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Carlos Sperança

Nação desunida + É coisa de louco! + Muitas reviravoltas +


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Nação desunida

No Sul, abriu-se uma fresta na temporada de chuvas e a lua apareceu vermelha como sangue. Olhos sentiram ardências e pulmões tiveram a respiração pesada. Longe de ser um “sinal” do fim do mundo, os meteorologistas suspeitam que seriam reflexos estendidos de milhares de focos de queimadas na Amazônia, em volume 20% maior que nessa época há um ano. Segundo o Inpe, a fumaça se espalha por mais de 5 milhões de quilômetros e atinge os países vizinhos, até o distante Uruguai.

O Brasil de hoje é um desafio para o mundo. Os brasileiros pagam impostos, são humanos direitos e têm direitos humanos, mas sofrem com a péssima imagem do Brasil no exterior. Votar em outubro não lhes garante que a imagem desastrosa do país será desfeita. Há eleições livres a cada dois anos, mas ao contrário da democracia com participação direta da população na tomada de decisões o que se vê são disputas entre egos e seitas.

Não há um projeto de nação para os problemas estruturais do país. Prevalece a conjuntura descuidada na qual a persistência da crise econômica redunda na volta da fome, violência urbana piorada pela intolerância e agravamento do problema climático. Liberdade para sofrer não é um ideal. A campanha eleitoral vai para a fase final, mas as forças políticas em agressiva autopropaganda não mostram capacidade para unir o país nos dias difíceis que virão depois do fim das medidas emergenciais.

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Os últimos....

Naqueles idos do ciclo do garimpo do ouro tudo era possível em Rondônia ao final da década de 70 e início dos anos 80. Acontecimentos políticos ainda em meados da década de 80 já indicavam aquela máxima, de que por aqui na terrinha, os últimos acabam sendo os primeiros. Ângelo Angelim (MDB-Vilhena) foi o deputado estadual menos votado, desembarcando na Assembleia Legislativa depois de uma recontagem de votos revertendo a eleição de Joaquim Rocha (Cacoal) e acabou sendo indicado pela Assembleia Legislativa e homologado pelo Congresso Nacional como governador tampão de Rondônia, no cobiçado cargo de Teixeirão.       

...E os primeiros

O que dizer da indicação do então vereador José Guedes (MDB), que chegou ao cargo na eleição de 1982, numa repescagem de votos, beneficiado pela recontagem do voto da sua esposa? Era um voto de diferença. Não bastasse esta façanha, Guedes seria bafejado pela sorte para ser indicado prefeito da capital, substituindo o então alcaide Sebastião Assef Valadares. Tudo para dizer que se tratando de eleições tudo é possível em Rondônia e o favoritismo do governador Marcos Rocha e do senador Marcos Rogério – de um ou de outro - para galgar ao segundo turno também pode ser quebrado.

É coisa de louco!

O que dizer dos candidatos a prefeito de Porto Velho que saíram do zero de intenções de votos e galgaram o Palácio Tancredo Neves, sede da prefeitura da capital? Os casos mais conhecidos são do petista Roberto Sobrinho numa disputa travada com a aliança dos “invencíveis” Mauro Nazif, o candidato a prefeito com o apoio na época de Carlinhos Camurça, com uma gestão bem avaliada. Querem mais exemplos?  Tem ainda a eleição de Mauro Nazif (se recuperando) a prefeito na década passada numa virada sobre Lindomar Garçom que tinha vencido o primeiro turno com grande diferença. E o vira-vira de Hildon Chaves, com efeito manada de última hora, sobre Leo Moraes?

Eleições estaduais

Nas eleições estaduais não faltam exemplos de que em Rondônia os últimos serão os primeiros. Na primeira eleição a governador em 1986, Jerônimo Santana (MDB) virou em cima de uma poderosa aliança, formada pelo senador Odacir Soares (PDS) a governador, sendo ele o senador mais votado em 82 e o deputado estadual José Bianco, presidente da Assembleia Legislativa sendo o deputado estadual mais votado de Rondônia. O que se esperava era a chapa liderada pelo raposão devorar com farofa a chapa dos emedebistas. Mas a onda Tancredo, da aliança democrática chegou aqui e mudou tudo.

Muitas reviravoltas

Com eleições repletas de reviravoltas e inesperados efeitos manadas, porque esta situação também ocorreu na eleição de Oswaldo Piana em 90 com a mote de Olavo Pires.  Viradas e viradas. De Valdir Raupp em 1994, de José Bianco em 98, de Ivo Cassol em 2002, em 2006 com Confúcio Moura revertendo o favoritismo de Expedito e mais recentemente com o atual governador Coronel Marcos Rocha chegando ao pódio, o rondoniense pode esperar de tudo no pleito de 2022.  Como se vê, estamos sujeitos a chuvas e trovoadas e os candidatos ora considerados em desvantagem como Leo Mores e Daniel Pereira ainda podem causar surpresas aos favoritos de plantão.

Via Direta

*** O deputado estadual mais votado no pleito de 2018 em Rondônia, Eurípedes Lebrão (São Francisco) disputa em 2022 uma cadeira  Câmara dos Deputados  *** Lebrão contabilizou 20 mil votos no pleito passado e faz agora dobradinha com sua filha a estadual, a ex-prefeita  Gislaine Lebrinha *** Mesmo com os nomes enlameados pelo recebimento de propinas o que se vê é pelo menos Lebrinha com chances de se eleger *** Por falar em propinados e propineiros, também a ex-prefeita de Cacoal Glaucioni Nery faz uma corrida de recuperação para se eleger a Assembleia Legislativa *** Ela e seu marido, o ex-deputado Nery, (caso das  fitas no Fantástico) mesmo com problemas na justiça, sempre se dão bem nas urnas *** Os federais Silvia Cristina (PL), Expedito Neto (PSD) e Lucio Mosquini (MDB) estão na briga pela reeleição e projetam boas votações em outubro.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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