Sexta-feira, 16 de setembro de 2022 - 08h26
No
Sul, abriu-se uma fresta na temporada de chuvas e a lua apareceu vermelha como
sangue. Olhos sentiram ardências e pulmões tiveram a respiração pesada. Longe
de ser um “sinal” do fim do mundo, os meteorologistas suspeitam que seriam
reflexos estendidos de milhares de focos de queimadas na Amazônia, em volume
20% maior que nessa época há um ano. Segundo o Inpe, a fumaça se espalha por
mais de 5 milhões de quilômetros e atinge os países vizinhos, até o distante
Uruguai.
O
Brasil de hoje é um desafio para o mundo. Os brasileiros pagam impostos, são
humanos direitos e têm direitos humanos, mas sofrem com a péssima imagem do
Brasil no exterior. Votar em outubro não lhes garante que a imagem desastrosa
do país será desfeita. Há eleições livres a cada dois anos, mas ao contrário da
democracia com participação direta da população na tomada de decisões o que se
vê são disputas entre egos e seitas.
Não
há um projeto de nação para os problemas estruturais do país. Prevalece a conjuntura
descuidada na qual a persistência da crise econômica redunda na volta da fome,
violência urbana piorada pela intolerância e agravamento do problema climático.
Liberdade para sofrer não é um ideal. A campanha eleitoral vai para a fase final,
mas as forças políticas em agressiva autopropaganda não mostram capacidade para
unir o país nos dias difíceis que virão depois do fim das medidas emergenciais.
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Os últimos....
Naqueles
idos do ciclo do garimpo do ouro tudo era possível em Rondônia ao final da década
de 70 e início dos anos 80. Acontecimentos políticos ainda em meados da década
de 80 já indicavam aquela máxima, de que por aqui na terrinha, os últimos
acabam sendo os primeiros. Ângelo Angelim (MDB-Vilhena) foi o deputado estadual
menos votado, desembarcando na Assembleia Legislativa depois de uma recontagem
de votos revertendo a eleição de Joaquim Rocha (Cacoal) e acabou sendo indicado
pela Assembleia Legislativa e homologado pelo Congresso Nacional como governador
tampão de Rondônia, no cobiçado cargo de Teixeirão.
...E os primeiros
O
que dizer da indicação do então vereador José Guedes (MDB), que chegou ao cargo
na eleição de 1982, numa repescagem de votos, beneficiado pela recontagem do
voto da sua esposa? Era um voto de diferença. Não bastasse esta façanha, Guedes
seria bafejado pela sorte para ser indicado prefeito da capital, substituindo o
então alcaide Sebastião Assef Valadares. Tudo para dizer que se tratando de
eleições tudo é possível em Rondônia e o favoritismo do governador Marcos Rocha
e do senador Marcos Rogério – de um ou de outro - para galgar ao segundo turno também
pode ser quebrado.
É coisa de louco!
O
que dizer dos candidatos a prefeito de Porto Velho que saíram do zero de
intenções de votos e galgaram o Palácio Tancredo Neves, sede da prefeitura da
capital? Os casos mais conhecidos são do petista Roberto Sobrinho numa disputa travada
com a aliança dos “invencíveis” Mauro Nazif, o candidato a prefeito com o apoio
na época de Carlinhos Camurça, com uma gestão bem avaliada. Querem mais
exemplos? Tem ainda a eleição de Mauro Nazif
(se recuperando) a prefeito na década passada numa virada sobre Lindomar Garçom
que tinha vencido o primeiro turno com grande diferença. E o vira-vira de
Hildon Chaves, com efeito manada de última hora, sobre Leo Moraes?
Eleições estaduais
Nas
eleições estaduais não faltam exemplos de que em Rondônia os últimos serão os
primeiros. Na primeira eleição a governador em 1986, Jerônimo Santana (MDB)
virou em cima de uma poderosa aliança, formada pelo senador Odacir Soares (PDS)
a governador, sendo ele o senador mais votado em 82 e o deputado estadual José
Bianco, presidente da Assembleia Legislativa sendo o deputado estadual mais
votado de Rondônia. O que se esperava era a chapa liderada pelo raposão devorar
com farofa a chapa dos emedebistas. Mas a onda Tancredo, da aliança democrática
chegou aqui e mudou tudo.
Muitas reviravoltas
Com
eleições repletas de reviravoltas e inesperados efeitos manadas, porque esta
situação também ocorreu na eleição de Oswaldo Piana em 90 com a mote de Olavo
Pires. Viradas e viradas. De Valdir
Raupp em 1994, de José Bianco em 98, de Ivo Cassol em 2002, em 2006 com Confúcio
Moura revertendo o favoritismo de Expedito e mais recentemente com o atual governador
Coronel Marcos Rocha chegando ao pódio, o rondoniense pode esperar de tudo no
pleito de 2022. Como se vê, estamos
sujeitos a chuvas e trovoadas e os candidatos ora considerados em desvantagem
como Leo Mores e Daniel Pereira ainda podem causar surpresas aos favoritos de
plantão.
Via Direta
*** O deputado estadual mais votado no
pleito de 2018 em Rondônia, Eurípedes Lebrão (São Francisco) disputa em 2022
uma cadeira Câmara dos Deputados *** Lebrão contabilizou 20 mil votos no pleito
passado e faz agora dobradinha com sua filha a estadual, a ex-prefeita Gislaine Lebrinha *** Mesmo com os nomes enlameados pelo recebimento de propinas o que se
vê é pelo menos Lebrinha com chances de se eleger *** Por falar em
propinados e propineiros, também a ex-prefeita de Cacoal Glaucioni Nery faz uma
corrida de recuperação para se eleger a Assembleia Legislativa *** Ela e seu marido, o ex-deputado Nery,
(caso das fitas no Fantástico) mesmo com
problemas na justiça, sempre se dão bem nas urnas *** Os federais Silvia
Cristina (PL), Expedito Neto (PSD) e Lucio Mosquini (MDB) estão na briga pela
reeleição e projetam boas votações em outubro.
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