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PESQUISADORA MOSTRA IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DE PROFISSIONAIS POUCO ESTUDADOS NA AMAZÔNIA


PESQUISADORA MOSTRA IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DE PROFISSIONAIS POUCO ESTUDADOS NA AMAZÔNIA - Gente de Opinião

A professora e pesquisadora Lucileyde Feitosa fez o lançamento do livro Espaços Dialógicos dos Barqueiros na Amazônia: uma relação humanista com o rio, resultado de sua tese de doutorado defendida no Programa Mestrado/Doutorado em Geografia da Universidade Federal do Paraná em 2012.

O lançamento se deu em dois grandes momentos: o primeiro durante o XIV Congresso Ibérico de Geografia, em Guimarães – Portugal (2014), evento internacional que reuniu pesquisadores, professores e estudantes universitários de diversos países no ano passado; o segundo ocorreu em Porto Velho, no palco de excelência do conhecimento: Biblioteca Municipal Francisco Meirelles, no dia 13 de maio de 2015, e pela pesquisadora atuar como administradora desse espaço guardião da memória cultural do estado de Rondônia.

Esta obra inédita trata da construção da poética e das espacialidades dos barqueiros do rio Madeira, mediante uma análise humanista cultural da geografia, com viés fenomenológico. A pesquisadora teve o compromisso de mostrar o mundo vivido desses profissionais pouco estudados na Amazônia e a importância de um trabalho que garante a mobilidade fluvial no interior da Amazônia, sendo a própria sustentabilidade de um modo de vida que vive em interação com a floresta amazônica.

Por outro lado, a construção das Usinas Hidrelétricas de grande porte denominadas de Santo Antônio e Jirau, ambas localizadas em Porto Velho, trouxe impactos que promoveram uma nova dinâmica de reorganização do espaço, do território e mudança da qualidade de vida da população com perdas imensuráveis, principalmente na dinâmica vivida da população tradicional com o rio Madeira.

A riqueza da cultura amazônica, o saber ambiental são destaques no livro, sobretudo, como ribeirinhos e barqueiros se relacionam com o rio Madeira e a faixa etária dos participantes da pesquisa variou de 18 a 72 anos e possuem origens nordestinas e amazônicas.

 Desta forma, a autora do livro mostra a construção poética estabelecida a partir do rio, das espacialidades, do convívio que barqueiros e ribeirinhos tem pela natureza, o que proporcionou evidenciar um universo rico linguístico que descreve o espaço amazônico através de expressões, representações e percepções ambientais.

Conforme Lucileyde Feitosa, não se pode deixar de evidenciar a grande problemática ambiental presente no rio Madeira e interessa a geografia humana que estuda inclusive os impactos que os grandes empreendimentos para o setor energético trouxeram na organização das populações tradicionais da Amazônia.

Nesta breve síntese da pesquisa, o saber dos barqueiros é construído socialmente e transmitido através dos processos interlocutivos tidos como necessários para a sobrevivência e sustentabilidade do grupo. A importância dessa pesquisa se voltou para o conhecimento da própria diversidade amazônica, dos saberes existentes no espaço de representação das pessoas em relação ao rio Madeira, no estado de Rondônia.

“Falar do trabalho dos barqueiros e das problemáticas ambientais encontradas no rio Madeira deve ser um compromisso de qualquer pesquisador que se importa e valoriza a dimensão da vida, dos saberes tradicionais e os habitantes da Amazônia”. Cita Lucileyde.

Portanto, as principais contribuições geográficas são no sentido de pensar sobre os espaços dos homens, os significados construídos nessa relação com a natureza, bem como a valorização do espaço vivido das pessoas.

William Haverly Martins

Presidente da ACLER

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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