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Carlos Sperança

Salvar o Bicentenário + Erro estratégico de Marcos Rocha + Chapa de Leo não sai do lugar


Salvar o Bicentenário + Erro estratégico de Marcos Rocha + Chapa de Leo não sai do lugar - Gente de Opinião

Salvar o Bicentenário

Ao longo do desenvolvimento da civilização, as qualidades que a fizeram sobreviver aos desafios de um meio ambiente nem sempre favorável foram a linguagem complexa para se entender, a sociabilidade (“o homem é um animal social”, segundo Aristóteles) e a capacidade de cooperação. Diante de dramas terríveis que mais uma vez ameaçam a sobrevivência da espécie – pandemias, descontrole climático e governança ineficaz – é natural supor que essas qualidades também sejam os recursos necessários para mais uma vez escapar à aniquilação.

Pelo exercício da conversa será possível o consenso de que a bioeconomia é o salto necessário para a Amazônia sair do estágio quase pré-histórico em que ainda se encontra em vários domínios para uma era de pleno desenvolvimento. Conversando bem e dialogando com a nação será possível identificar na bioeconomia o caminho brasileiro para o desenvolvimento, já que ela reúne no mesmo corpo ciência, pesquisa, tecnologia, extrativismo, indústria, comércio e serviços.

No entanto, o Brasil não pode arruinar as comemorações do Bicentenário da Independência com a desastrosa polarização que desune e impede o país de canalizar suas energias produtivamente. Exercendo as qualidades salvadoras será também possível purificar a bioeconomia, extraindo dela eventuais desvios criminosos, ilegalidades e prevaricações.

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Erro estratégico

O governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) cometeu um erro estratégico na formação da sua chapa majoritária. Tanto o candidato a vice, Sérgio Gonçalves como sua candidata ao Senado Mariana Carvalho são de Porto Velho. Nesta composição não tem ninguém do interior.  Não precisava puxar a brasa da sardinha tanto para a capital onde já tem em seu palanque o prefeito Hildon Chaves e Cristiane Lopes. Se de um lado reforça as paliçadas para enfrentar Leo Moraes (Podemos), favorito na capital, de outro fica desguarnecido no interior, onde estão cerca de dois terços do eleitorado rondoniense onde viceja o bairrismo.

As paliçadas

Na constituição da chapa, o ideal para Marcos Rocha era contar com um vice de Ji-Paraná que é o segundo colégio eleitoral do estado e um candidato ao Senado de Ariquemes, no Vale do Jamari, a segunda região mais populosa de Rondônia. Nem Mariana, tampouco Sérgio Gonçalves acrescentam ou ajudam Marcos Rocha eleitoralmente no interior do estado.  Estamos diante de uma nova aliança Rondônia com Fé se formando, repleta de equívocos e se fartando de traíras na sua composição com a chegada do MDB. Rocha vê seu reduto, a capital, rachado com Leo Moraes e com o desafio de melhorar o desempenho no interior.

Chapa de Leo

A candidatura do deputado federal Leo Moraes (Podemos) ao Palácio Rio Madeira não sai do lugar enquanto não houver uma decisão da justiça sobre a candidatura do ex-governador Ivo Cassol (PP). Ela está estagnada e esta situação vai se prolongar até o ultimo dia das convenções, 5 de agosto. Cassol é o grande apoiador de Leo, mas ele esquivou-se de participar do último encontro estadual do aliado, optando por se bronzear no Nordeste ou pescar no Rio Guaporé, já indicando que está à espera da decisão final no Supremo. Leo poderia montar uma chapa mais competitiva também com candidato a vice de Ji-Paraná e do Senado de Ariquemes.

O dever de casa

Sem considerar a situação ainda indefinida da candidatura do ex-governador Ivo Cassol (PP), o bolsonarismo vai se dividindo em Rondônia nestas eleições ao Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual, entre a postulações do atual governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) e o senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná). Neste momento Marcos Rogério vai fazendo o dever de casa, predominando na região central e no Cone Sul rondoniense com a aliança com Jayme Bagatolli (Vilhena). São representantes do bolsonarismo raiz. Os devotos de Bolsonaro estão se inclinando para Marcos Rogério no interior do estado.

Vem reforçada

A Frente Democrática, que tem como candidato ao governo o professor Daniel Pereira (Solidariedade) vem reforçada para o pleito de outubro e deverá contar com o apoio de importantes lideranças políticas do estado, entre elas do ex-governador Confúcio Moura (MDB) que ficará fora da aliança do partido apoiando o atual governador Marcos Rocha. A convenção da aliança, que além do Solidariedade, PT, PSB também contará com PDT, será realizada hoje em Porto Velho. Daniel Pereira será o candidato de Lula em Rondônia tendo o ex-deputado federal Anselmo de Jesus (Vice) como vice. A chapa é competitiva e vai fazer estragos imediatamente na candidatura de Leo Moraes na capital.

Via Direta

*** Vai começar agosto, já na contagem regressiva do pleito e outubro e não se vê as influências das ondas Lula e Bolsonaro na corrida sucessória em Rondônia *** É melhor os fanáticos cuidarem de suas candidaturas a deputados estaduais e federais sem contar com tanta influência dos caciques nacionais que na verdade só pensam nos seus próprios umbigos ***Nas ondas do rádio, o jornalista Arimar Sá, da Rádio Caiari mantém a pole position no tradicional horário do meio dia em Porto Velho ***A contratação do rei da latinha também é cogitada por emissoras de televisão para o horário devido a sua grande audiência e prestigiamento dos bons anunciantes *** Trocando de saco para mala: um dos apoios mais requisitados do interior é do ex-prefeito Jesualdo Pires. Ele angariou 40 por cento de votos ao Senado em Jipa em 2018.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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