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Carlos Sperança

Morte por esmagamento + Canibalização política + Marcos Rocha e a cooptação de prefeitos


Morte por esmagamento + Canibalização política + Marcos Rocha e a cooptação de prefeitos - Gente de Opinião

Morte por esmagamento

Causou comoção geral a morte de um homem esmagado pela queda de uma árvore em Vista Alegre do Abunã. Naquele mesmo segundo, outras 17 árvores também caíram na Amazônia, considerando a assustadora estatística revelada há pouco pelo Relatório Anual de Desmatamento do projeto MapBiomas.

A estatística não esmaga corpos de pessoas – no máximo causa nos brasileiros a dor de sentir que os esforços para zerar o desmatamento ainda estão longe da efetividade. A derrubada florestal de 1,9 hectare por minuto ou 18 árvores por segundo só na Amazônia em 2021 veio acompanhada pela maior velocidade com que as árvores caem: o ritmo das derrubadas alcançou a velocidade média de 0,18 hectare/dia, contra 0,16 ha em 2020.

No caso de Vista Alegre, foi esmagado por uma árvore em queda um homem que trabalhava no serviço de derrubada. No caso da estatística, a esmagada é a consciência nacional de que os esforços legais até agora anunciados e a ação efetiva contra o desmatamento continuam insuficientes, dificultando o cumprimento da promessa feita pelo Brasil de reduzir fortemente o desmatamento, ano a ano, até zerá-lo em 2030.

O luto da família que perdeu um homem jovem e trabalhador tem assim um equivalente em dor moral ao sentimento de que algo mais concreto precisa ser feito para que mais luto e dor não tenham origem no descuido com o clima e o meio ambiente.

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A canibalização

Que Porto Velho é uma cidade desunida desde os primórdios da construção da Ferrovia Madeira Mamoré, sendo colonizada por imigrantes de tantos países, já se sabia. Aqui até eleição de inspetor de quarteirão e inauguração de WC público dá confusão. Mas 110 anos depois da locomotiva apitar nestas bandas a cidade segue fragmentada. Evidência disto é o lançamento de quatro candidatos ao governo de Rondônia com um eleitorado de 350 mil eleitores contra uma única postulação do interior, que detém mais de um milhão de votantes. A canibalização política está em andamento. Veja como fica a situação dos candidatos da capital neste cenário criado.

Marcos Rocha (União Brasil)

O governador Marcos Rocha toca seu projeto de reeleição reforçado pelo cooptação de prefeitos do interior e lideranças expressivas na capital. Mesmo com tudo isto, se ganhar o pleito na capital não conseguirá uma boa diferença, já que seu grande rival Leo Moraes (Podemos) é o favorito por aqui. Fazer o dever de casa seria primordial para o atual governador, que comete seguidos equívocos no campo político, inclusive na formação da sua chapa. Mas tem boas cartas na manga, como o pagamento do funcionalismo e dos fornecedores rigorosamente em dia. Isto sempre funcionou bem na terrinha. Também conta com o poder do bolsonarismo no estado

Leo Moraes (Podemos)

O deputado federal Leo Moraes larga como favorito na disputa do CPA Rio Madeira na capital, mas vai depender muito do apoio do seu tutor político, o ex-governador Ivo Cassol (PP) no interior do estado para criar asas. É mais um caso de candidato com dificuldades de fazer o dever de casa, ou seja, ganhar bem com uma expressiva diferença no seu reduto, já que a fragmentação de votos aumentou consideravelmente na capital com o lançamento da Frente Democrática que terá como candidato o ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade). E se Ivo Cassol conseguir reverter sua situação na justiça será ele o candidato ao CPA e Leo acabará como seu vice.

Daniel Pereira (SOL)

O ex-governador Daniel Pereira, da Frente Democrática larga com sua base na capital prejudicada pela candidatura de Leo Moraes (Podemos), o que pode resultar num grande incomodo para ele também fazer o dever de casa, leia-se conquistar uma boa vitória na sua principal cidadela eleitoral.  Mas tem como trunfo ser o candidato de Lula em Rondônia e as militâncias aguerridas dos partidos de esquerda reforçadas agora pelo PDT. E como seu adversário Leo Moraes, vai precisar vitaminar as paliçadas no interior, onde o favorito é o terrivelmente bolsonarista Marcos Rogério (PL).

Pimenta de Rondônia (PSOL)

Mais uma vez o ex-marinheiro Pimenta de Rondônia, dissidente da Frente de Esquerda, tentará conquistar o governo estadual. É considerada a candidatura mais frágil eleitoralmente de todas as postadas até agora e a aliança em federação com a Rede, que indicou candidata a vice também não diz muito como um reforço considerável. Sua postulação não atinge as bases de Marcos Rocha e de Leo Moraes, mas pode causar alguns danos para Daniel Pereira da Frente Democrática onde a esquerda tem sua maior projeção. Como partidos em Rondônia, PSOL e Rede são considerados nanicos.

Via Direta

*** Temos um verdadeiro recorde de arrombamentos a residências e estabelecimentos comerciais na região central de Porto Velho *** A população e os comerciantes aguardam mais ação das autoridades de segurança pública. Que qual uma patrulha noturna da PM? É ladrão para todo lado carregando objetos nas costas *** O grupo Nova Era atingiu 17 unidades de supermercados na região Norte. A quinta unidade em Porto Velho já está para ser inaugurada *** Virou e mexeu e o ex-ministro da Previdência Amir Lando ficou de fora da disputa ao Senado em Rondônia. Foi rifado na convenção do MDB *** O ex-governador Confúcio Moura (MDB) vai coordenar a campanha da mana Claudia Moura ao Senado. Vamos ver se consegue transferir votos um desafio para seu partido cdca vez mais rachado.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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