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Carlos Sperança

Pelos descamisados + Boa e má + Vai sangrando + Benê na parada + Poder feminino


Pelos descamisados + Boa e má + Vai sangrando + Benê na parada + Poder feminino - Gente de Opinião

Pelos descamisados

Neil Gaiman, roteirista da série Sandman, afirmou que os políticos brasileiros confundem as coisas e as tiram de contexto. As atrocidades verbais da estirpe política tupiniquim devem ter lhe dado ótimas ideias para novelas de terror, porque muitos mentem sem piscar, transformam tragédias em coisinhas, evitam discutir problemas, autoelogiam-se e ofendem os adversários.

Principalmente usam uma variação da novilíngua, o idioma do Big Brother (1984), de George Orwell. Conceitos diferentes se juntam na mesma palavra ou ideia. Na linguagem política brasileira, combater a corrupção significa a vontade de repeti-la. Uma declaração de guerra às estatais de quem está fora do poder é o mesmo que dizer que ao assumir criará sua própria estatal.

No debate de décadas em torno das necessidades da Amazônia venceu um meio termo calcado na Novilíngua: as empresas chutariam em gol desde que o Estado fizesse a assistência. As parcerias público-privadas entraram na ordem do dia, mas ainda há muito barulho sobre o que seria melhor para a região deslanchar sem destruir o mundo nem arruinar seus povos.

Agora ressurge a ideia de uma estatal para a Amazônia. Depois do Plano Dubai e da Selva do Silício, a AmazomBras. Em janeiro, para enfrentar a crise, provavelmente haverá a entrega de camisas aos descamisados. Camisas de força para quem reclamar das medidas duras que serão tomadas sem aviso.

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Boa e má

Tem uma boa e uma má notícia para os adversários que sonhavam com o ex-governador Ivo Cassol fora do páreo para a eleição de outubro pelo Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual. A boa notícia é que Ivo Cassol vai enfrentar a jornada sangrando o que pode equilibrar mais as forças nesta disputa. A má notícia: o cassolismo tem um eleitorado firme e não se importa tanto com uma possível ameaça da cassação do registro da candidatura. É um povo realmente fiel, parece corintiano. Em disputas diretas tem sido imbatível, enquanto que apoiando aliados, um pé frio danado.

Vai sangrando

Que Ivo se prepare para o desafio. O carimbo na testa de candidatura sangrando é bravo. Tem o desafio de derrotar o bolsonarista Marcos Rocha na capital e o outro bolsonarista Marcos Rogério no interior, já que Leo Moraes (Podemos) seu ex-pupilo e outro postulante devoto a Jair Messias se mostra mais fragilizado neste confronto. Uma coisa era Ivo disputar a eleição com a candidatura liberada, outra com o registro ameaçado. No interior Ivo enfrenta uma dupla azeitada (Rogério ao CPA e Bagatolli ao Senado), na capital Marcos Rocha em dobradinha com Mariana ao Senado. 

Benê na parada

Com a impossibilidade do Senador Acir Gurgacz (PDT-RO) disputar a reeleição a Frente Democrática está lançando o professor Benedito Alves. Terá a força a seu favor dos partidos que dão sustentação a candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto, que são o Solidariedade de Daniel Pereira, o PSB de Mauro Nazif, o PDT de Acir Gurgacz, o PC do B do ativista Francisco Pantera entre outros partidos alinhados com o presidenciável petista. Benê (Porto Velho) representa renovação e vai enfrentar os postulantes bolsonaristas ao Senado Bagatoli (Vilhena) e Jaqueline Cassol (Rolim de Moura). Tem ainda Expedito Junior (Rolim de Moura) e Claudia Moura (Ariquemes) num pleito bem regionalizado.

O favoritismo

Sempre lembrando que favoritismo não vale nadica de nada quando se trata de eleições em Rondônia, um estado tão sujeito a reviravoltas e efeitos manadas de última hora, larga como favorito perante o eleitorado bolsonarista, o empresário Jayme Bagatolli (PL-Vilhena). Neste ambiente é beneficiado pela aliança com Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) e pela ausência de Acir no pedaço ele desembarca com tudo também na região central. Cabe a Expedito, forte nos pequenos e médios municípios melhorar a performance em Ji-Paraná e cercanias, reduzir a rejeição na capital para ser feliz. E ainda tem a fragmentação de votos na sua base com Bagatolli e Jaqueline nas regiões de Rolim e Cacoal.

Poder feminino

No pleito 2022 temos três candidatas ao Senado. Aparece com melhores chances de polarizar, Mariana Carvalho (Progressistas-Porto Velho) dona de uma forte estrutura na capital e ainda com apoio do governador Marcos Rocha, do atual prefeito de Porto Velho Hildon Chaves e de dezenas de prefeitos e vereadores rondonienses. Do lado de Jaqueline Cassol ela depende muito da transferência de votos do mano Ivo – no que ele é um pé de coelho às avessas –e ainda tem que se sair melhor que Expedito e Bagatolli no seu reduto já tão fragmentado. Quanto a Claudia Moura, apoiada pelo ex-governador Confúcio, sua liderança se restringe a Ariquemes. Sua vitória seria uma grande zebra na temporada.

Via Direta

*** O Complexo Habitacional Orgulho do Madeira, um dos maiores do Norte se transformou num refúgio de ladrões, assaltantes, arrombadores e traficantes *** A região está sob domínio do crime organizado e a situação só tem piorado nos últimos dois anos *** Muitos moradores se queixam que foram expulsos para os marginais revenderem seus apartamentos, desvalorizando os imóveis naquele condomínio popular *** Trocando de saco para mala: muitos partidos com dificuldades em prestar contas à justiça eleitoral e com isto impossibilitados de acessar recursos do fundo partidário *** Vinicius Miguel emplacou como postulante à Câmara dos Deputados em Porto Velho. Bom também para Nazif *** Os candidatos mais jovens, como Vinicius, Breno Mendes e Mauricio Carvalho disputam uma fatia majoritária do eleitorado da capital.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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