante. Ora, assustando a
população quase a metade do povão não obedece às orientações da OMS quanto ao
uso da máscara e isolamento social, imagina-se sem campanhas de impacto sobre a
perda de entes queridos próximos como as mãezinhas e avós? Todo susto é válido
neste momento para abrir os olhos de pessoas negacionistas estimulando e
espalhando a covid em Porto Velho e por aí afora.
Os estupros
Os estupros em tempos
de pandemia têm aumentado em Rondônia nos últimos meses. As pesquisas indicam
que um elevado percentual de abusos é oriundo do círculo familiar, com pais, padrastos,
irmãos, conforme os indicativos divulgados por entidades sociais. No entanto,
também temos ocorrências de estranhos invadindo as casas, arrombando janelas
pela madrugada em bairros periféricos de Porto Velho. E tem muito presidiário foragido perambulado
pela cidade.
Via Direta
***
No encontro das águas dos Rios Madeira e Abunã, está em fase de conclusão a
ponte Rondônia-Acre com inauguração prevista para segunda quinzena deste mês de
março *** Impressiona tantas toneladas
de cocaína aprendidas em território rondoniense nas últimas semanas. É um
negócio que não para e o consumo segue elevado em plena pandemia do covid ***
Trocando de focinho de porco para tomada: a cada ameaça de enchente do Rio Madeira
redobram as reivindicações sobre as prometidas barreiras de contenção no
Madeirão. As autoridades fazem ouvidos moucos, como sempre! *** E o prefeito Hildon Chaves começa as
articulações tendo em vista sua candidatura ao CPA no ano que vem.
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