Segunda-feira, 23 de maio de 2022 - 08h10
Quando
se fala em evolução, o nome que surge de imediato é Charles Darwin. Quando o
assunto é dedicação à Amazônia, é obrigatório lembrar Chico Mendes. Mas nos
dois casos há outras pessoas que merecem ser mencionadas e foram esquecidas, como
o naturalista inglês Henry Walter Bates (1825–1892),
que passou onze anos caçando borboletas na região. Falta ainda muito a dizer
sobre Bates, mas duas coisas são obrigatórias, no ano em que é lembrado o 130º
aniversário de sua morte.
Primeira,
o estudo das borboletas amazônicas de Bates permitiu a Darwin virar o jogo a
seu favor quando era atacado violentamente por negacionistas que hostilizavam a
teoria da evolução. Segunda, todo o trabalho de Bates foi ancorado na parceria
e interação com as comunidades locais de indígenas, escravos, libertos e
ribeirinhos. Ele sempre reconheceu esse fator como determinante para as
atividades diárias de exploração, incursões pela floresta, caça e captura dos
espécimes.
Por
se insurgir contra os poderosos de sua época, Bates foi marginalizado e
esquecido, mas pelo menos a conclusão central de suas pesquisas foi
imortalizada, decorrente do estudo de uma capacidade de suas amigas borboletas,
na época ainda ignorada pela ciência: o mimetismo batesiano. Uma lição delas
sobre como é preciso se adaptar para sobreviver, válida tanto para os frágeis
insetos quanto para os poderosos homens.
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Crise na esquerda
A
coalizão de partidos de esquerda e siglas alinhadas ao projeto de eleição do
ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) ainda não definiu seu candidato ao
governo de Rondônia. Antes das convenções que vão solidificar a aliança em
agosto, os partidos vão deliberar qual será o candidato ao CPA, entre o ex-governador
Daniel Pereira (Solidariedade) e o professor universitário Vinicius Miguel
(PSB). Também a eleição ao Senado carece de definições. Tanto pode ser Ramon
Cujui (PT), Mauro Nazif (PSB), e quem
sobrar entre Daniel Pereira e Vinicius Miguel na peleja ao governo.
Haja dúvidas!
Temos
a eleição mais catimbada da história de Rondônia tantas indefinições nas
pelejas ao governo do estado e ao Senado. Pergunta-se se a postulação de Marcos
Rogério ao governo é para valer, já que nos círculos políticos se fala que é
jogo de cena, e que se ele fosse nomeado ministro ou outro cargo federal pelo
presidente Jair Bolsonaro desistiria da disputa. E será que o deputado federal
Mauro Nazif (PSB) será candidato ao Senado mesmo? E na frente de esquerda, o
ungido de Lula seria Vinicius Miguel (PSB) ou Daniel Pereira (Solidariedade)? E
Expedito Junior (PSD), como fica nesta temporada, se o presidente Bolsonaro
optar em apoiar Jayme Bagatolli (PL) em Rondônia?
As alianças
Vejamos o comportamento dos ex-governadores
Ivo Cassol (PP) e Confúcio Moura (MDB), como as duas grandes forças políticas
de Rondônia vão se alinhar aos atuais candidatos ao governo nas eleições 2022.
Ivo Cassol, possivelmente vai se unir a candidatura do deputado federal Leo Moraes
(Podemos), lançando sua mana Jaqueline Cassol ao Senado. No caso de Confúcio
ele está sendo aclamado para disputar o governo do estado sob pena do seu
partido naufragar nas urnas sem um candidato majoritário. A direita vem com uma
carrada de candidaturas ao Senado: Mariana Carvalho (Progressistas), Jaqueline
Cassol (PP), Jayme Bagatolli (PL). É muita canibalização entre os bolsonaristas.
Coisa de louco!
Foi
oportuna a denúncia do senador Marcos Rogério (PL-RO) quanto aos casos de
xenofobia e racismo contra imigrantes brasileiros em Portugal. Na escalada imigratória
brasileira para Portugal, Rondônia é o terceiro estado que mais exporta
imigrantes – atrás e Minas Gerais e Espirito Santo – para a terrinha de Camões.
Falei com alguns imigrantes brasileiros que relataram que as mulheres
portuguesas taxam as brasileiras de vadias, porque segundo elas vão para lá,
para roubar seus maridos. As imigrantes brasileiras, na maioria trabalham como
empregadas domesticas, ralam pesado e no caso dos homens a maioria vai para a
construção civil.
No prejuízo
A
opção da família Bolsonaro pela candidatura ao Senado em Rondônia do empresário
Jayme Bagatoli (PL-Vilhena) pode deixar o ungido do senador Marcos Rogério,
Expedito Junior no prejuízo. Ocorre que a benção de Jair Messias será para a
dobradinha Marcos Rogério/Bagatolli e o bolsonarismo rondoniense todo concentrado
na postulação Bagatolli. Por conseguinte, mesmo Expedito tendo luz própria, não
terá a força do presidente, que é enorme em Rondônia. Esta situação já quebra o
favoritismo de Expedito na sua campanha ao Senado e prejudica também as
aspirações da neobolsonarista Mariana Carvalho.
Via Direta
*** Depois de uma onda de restaurantes
em Porto Velho nos últimos anos, num verdadeiro efeito manada, vários deles
fecharam nos últimos meses por falta de clientes *** Vamos ver como
ficará o ramo das farmácias, cujo segmento fez pipocar unidades de várias redes
na capital rondoniense no ano passado e em 2022 *** Só a FTP, que é uma corporação rondoniense, tem 14 espalhadas pelos
bairros para enfrentar as gigantes Drogasil, Santo Remédio e Ultrafarma *** O setor dos supermercados também
teve baixas e alguns deles chegaram a fechar as seções de açougues e
lanchonete, como o emergente Tuitt, na Avenida Rafael Vaz e Silva, na Liberdade
***
Finalmente o lençol freático de Porto Velho está baixando depois de um ano de
muitas alagações nas regiões mais afetadas pela falta de drenagem. Não tarda os
poços caseiros estarão secando.
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