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Carlos Sperança

Matar no ninho e as novas rodoviárias


Matar no ninho e as novas rodoviárias - Gente de Opinião

Matar no ninho

A imagem do Brasil na última década piorou tanto que não bastam atos positivos, caso do decreto federal viabilizando as atividades do Centro de Bionegócios da Amazônia. Investidores e clientes, os primeiros com desdobramentos mais elaborados e os últimos com dados objetivos e diretos, mesmo aplaudindo as boas disposições para o futuro querem fatos do já e do agora.

O fato mais objetivo é que o desmatamento criminoso é a grande pedra no sapato nacional. Há um mês, o Parlamento Europeu – nata política dos 27 países da UE – proibiu a venda de produtos vindos do desmatamento florestal. Além da madeira, gado, soja, café, cacau, borracha e dendê. Também estão na lista os derivados: couro, chocolate, móveis, carvão, produtos de papel e óleo de palma, entre outros. O ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, está empenhado em mostrar que a lei é precipitada, pois o governo brasileiro não aceita o desmatamento ilegal e há políticas públicas claras para combater os crimes ambientais.

Será difícil revogar a lei, mas se pode ganhar tempo antes que ela fique irreversível. Tempo no qual o combate ao crime deve se ampliar para os mecanismos de observação provarem que as medidas tomadas funcionam. A Inteligência Artificial vai ajudar: o Imazon conta com a plataforma PrevisIA, espécie de maga vidente que prevê onde o desmatamento vai acontecer. Matar o crime no ninho, via inteligência, é o sonho de toda boa polícia.

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As fronteiras

O ministro da Justiça Flavio Dino desembarca nesta sexta-feira no Acre para participar de solenidade de entrega de equipamentos de segurança e se fazer presente em Brasileia em seminários para tratar dos problemas de segurança nas fronteiras do Brasil com países vizinhos como a Bolívia Peru e Colômbia, tomadas pelo narcotráfico. Neste contexto tanto o Acre como Rondônia se transformaram em corredores de exportação da cocaína dos carteis dos vizinhos pela BR 364, de Rio Branco a Porto Velho seguindo toneladas de droga e de armas para os estados do Sul e do Nordeste.

Novas rodoviárias

Ariquemes, Porto Velho e Manaus (AM) esperam contar nos próximos anos com suas novas rodoviárias. Em Ariquemes, o projeto ainda estava empacado na semana passada com atrasos no pagamento dos funcionários da empreiteira, em Porto Velho a antiga já foi demolida e toda área já foi limpa e cercada para o início do novo empreendimento na Av. Jorge Teixeira, em Manaus os políticos ainda brigam por causa da localização do novo terminal. O certo é que rodoviária nova dá trabalho, se sabe quando começa e nunca se sabe quando termina.

As tragédias

O ano de 1981 jamais será esquecido na Amazônia. Foi quando aconteceram os dois grandes naufrágios na região, um deles, com o navio Novo Amapá, saindo do Porto de Santana (AP), considerado o maior do país até hoje, quando 400 pessoas morreram numa tragédia anunciada, com tantos passageiros e carga acima das cotas determinadas pelas leis de navegação. Ainda em 1981, no final do ano, o navio Sobral Santos II deixaria 340 vítimas no Pará. Até hoje na região Norte a maioria dos acidentes tem sido pela sobrecarga de mercadorias e excesso de passageiros, com fiscalização falha.

Uma solução

Em Ouro Preto do Oeste, onde o prefeito Alex Testoni estava “sovinando” atendimento a pacientes da saúde de cidades adjacentes nos hospitais do município se busca uma saída que poderá acontecer na próxima semana com repasses financeiros do governo estadual que se alarmou com a situação. Dezenas de exames, consultas e atendimentos de média complexidade, deixaram de ser efetuadas e muitas famílias ficaram desesperadas com a situação. Textoni, quando precisa, sabe mandar pacientes para outras cidades, mas quando as outras localidades precisam de solidariedade, ele se nega. Depois de muita pressão ele retomou os atendimentos provisoriamente.

A interiorização

Na próxima semana todas as atenções dos políticos estarão voltadas para a realização da Rondônia Rural Show, em Ji-Paraná, na região central do estado. O governo do estado, interiorizando a sua gestão, a Assembleia Legislativa com sessão itinerante e todos os políticos com interesse no pleito do ano que vem trocando tapinhas nas costas e afagando velhinhos e criancinhas, como é próprio desta categoria. Imagino que os candidatos a prefeito da capital da BR serão incansáveis na tarefa de distribuir sorrisos e abraços. O prefeito Esaú, o ex-prefeito Jesualdo e o deputado Laerte devem até ter treinado bastante para não fazer feio!

 

Via Direta

*** Na Câmara Federal, em nova tramoia, as dívidas dos partidos perante a justiça serão perdoadas. 2023 será um ano para ser esquecido *** A história da Lava Jato, que condenou tantos corruptos e agora sacrificou Deltan Dallagnol é muito recorrente no mundo da política. *** Na Itália, a Operação Mãos Limpas que inspirou a Lava Jato, foi extinta depois de um pacto bem-sucedido entre a máfia e os políticos. Assim, os bandidos viraram mocinhos e os xerifes se tornaram os bandidos *** Trocando de saco para mala: o preço da soja em queda livre durante a semana preocupou os agricultores. Acredita-se em breve recuperação já se pensando na nova safra. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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