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Carlos Sperança

Sempre há uma escolha + Os prefeitos da capital + Tucanos na frente + Vices assumem


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Sempre há uma escolha

Por não se darem ao respeito nem requerer militância qualificada na defesa de princípios, os partidos políticos brasileiros em geral são usados para a conquista de poder por representantes de interesses que desprezam o significado das siglas e as determinações estatutárias: além dos representantes de si próprios, há testas de ferro de empresas, os corporativistas, os laranjas de interesses estrangeiros e o crime organizado.

Com a permissão para escolher o nome que bem desejarem para a propaganda eleitoral, sobram os candidatos de si mesmos e do que fazem, como a Val do Açaí, o Tião da Mecânica, o Zé do Banco, o Mané da Saúde. Em geral, omitem os nomes dos partidos, escondidos ao máximo na arte dos “santinhos”. No horário gratuito falam só de si mesmos ou fazem promessas sem relação com o ideário dos partidos pelos quais concorrem.

Os piores seriam descartados nas urnas se houvesse condições de igualdade na campanha com os melhores. Boas biografias só garantem vitória eleitoral se estiverem ancoradas na simpatia do cacique partidário, que lhes dará fatias mais generosas do Fundão. A chance dos melhores, entretanto, está nas mãos dos eleitores que despertam da letargia e refletem que apesar de tudo nenhuma comunidade progride sem política. Se ela não for feita pelos melhores, já está bem claro por fartos e diários exemplos de corrupção e maluquice, será exercida pelos piores.

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Eleição 2020

Com a perspectiva de elevada abstenção e ainda com uma multidão de indecisos, os 333.000 eleitores de Porto Velho vão neste domingo as urnas para eleger seu prefeito. Sobraram 14 candidatos dos 16 iniciais, mas apenas quatro em condições de disputar um previsível segundo turno, devido a fragmentação do eleitorado com tantas postulações avulsas. Sendo um único candidato situacionista, Hildon Chaves (PSDB) ele leva vantagem para chegar na ponteira a próxima etapa. Vinicius Miguel (Cidadania) e Cristiane Lopes (PP) disputam a segunda vaga numa peleja onde um deles será devorado pelo voto útil e o efeito manada, seguindo em frente.

Os prefeitos

Desde que foi confirmada como capital rondoniense pela Constituição estadual em meados da década de 80, Porto Velho já elegeu pelo voto direto: 1- Jerônimo Santana (MDB) 2-Chiquilito Erse (PFL) 3- José Guedes (PSDB) 4-Chiquilito Erse (PDT) 5- Carlinhos Camurça (PTB) 6-Roberto Sobrinho (PT, o único reeleito) 7- Mauro Nazif (PSB) 8 –Hildon Chaves (PSDB). Também assumiram como prefeitos  os vices Tomás Correia, vice de Jerônimo Santana e Camurça, vice de Chiquilito. Tivemos também prefeitos nomeados antes da eleição 85: Sebastião Valadares (PDS) e José Guedes (MDB).

Vices assumem

Na trajetória de Porto Velho, dois vices completaram os mandatos dos titulares. Tomás Correia, substituiu Jerônimo Santana que saiu  da prefeitura para disputar o governo do estado em 1986 e Carlinhos Camurça que substituiu Chiquilito Erse, completou o mandato e depois se reelegeu. No mais, o histórico de muitos vices eleitos é de conflitos com os titulares, o que vem até os dias de hoje com Edgar do Boi em pé de guerra com o titular tucano e com seu gabinete tratado a pão de água.

Tucanos na frente

Os tucanos elegeram dois prefeitos na capital desde 1985 quando voltaram as eleições diretas nas capitais, pois até então os alcaides eram prefeitos nomeados: o PSDB pode chegar a terceira vez ao poder, agora no prédio do relógio. O PT também teve duas administrações com Roberto Sobrinho mas decaiu bastante desde que o prefeito petista foi afastado. Chiquilito Erse foi eleito duas vezes, mas por partidos diferentes, uma vez pelo PFL, outra pelo PDT.

 Curiosidade

Uma das maiores curiosidades sobre as eleições em Porto Velho são as surpresas de última hora provocadas por  efeito manada e voto útil. Assim tombou Mauro Nazif, franco favorito contra Roberto Sobrinho, assim Lindomar Garçon sucumbiu perante Mauro Nazif  (2012), assim Leo Moraes foi derrotado pelo atual prefeito Hildon Chaves em 2016, que quase nem acreditou no resultado, numa mudança repentina de última hora. E, neste domingo, o que o futuro nos reserva? Teremos surpresas? È Cristiane? Vinicius conseguiu superar tantos ataques? Teremos o efeito manada, e como vai se comportar o voto útil?

Via Direta

***Assisti o debate do Rondônia ao Vivo e Rema TV na quinta-feira a noite entre os candidatos de Porto Velho ***Lamentei a ausência  justificada de Williams Pimentel (MDB) que tinha boas propostas no horário gratuito e Cristiane Lopes (PP) acamada por covid, mas poderosa nesta reta final *** Constatei Vinicius Miguel recuperando terreno perdido depois de tantos ataques e um desempenho seguro do prefeito Hildon Chaves *** No interior a coisa pegou fogo e temos grandes clássicos polarizados, mas sem descartar surpresas também *** O caso mais interessante é a peleja envolvendo  em Vilhena  o atual prefeito Eduardo Japonês x ex-prefeita Rosane Donadon, numa sensacional revanche no cone sul do estado *** Outra disputa empolgante será travada  em Ariquemes com três nomes polarizados na reta final.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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