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Carlos Sperança

Vereador pode fazer mais + Fazendo as contas + As alianças no segundo turno + Uma feira na campanha


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Vereador pode fazer mais

No passado, os vereadores legislavam, administravam e julgavam. Hoje, os problemas do povo brasileiro caem de início no colo do prefeito. Depois ele se dirige aos secretários de Estado e governadores. Estes, por sua vez fazem uma sopa das queixas e a servem aos ministros, à espera que o presidente se interesse pela carne de pescoço servida.

O prefeito é o primeiro a ser procurado porque a maioria dos eleitores não elegeu os vereadores, embora cada mandato resulte da soma dos votos de até dezenas de candidatos. Se nem mesmo os suplentes dos eleitos sentem o mandato como também seu, os eleitores não têm noção de que estão representados. Além disso, a lei anula todos os votos dos partidos sem quociente.

Se os vereadores reconhecessem que seus mandatos são coletivos, se os suplentes e os eleitores reconhecessem o vereador como seu representante, é possível que os problemas fossem primeiramente encaminhados a ele. No entanto, como todos conhecem o prefeito e a maioria dos eleitores não conhece e por vezes nem gosta do representante na Câmara, a Prefeitura é preferida como o muro das lamentações.

Com os vereadores se julgando donos dos mandatos, perde-se na prática o sentido coletivo que deveriam ter no município ideal. Por isso as câmaras pouco servem para socorrer o povo quando ele precisa. Cabe aos edis provar que podem fazer mais.

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Fazendo as contas

Todo mundo fazendo as contas para a eleição do segundo turno em Porto Velho, com uma baita diferença pró-tucano Hildon Chaves de vinte pontos percentuais, o que seria uma bela vantagem se a política fosse uma ciência exata. Não é. Lembro, por exemplo que Lindomar Garçon foi ao segundo turno com 37 por cento dos votos contra 16 por cento do oponente Mauro Nazif em 2012 e levou pau. E favoritismo em Porto Velho não quer dizer nada, existindo tantos casos para comprovar que o buraco por aqui é mais em baixo.

As alianças

A busca de alianças em Porto Velho opõe dois caciques da política estadual. Expedito Junior, a favor de Hildon Chaves e Ivo Cassol acertando as coisas em favor de Cristiane Lopes. No primeiro turno ambos foram convenientemente escondidos do grande público, mas agora estarão mais presentes, mesmo com os marqueteiros dos candidatos torcendo para que fiquem fora da exposição no horário eleitoral. Neste quesito então, temos empate técnico em termos de caciques raposões.  

Uma tendência

Vejo uma tendência de boa parte dos eleitores do candidato do Avante Breno Mendes migrarem para a campanha de Cristiane Lopes e da mesma forma simpatizantes de Vinicius Miguel que já anunciou composição com o tucano, votarem em Hildon Chaves. Já, com relação aos eleitores de Ronaldo Flores (PSB), que foi apoiado pelo ex-prefeito Mauro Nazif e pelo ex-governador Daniel Pereira, constato Cristiane levando vantagem. Por seu turno, os votos de Lindomar Garçon, que nem dele são é e sim da igreja universal, seguramente cairão nas urnas favoráveis ao prefeito tucano.

Os entendimentos

Os entendimentos entre as siglas políticas estão em andamento e é natural neste caso que o vencedor do primeiro turno, Hildon Chaves leve vantagem a respeito. No entanto, os apoios dos candidatos perdedores não podem ser contados como favas contadas. Por osmose, uma multidão de oposicionistas vai posar no colo de Cristiane Lopes. Por conseguinte, Hildon Chaves deve colocar as barbas de molho, evitar o clima de já ganhou e ir a luta. Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

Uma feira

Tive a curiosidade de percorrer alguns comitês de candidatos a vereadores e prefeitos nos últimos dias de campanha e o que eu vi foi uma verdadeira feira, daquelas que fazem ao lado do canal da avenida Rafael Vaz e Silva, na Liberdade. Parecia uma feira de tanta gente recebendo vales de R$ 150,00 de gasolina. Tivemos postulantes a vereança gastando horrores, demonstgrando que o ofício da edilidade é um bom negócio, já que sobra dinheiro nos bolsos. É coisa de louco!

Via Direta

*** O vereador Alan Queiroz que abandonaria a política depois de quatro mandatos de vereador, ficou na boa com a eleição do deputado Fúria em Cacoal *** Como suplente do parlamentar cacoalense, ele ganha uma cadeira para dois anos. A capital terá mais um representante, agora serão oito. Alan tem passado limpo *** Cristiane Lopes (PP) tem como grande carta na manga para o segundo turno o apadrinhamento do deputado federal Leo Moraes (Podemos) *** Em contrapartida, Hildon Chaves (PSDB) ganhou a fidelidade dos eleitores do falecido e muito saudoso prefeito Chiquilito Erse, que estão nas ruas pedindo apoio ao tucano ***  Nas minhas contas é preciso que os dois candidatos na capital, pesquisem antes de receber apoios no segundo turno para evitar aliados voduzantes, Garçom, por exemplo.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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