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Carlos Sperança

O satélite sino-brasileiro e os abraços e afagos


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O satélite sino-brasileiro

Não há motivo para histeria dos ultranacionalistas, preocupação com a III Guerra Mundial aqui ou mexericos em torno da presença de comitiva do Exército dos EUA em Macapá. Primeiro, porque vieram para treinamentos da categoria Master Scenario Events List (Msel), em mata fechada, programação com foco na defesa e na paz. Depois, por não ter nenhuma relação com os movimentos bélicos dos EUA, seja na Ucrânia, onde age indiretamente, ou em Taiwan, onde atua provocativamente.

Em igual sentido, não há justificativa para chiliques diante da construção do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-6), fruto futuros de acordo assinado entre os governos do Brasil e da China. Nos dois casos, são notícias que merecem ser recebidas com aplausos. Cada qual à sua maneira fazem parte da preparação para combater o crime e o terrorismo ambiental.

Só paranoicos alucinados podem acreditar possível uma invasão alienígena armada na Amazônia, mas o crime e o terror ambiental são óbvios a cada novo desastre ambiental ou assassinato de indígenas e profissionais em atividade na proteção florestal. Para uso geral, aliás, o Satélite Sino-Brasileiro traz a solução para o problema dos satélites de só captar dados em épocas sem chuvas. Municiado com um novíssimo Radar de Abertura Sintética (SAR), o olho celeste vai colher dados até abaixo de nuvens. É o Brasil cooperando com o mundo.

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A privatização

Um dos principais representantes do agronegócio no Congresso Nacional e bolsonarista extremado, o senador Jaime Bagatoli (PL-RO) defende a privatização da Rodovia Marechal Rondon, a nossa BR 364, no trecho de cerca de 700 quilômetros, entre o município de Vilhena, no cone sul do estado e Porto Velho, na região Norte. Sendo privatizada, a rodovia passará a cobrar pedágio e lembro que no Paraná a coisa além de cara redundou em escândalos entre as empreiteiras e os políticos envolvidos. E já imaginaram pagar horrores nos postos de pedagiamento?

Audiência pública

Para dar o pontapé inicial na sua proposta, Bagatolli quer uma audiência pública no Congresso para tratar do assunto. Se de um lado, a rodovia poderá receber mais melhorias durante o ano, de outro pagar taxas elevadas para um caminhão atravessar o trecho Porto Velho-Vilhena o pedágio pode ser considerado uma crueldade. Entre Porto Velho e Vilhena seriam uns cinco postos de pedagiamentos com os valores fatiados. No Paraná, onde reina a insatisfação com isto, entre Curitiba e Foz do Iguaçu são pelo menos 5 postos infernizando os motoristas.

Projeto de governo

Na verdade, já existe um projeto de pedagiamento da BR-364 pela esfera federal há pelo menos quatro anos que até agora não foi colocado em prática. Incluiria a duplicação da estrada, entre outros benefícios, reduziria grandemente o número de acidentes que tem provocado tantas mortes desde o início da sua inauguração pelo então presidente João Figueiredo e pelo ministro Mário Andreazza, em 1984, em plena era do governador Jorge Teixeira, o nosso Teixeirão que fez história no Amazonas e em Rondônia. A proposta volta a ser discutida e vamos ver se evolui com valores de pedágios suportáveis.

Abraços e afagos

Com a Rondônia Rural Show, programada para acontecer entre os dias 22 a 27 de maio, em Ji-Paraná, os políticos vão encontrar um grande palco para suas atividades. Para lá serão transferidos governo itinerante, interiorização da Assembleia Legislativa, etc. Com milhares de pessoas presentes, os políticos vão distribuir afagos, sorrisos e abraços, beijar crianças ranhentas e encenar que são humanos e sensíveis para a população, enquanto que a maioria na verdade se comporta como os nobres medievais que rapinavam as colheitas dos aldeões. É coisa de louco!

Onda bolsonarista

A extrema direita acredita numa nova onda bolsonarista nas eleições municipais do ano que vem. Em Rondônia o deputado Delegado Camargo é o mais fanático e já anda com um cartaz pregado na sua fatiota, com “Fora Lula”. Tantos outros políticos da direita seguem a mesma cartilha mesmo tendo conhecimento que o fanatismo extremo levou centenas de pessoas para o xilindró nas manifestações golpistas de 8 de janeiro. Em Porto Velho os principais candidatos ao Paço Municipal estão alinhados aos ditames do ex-presidente.

Via Direta

*** O prefeito de Ouro Preto do Oeste, Juan Alex Testoni (PSD) anuncia que não vai mais atender pacientes de outros municípios alegando superlotação dos estabelecimentos hospitalares locais *** Imaginem se a moda pega: Ouro Preto exporta pacientes para Porto Velho, Ji-Paraná e Cacoal e ninguém tem se recusado ao atendimento *** O comportamento de Textoni é desumano, pois os municípios nos arredores foram distritos de Ouro Preto em passado recente *** Com um governo ainda confuso, o presidente Lula administra o País pela terceira vez mais pensando em viagens internacionais do que nos problemas do seu próprio País *** Não bastasse, o MST ao invés de ajudar atrapalha a gestão Lula radicalizando contra o agronegócio.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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