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Carlos Sperança

Ouro que não volta e dois partidos perdendo forças


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Ouro que não volta

Não se fala mais com tanta frequência em sustentabilidade. Por longo tempo, quando ainda havia confiança em que o Brasil daria conta de proteger por si só seu patrimônio florestal, acreditava-se que invocar a sustentabilidade era suficiente para combater o crime e suas associações com os prevaricadores e falsos nacionalistas. Os imbróglios com o Fundo Amazônia abalaram a expectativa favorável e a boa imagem do Brasil desabou.

O Brasil não voltou, pois na verdade nunca saiu do lugar, mas a sustentabilidade voltou pela passagem do Dia Mundial da Mineração, 7 de maio, com a exaltação à legalidade e decência da mineração sustentável. A volta da sustentabilidade no caso da mineração coincide com uma volta igualmente importante: a do ouro como âncora para os investidores avessos à assustadora combinação de riscos que se verifica diante da dupla situação de insegurança que paira sobre o mundo.

Uma, causada pelo primeiro aniversário da guerra da Ucrânia, ainda longe do fim. Outra, os sinais de crise bancária levantados pelo caso do Silicon Valley Bank e suas projeções e medos para o sistema financeiro em geral. Somadas às ameaças de duplo apocalipse – climático e nuclear – elas fazem do mundo um lugar perigoso para a vida e a saúde. Com o recente salto de valorização do ouro, os estoques criminosos do metal procuram atalhos para se proteger, buscando o caminho da expatriação sem volta.

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Eleições 2024

Com mais de 50 partidos ainda em busca de registro no Tribunal Superior Eleitoral-TSE, o Brasil tem 31 legendas regularizadas para disputar as eleições municipais do ano que vem. Em Rondônia, predominam com força os partidos a direita, como União Brasil – liderado pelo governador Marcos Rocha – o PL tutelado pelo senador Jaime Bagatolli – o Progressistas que tem em seu comando a ex-deputada federal Mariana Carvalho. Na esquerda, viceja o PT de Fátima Cleide, o PSB de Mauro Nazif, o PSOL de Pimenta de Rondônia, o PC do B de Francisco Pantera, entre outros. MDB, PSDB e PP mantém bases bem fincadas.

Perdendo força

Dois partidos considerados centro esquerda –MDB e PSDB - tem perdido força em Rondônia nos últimos anos, embora o MDB ainda seja uma legenda forte com um senador, dois deputados federais e alguns representantes na Assembleia legislativa. O PSDB  e o MDB foram os partidos que já elegeram governadores e senadores, mas foram as legenda que mais perderam força na década, mas podem reagir(no caso do PSDB) com a volta do atual prefeito Hildon Chaves e a deputada estadual Ieda Chaves atualmente filiados ao União Brasil. Hildon mantem aliança com o União até o final da sua gestão em 2024 e depois sai de banda;

Na oposição

O senador licenciado Marcos Rogério (PL-RO) volta em junho da sua licença ao Congresso e já com os olhos voltados a reeleição. E terá pela frente novamente nesta disputa o atual governador Marcos Rocha (União Brasil) que deverá disputar uma das duas cadeiras ao Senado em 2026. Rocha terá no Senado agora três oposicionistas em Rondônia, já que Jaime Bagatolli (PL) que vai disputar o governo de Rondônia é oposição ao governo estadual.  E o senador Confúcio Moura (MDB) também é concorrente a uma cadeira ao Senado na sua peleja a reeleição. Baitas pelejas em 2026. 

No mesmo capão

Pergunta-se, como será no PL de Rondônia, a convivência de dois tigres no mesmo capão. O senador Bagatoli, que venceu a disputa ao Senado, tomou o partido goela abaixo de Marcos Rogério, que perdeu a eleição ao governo de Rondônia. Lembrando que Rogério quando donatário da legenda mandou Bagatolli procurar outra legenda para disputar o Senado e sua presença no partido só foi garantida pelo clã Bolsonaro. Coisas deste mundo político: agora é Bagatoli que vai decidir se Marcos Rogério permanecerá na agremiação ou levará um pé e obrigado a procurar outra sigla para se refugiar e disputar a reeleição.

A concorrência

O deputado federal Thiago Flores (MDB-Ariquemes) quer se livrar da concorrência. Apresentou projeto de lei, conforme foi noticiado pela imprensa regional, proibindo policiais conceder entrevistas para órgãos de comunicação. Ora, ele mesmo quando delegado se beneficiou fartamente de contatos com jornais, emissoras de rádio e televisão, agora quer restringir as atividades dos policiais que a cada pleito aumentam suas participações na política rondoniense. A Assembleia Legislativa de Rondônia, por exemplo, está repleta de delegados e representantes das polícias civil e militar. É coisa de louco!

Via Direta

*** Com uma possível abertura, imigrantes rondonienses na fronteira com o México em busca do sonho americano acreditam que desta vez poderão ter sucesso na travessia sem ajuda dos “coiotes” intermediários ***A maioria deles são jovens, procedentes da região central do estado e estão na busca de ocupação na construção civil (homens) e empregadas domésticas e garçonetes (mulheres) *** Machadinho do Oeste acredita voltar aos melhores dias de progresso com a construção da Usina Hidrelétrica de Tabajara, confirmada no cronograma oficial do Ministério das Minas e Energia *** Pelo receio de assaltos já está faltando restaurantes em funcionamento a noite em Porto Velho. E salve-se quem puder.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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