Quarta-feira, 18 de novembro de 2020 - 07h49
No
passado, os vereadores legislavam, administravam e julgavam. Hoje, os problemas
do povo brasileiro caem de início no colo do prefeito. Depois ele se dirige aos
secretários de Estado e governadores. Estes, por sua vez fazem uma sopa das
queixas e a servem aos ministros, à espera que o presidente se interesse pela
carne de pescoço servida.
O
prefeito é o primeiro a ser procurado porque a maioria dos eleitores não elegeu
os vereadores, embora cada mandato resulte da soma dos votos de até dezenas de
candidatos. Se nem mesmo os suplentes dos eleitos sentem o mandato como também
seu, os eleitores não têm noção de que estão representados. Além disso, a lei anula
todos os votos dos partidos sem quociente.
Se
os vereadores reconhecessem que seus mandatos são coletivos, se os suplentes e
os eleitores reconhecessem o vereador como seu representante, é possível que os
problemas fossem primeiramente encaminhados a ele. No entanto, como todos
conhecem o prefeito e a maioria dos eleitores não conhece e por vezes nem gosta
do representante na Câmara, a Prefeitura é preferida como o muro das
lamentações.
Com
os vereadores se julgando donos dos mandatos, perde-se na prática o sentido
coletivo que deveriam ter no município ideal. Por isso as câmaras pouco servem
para socorrer o povo quando ele precisa. Cabe aos edis provar que podem fazer
mais.
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Fazendo as contas
Todo
mundo fazendo as contas para a eleição do segundo turno em Porto Velho, com uma
baita diferença pró-tucano Hildon Chaves de vinte pontos percentuais, o que
seria uma bela vantagem se a política fosse uma ciência exata. Não é. Lembro,
por exemplo que Lindomar Garçon foi ao segundo turno com 37 por cento dos votos
contra 16 por cento do oponente Mauro Nazif em 2012 e levou pau. E favoritismo
em Porto Velho não quer dizer nada, existindo tantos casos para comprovar que o
buraco por aqui é mais em baixo.
As alianças
A
busca de alianças em Porto Velho opõe dois caciques da política estadual.
Expedito Junior, a favor de Hildon Chaves e Ivo Cassol acertando as coisas em
favor de Cristiane Lopes. No primeiro turno ambos foram convenientemente escondidos
do grande público, mas agora estarão mais presentes, mesmo com os marqueteiros
dos candidatos torcendo para que fiquem fora da exposição no horário eleitoral.
Neste quesito então, temos empate técnico em termos de caciques raposões.
Uma tendência
Vejo
uma tendência de boa parte dos eleitores do candidato do Avante Breno Mendes
migrarem para a campanha de Cristiane Lopes e da mesma forma simpatizantes de
Vinicius Miguel que já anunciou composição com o tucano, votarem em Hildon
Chaves. Já, com relação aos eleitores de Ronaldo Flores (PSB), que foi apoiado
pelo ex-prefeito Mauro Nazif e pelo ex-governador Daniel Pereira, constato Cristiane
levando vantagem. Por seu turno, os votos de Lindomar Garçon, que nem dele são
é e sim da igreja universal, seguramente cairão nas urnas favoráveis ao
prefeito tucano.
Os entendimentos
Os
entendimentos entre as siglas políticas estão em andamento e é natural neste
caso que o vencedor do primeiro turno, Hildon Chaves leve vantagem a respeito.
No entanto, os apoios dos candidatos perdedores não podem ser contados como
favas contadas. Por osmose, uma multidão de oposicionistas vai posar no colo de
Cristiane Lopes. Por conseguinte, Hildon Chaves deve colocar as barbas de molho,
evitar o clima de já ganhou e ir a luta. Prudência e caldo de galinha não fazem
mal a ninguém.
Uma feira
Tive
a curiosidade de percorrer alguns comitês de candidatos a vereadores e prefeitos
nos últimos dias de campanha e o que eu vi foi uma verdadeira feira, daquelas
que fazem ao lado do canal da avenida Rafael Vaz e Silva, na Liberdade. Parecia
uma feira de tanta gente recebendo vales de R$ 150,00 de gasolina. Tivemos postulantes
a vereança gastando horrores, demonstgrando que o ofício da edilidade é um bom
negócio, já que sobra dinheiro nos bolsos. É coisa de louco!
Via Direta
*** O vereador Alan Queiroz que
abandonaria a política depois de quatro mandatos de vereador, ficou na boa com
a eleição do deputado Fúria em Cacoal *** Como suplente do parlamentar cacoalense,
ele ganha uma cadeira para dois anos. A capital terá mais um representante, agora
serão oito. Alan tem passado limpo ***
Cristiane Lopes (PP) tem como grande carta na manga para o segundo turno o
apadrinhamento do deputado federal Leo Moraes (Podemos) *** Em
contrapartida, Hildon Chaves (PSDB) ganhou a fidelidade dos eleitores do
falecido e muito saudoso prefeito Chiquilito Erse, que estão nas ruas pedindo
apoio ao tucano *** Nas minhas contas é preciso que os dois candidatos
na capital, pesquisem antes de receber apoios no segundo turno para evitar
aliados voduzantes, Garçom, por exemplo.
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