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Gente de Opinião

A C L E R

RONDON: ALÉM DA LINHA TELEGRÁFICA - VINGANÇA DO TENENTISMO


RONDON: ALÉM DA LINHA TELEGRÁFICA - VINGANÇA DO TENENTISMO - Gente de Opinião
EMANUEL PONTES PINTO

Quando retornou de uma longa viagem de reconhecimento nas fronteiras do Brasil com a Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia, ao transitar pela vila de Santo Antônio do Rio Madeira em abril de 1930, Rondon determinou ao tenente Aluízio Ferreira, designado recentemente para servir na Zona Norte do 3º Distrito Telegráfico de Mato Grosso, que fizesse uma viagem de reconhecimento e inspeção geográfica, entre as vertentes dos rios Tanarú e Apidiá, onde o jovem tenente revolucionário durante três anos, se refugiara após a malograda revolução de 1924. Neste período de ostracismo, conviveu com os seringueiros e nativos macurapes e tuparís no rio Branco, afluente da margem direita do rio Guaporé e quando esteve homiziado no seringal Barranco Alto, no rio Corumbiara, acolhido pelo seringalista Américo Casara.  Depois apresentou-se ao comando da 8ª Região Militar, sediado em Belém, onde foi preso e colocado à disposição da Justiça Militar que, afinal, o indultou, podendo, assim, retornar as fileiras do Exército com a mesma patente, recebendo a designação para servir na Comissão Rondon.64

Aquela determinação proporcionou o retorno do tenente Aluízio ao sertão, levando-o a percorrer, mais uma vez, os rios Guaporé, Corumbiara, Cabixí, Tanaru e Apidiá ou Pimenta Bueno, entre junho a setembro de 1930.65

Ao terminar a missão, o tenente Aluízio - já considerado por Rondon como bom sertanista -, descreveu o itinerário terrestre e fluvial efetuado desde a cidade de Guajará-mirim, através do rio Guaporé até a sua confluência com o rio Corumbiara, subindo depois o seu curso até o seringal Barranco Alto, onde residiu e confirmou que desembocam no pantanal que o circunda, os rios Verde, Trincheira Cauiá e Guarajús. Manifestou, também, a sua convicção de ter palmilhado, nesse trecho da Serra do Norte, parte do roteiro da expedição de Moritz, onde aquele engenheiro afirmou haver identificado à existência de minerais preciosos, supondo ser o lendário manancial aurífero e diamantífero de Urucumacuan.66                       

Quando regressou a Porto Velho, no início de outubro, o tenente Aluízio Ferreira, recebeu a comunicação que fora nomeado Delegado do Governo Revolucionário Provisório, no Estado do Amazonas, decorrente de sua destacada atuação na revolução de 1924, na Amazônia. Porém, manifestou-se constrangido ao ter ciência da prisão do general Rondon, na cidade de Marcelino Ramos (SC), efetuada pelo general Felipe Portinho, comandante  da vanguarda das tropas revolucionárias gaúchas e um dos mais respeitados líderes maragatos da Revolução Federalista de 1893. Este acontecimento foi considerado pelos insurgentes, naquele momento, como importante troféu de guerra, pois o general Rondon era considerado legalista e estava retornando de uma inspeção na fronteira Brasil-Argentina, acompanhado somente do índio José de apenas catorze anos.  Tanto o tenente-coronel Pedro Aurélio de  Monteiro – designado chefe militar da revolução -, como outros militares egressos da Coluna Prestes, guardavam profundo ressentimento do general Rondon,  pela sua atuação como comandante das forças regulares do Exército, contra os militares rebeldes, entrincheirados em Catanduvas entre 1924 e 1925. Informado das infâmias proferidas, naquela ocasião, pelo tenente Juarez Távora, um dos expoentes da vitoriosa intentona, sem nenhum respeito pela alta patente militar de Rondon, o tenente Aluízio indignou-se, especialmente quanto leu as acusações, noticiadas com estardalhaço pela imprensa nacional, apontando Rondon como dilapidador dos cofres públicos por distribuir, pelo sertão bruto, linhas telegráficas aos índios para lhes servir de brinquedo, achando que por isto, “(..,) em qualquer país civilizado ou policiado esse general deveria estar na cadeia”.67

Entre os antigos alunos e subordinados de Rondon, quem mais se insurgiu  contra os que o detratavam, foi o então tenente Aluízio Ferreira, referindo que os seus acusadores, por ignorância, descreviam os sertões que ele desbravou “(...) homiziando índios antropófagos, cobras grandes, mapinguaris hediondos(....) tinham instituído uma comissão de felizes cidadãos fardados, regiamente instalados nas capitais, traçando mapas fantásticos, fazendo relatórios incríveis, gastando dinheiro a rodo, malsinando, desmoralizando e aniquilando a capacidade, a honestidade, a perseverança e o patriotismo de pertinazes obreiros silenciosos da grandeza do Brasil com a mais revoltante das ingenuidades (...)”.68

