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Carlos Sperança

Um caso de desunião + O Diário da Amazonia + Minha revolta! + Força da tradição


Um caso de desunião + O Diário da Amazonia + Minha revolta! + Força da tradição - Gente de Opinião

Um caso de desunião

A rigor, não existe no Brasil uma polarização ideológica, a exemplo da Índia, onde o primeiro-ministro Narendra Modi se equilibra em um partido de direita enquanto aplica um programa de esquerda, como em outras partes do mundo há líderes eleitos por partidos de esquerda que aplicam programas neoliberais.

Nas eleições presidenciais brasileiras deste ano, os candidatos mais lembrados nas intenções de voto pertencem ao grande universo liberal: a aliança Lula-Alckmin, que nada tem de “socialista”; explicitamente, o Partido Liberal do presidente Jair Bolsonaro; Ciro Gomes empoderado por PMDB e PSDB; Simone Tebet (MDB); e Felipe D’Avila do Novo só no nome, pois é também liberal. No mais, qualquer um no governo terá que rezar pela cartilha do Centrão, sobre o qual é difícil saber se é mais liberal ou mais oportunista.

Nenhuma chance de uma corrente de esquerda (ou seja, marxista) chegar ao governo, pelo menos nestas eleições. O que existe no Brasil, assim, não é polarização ideológica, mas eleitoral: a disputa entre diferentes projetos liberais, do ultraliberalismo do PL ao flexível do Novo. O que mais prevalece nessa disputa entre correntes mais ou menos liberais é a desunião nacional, que por falta de um projeto de nação e de uma pauta mínima de recuperação do país é alimentada pela polarização eleitoral com muita propaganda, rancor e ameaças.

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Três décadas

O Diário da Amazonia, juntamente com o antigo território federal e da TV Rondônia completam aniversários neste 13 de setembro. O Diário com 29 anos de circulação, quase três décadas no estado refletindo as grandes bandeiras rondonienses, acompanhando grandes eventos e suas transformações. Projetado através de uma parceria com o jornalista Emir Sfair –já falecido - então proprietário do jornal o Paraná e com seu Assis, patricarca da família Gurgacz, grande empreendedor e pioneiro, o rotativo ganhou corpo ainda em meados da década de 90. O governador na época era Oswaldo Piana, o prefeito da capital José Guedes, ambos presentes ao evento.

A inauguração

Ainda lembro daquele dia de inauguração, um 13 de setembro de 1993. Seu Assis entusiasmado com o projeto, o atual senador Acir ainda novo, quase um piá – agora chegando aos 60 anos de idade – o seu Emir (diretor) e seu Valdir Costa (primeiro editor) preocupados com o pleno funcionamento dos computadores, uma inovação na época, como primeiro diário informatizado da terrinha. Bedin  e o Celso foram nossos pontos de apoio na construção do prédio, numa grande transformação de um enorme galpão que abrigava uma Cooperativa, na rua Joaquim Nabuco, tendo o Mauro Sfair (hoje morando em Curitiba) como nosso primeiro diretor comercial.

A mídia impressa

Nos anos 90, no auge da mídia impressa em Rondônia, o Diário chegou a contar com sucursais e correspondentes nas capitais da Amazônia e em Brasília. Lembro que tinha uma banca recordista de vendas de exemplares do Diário na Praça Marechal Rondon em Porto Velho: cravava a venda de quase 100 exemples diariamente, só ela. Os jornaleiros se esmeravam nas esquinas acenando com exemplares. Bons tempos. Hoje reinam os jornais eletrônicos, entre eles o próprio Diário na sua versão online e as redes sociais. O encantamento com os jornais impressos se vai acabando.

Minha revolta!

Lembro que algum tempo atrás fiquei escandalizado quando amigos de Maringá (PR) relatavam que a era impressa – no caso do Diário do Norte do Paraná - estava acabando e que antigos assinantes compravam exemplares era para cobrir plantações de café nas geadas. Garanti que aqui em Rondônia era diferente que todo mundo consumia e lia jornal impresso mesmo. Fiz pesquisa nas bancas  e quase cai de susto: já existiam clientes que compravam exemplares dos jornais locais com a finalidade tão somente da limpeza das porcarias dos pets! As lojas, açougueiros e casas de embalagem já sabia a tempo, que compravam para embalagem.

Força da tradição

Constato que apenas os jornais com grande tradição, alguns com mais de 100 anos de vida tem conseguido sobreviver ainda na versão impressa. Lembrando que em Rondônia nem o centenário Alto Madeira conseguiu se manter. Zero Hora e Correio do Povo, no RS, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, o Globo e alguns outros de grande tradição no Nordeste ainda se mantém vivos. Em Rondônia, dos grandes diários da capital, apenas o Diário da Amazônia se mantém nas bancas num grande esforço. Por isto meus parabéns ao corpo de funcionários e a atual direção, aos nossos assinantes e fornecedores. Todos juntos com o Diário nesta jornada.

Via Direta

*** A Rede TV reviveu seus grandes momentos de décadas passadas quando liderava a audiência, com a realização do debate entre os candidatos a governadores na última sexta-feira com expressiva repercussão no horário num evento conjunto com o Diário da Amazônia, Rádio Alvorada e Portal Diário *** Com a mediação do jornalista Domingues Junior o confronto entre os candidatos foi levado a bom termo *** E parabéns pela coragem do governador Marcos Rocha em não fugir da raia. Já se sabia que levaria muitas bordoadas. O debate virou uma verdadeira tocaia contra o mandatário rondoniense *** Se Marcos Rocha foi quem mais perdeu no debate, quem mais ganhou seguramente foi o senador Marcos Rogério. Um estrategista, grande orador, nocauteou o governador nos melhores momentos do confronto.  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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