Terça-feira, 17 de maio de 2022 - 08h43
Quando
o cacique Biraci Brasil, do povo Yawanawá, sacudiu a mídia paulista afirmando
que “os problemas da Amazônia são do povo brasileiro, e não só dos índios”,
poderia ter dito, com a mesma sabedoria, que os problemas da Amazônia são
problemas do mundo. O grupo francês Vinci, que na sexta rodada de concessões
levou o bloco Norte I, formado por sete aeroportos na região, parece entender a
situação dessa forma.
Não
importando se é francês, russo, chinês ou marciano, o capital que o Brasil
precisa para investimentos em infraestrutura não pode ficar afastado por
melindres falsamente “ideológicos” ou “nacionalistas”. A Vinci Airports, por
exemplo, anunciou investimentos de R$ 2 bilhões em Rondônia, Acre, Amazonas e
Roraima, mas não se limitou a isso: prometeu lançar um plano de ação ambiental
na Amazônia, além do emprego de energia solar e um programa para captura de emissões
do gás de efeito estufa nos aeroportos que administra em 12 países.
Tendência
do capitalismo esclarecido, contrapondo-se ao negativismo iliberal, que à moda
dos avestruzes enterra a cabeça na areia para não ver as desgraças ao redor, os
novos e desafiadores tempos exigem empresas e líderes empenhados não só em
lucrar e virar as costas para os problemas das regiões nas quais se estabelecem.
Sabem que é preciso participar ativamente da busca de soluções, que também não
beneficiarão só os índios.
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Bolsonarismo rachado
Eu
sempre lembro que política não é uma ciência exata, mas em alguns casos é
possível fazer as contas e botar para funcionar a matemática aplicada. Vejam
só, Rondônia é um estado de maioria bolsonarista (menos Porto Velho, com um
terço do eleitorado rondoniense), mas o segmento está se fragmentando em tantas
candidaturas a Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados, Senado e ao
governo do estado, que a oposição pode nutrir alguma esperança de chances se
aproveitando desta situação. Os bolsonaristas estão raivosos até entre si na
disputa por espaço.
Peleja ao governo
Na
disputa ao governo de Rondônia o bolsonarismo está dividido em três blocos.
Nesta situação fica difícil o segmento emplacar dois candidatos ao um previsível
segundo turno. Vem aí uma guerra de cego em tiroteio entre o governador Marcos
Rocha (União Brasil) e Marcos Rogério (PL) onde deve sobreviver apenas um para
o segundo turno. No meio desta guerra também tem Leo Moraes que também tem se
comportado como bolsonarista. O fracionamento do eleitorado governista indica
que a oposição –a Frente de Esquerda – pode desembarcar no segundo turno com
seu candidato, seja quem for, Daniel Pereira, por exemplo, que terá as bênçãos
de Lula.
Os prejuízos
Mais
os prejuízos bolsonaristas em vista dos rachas são em todos os níveis em
Rondônia. A neobolsonarista Mariana Carvalho, possivelmente candidata ao Senado,
mesmo ungida pelo filho do presidente Jair Messias, senador Flavio Bolsonaro é tratada
pelo segmento raiz do partido como uma odiada “comunista”, uma espécie de Égua
de Tróia do comunismo dentro do sagrado bolsonarismo rondoniense. A ala ultradireita
liderada por Jayme Bagatolli e o deputado federal Chrisóstomo, tratam os novos
filiados aos partidos da base do presidente como verdadeiros “inimigos” a serem
combatidos. São taxados de desonestos e oportunistas, como falam de Mariana.
Decisão salomônica
Por
enquanto fica assim a pendenga no Partido Liberal, onde o senador Marcos
Rogerio rejeitava a candidatura do empresário Jayme Bagatolli ao Senado.
Bagatolli será o postulante pelo PL, com apoio da família Bolsonaro, e não vai
se importar se Marcos Rogério, por um compromisso de lealdade, apoie Expedito
Junior para o Senado, embora o ungido do governadoravel esteja filiado ao PSD. Assim
Marcos Rogerio não ficará mal com os Bolsonaros e tampouco sua amizade com
Expedito Junior será abalada, já que ele foi seu grande aliado nas eleições de
2018.
Uma demonstração
A
exposição recente em Cacoal mostrou o quanto o agronegócio é forte em Rondônia,
impulsionando o estado como um foguete na economia. A agropecuária, movida por
um rebanho de mais de 16 milhões de cabeça, as lavouras da soja, do milho e
arroz, a exploração da madeira e de minérios agem como mola propulsora. A bem da
verdade o segmento pesqueiro não está bem das pernas, precisa ser revitalizado.
A partir de agora com as feiras nos principais polos regionais do estado a coisa
anda e até o setor hoteleiro muito prejudicado na pandemia prospera.
Via Direta
*** O deputado estadual Geraldo da Rondônia
(PSC-Ariquemes) segue protagonizando pendengas por onde passa. Desde Abuso de poder, assédio moral e sexual
são as acusações pendentes na Comissão de
Ética da Assembleia Legislativa de Rondônia que não age para puni-lo *** Uma das presenças
mais importantes no encontro estadual do PL, denominado Filia Rondônia, no
final de semana em Ji-Paraná, foi do ex-governador José Bianco, que pendurou as
chuteiras na disputa de cargos eletivos, mas firmando apoio ao senador Marcos Rogério,
representante de Ji-Paraná na disputa do
CPA *** Os concorrentes também se prepararam
para uma grande largada. De um lado o governador Marcos Rocha (União Brasil),
de outro o deputado federal Leo Moraes (Podemos) *** A Frente de Esquerda
ainda está imobilizada e dividida e só define sua chapa nas convenções de julho.
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