Alem de mágoas pessoais, as agressivas referências do tenente Juarez Távora, denotavam os conflitos das doutrinações ministradas aos alunos de duas escolas militares onde ambos estudaram: Rondon formou-se na Escola Militar da Praia Vermelha, de orientação positivista, ligada às instituições nacionais com a preocupação de formar soldados cidadãos; Juarez, por sua vez,     cursou a Escola Militar de Realengo, com o ensino fundamentado na profissionalização, na técnica, no distanciamento dos militares da política, na coesão grupal e na consciência de que a sociedade nacional era dominada pelas oligarquias civis.69

Decorridos 26 anos das declarações insidiosas proferidas contra a reputação de um dos chefes militares mais conceituados no país e no exterior, o general Juares Távora, quando consultado sobre os seus conceitos, atingindo os brios do general Rondon após a vitória da revolução de 1930, respondeu que, ao se manifestar, na ocasião, sobre a maneira a seu ver precária, como vinham sendo conduzidas as soluções dos problemas nacionais, havia acrescentado não serem as obras levadas a cabo no interior do país dentro de um rigoroso critério de importância e urgência, como, por exemplo, à construção da chamada linha telegráfica estratégica, ligando Mato Grosso-Amazonas. E finalizou com o seguinte arrazoado: “(...) o fato de eu haver oposto restrição quanto à oportunidade desse empreendimento do Marechal Rondon, não significava desapreço pelo conjunto de sua obra sertanista - aí incluído o nobre esforço de catequese leiga de nossos índios – em que foi, sem dúvida, um pioneiro”.70

As manifestações do tenente Aluízio Ferreira, repudiando os ataques ferinos contra um chefe militar e sertanista respeitado, sensibilizaram alguns revolucionários civilistas, entre eles José Américo de Almeida, ministro da Viação e Obras Públicas do Governo Provisório que, para conservar tudo o que estivesse sob a chefia do general Rondon no extinto 3º Distrito Telegráfico, convidou aquele tenente, seu ardoroso defensor, para acumular as funções exercidas em Mato Grosso e no Amazonas, pelo seu antigo comandante.71

 

 

MISSIONÁRIO DA PAZ

Os ressentimentos de Rondon, contra o governo revolucionário persistiam e isto ele demonstrou quando foi convidado a se apresentar ao Chefe da Nação, para receber pessoalmente a informação que fora indicado representante do Brasil na comissão de litígio criada pela Liga das Nações, destinada a harmonizar as divergências entre o Peru e a Colômbia. A designação foi imediatamente recusada, sob o argumento de não possuir formação diplomática e, por isto, um ineficiente desempenho seu poderia redundar em fracasso.

Incontinente, o presidente Vargas respondeu: “(...) trata-se, general, de servir à Pátria - e não a mim, nem ao meu governo -. Ela exige que aceite. O próprio autor do Protocolo declarou que só um homem havia em condições de executar a missão -, o senhor.” Levantando-se, Rondon disse: “Trata-se, pois, de uma ordem do Chefe da Nação e vou cumpri-la com o zelo e a devoção que em mim couberem. Queira V. Exa. designar dia e hora para a minha partida”.72

A atuação diplomática de Rondon como delegado brasileiro na Comissão Mista encarregada de dirimir a contenda pela posse de Letícia foi considerada significativa, pela prudência, elevado nível moral, critério, cristalina imparcialidade dos seus pareceres e pela lógica de seus argumentos, na intermediação para amenizar as divergências e dirimir os antagonismos entre as partes conflitantes. 73

Durante quatro anos Rondon permaneceu no Alto Amazonas ( 1934- 1938),  sem se afastar um só dia de seu posto, conseguindo o Brasil, por sua interferência, cumprir plenamente os objetivos internacionais pactuados, mas os seus olhos ficaram comprometidos pelo glaucoma que, tardiamente tratado, inutilizou uma vista e comprometeu em um quarto a outra e, aos poucos, a sua visão definhou.74

Quando foi proposto ao Presidente da República, pelo Conselho de Segurança Nacional a criação de novos territórios federais, de acordo com o projeto formulado pelo Departamento Nacional do Serviço Público, em plena campanha da Marcha para Oeste encetado pelo Estado Novo em 1939, o major Aluízio Pinheiro Ferreira, diretor da ferrovia Madeira-Mamoré, consultado sobre a fixação dos limites de um deles - o denominado de Madeira -, conforme constava no anteprojeto de decreto-lei, sugeriu que fossem modificadas às confrontações com a República da Bolívia, na margem ocidental do rio Abunã, para dar continuidade à fronteira delimitada com o Território Federal do Acre. A seguir, propôs que o nome Madeira fosse substituído por Rondônia, na denominação do Território Federal em estudo, atendendo que foi Rondon o desbravador e identificador da região que lhe ficou a dever serviços incontestáveis, entre os quais a sua incorporação ao patrimônio da civilização, da cultura brasileira e paradigma das iniciativas republicanas em favor dos povos indígenas. Sugeriu, também, que fosse examinada a permanência da capital do futuro Território Federal na cidade de Porto Velho e mudança a sua denominação para Caiari, por ser mais expressiva e lembrar heroísmo, força e beleza, concluindo: “Antes Caiarí, que vem de longe e significa as sobrevivências nativas”. 75

As citadas propostas, por razões óbvias, não foram acolhidas.

  

CONCLUSÃO

No espaço de quatro décadas (1890-1930) em que as comissões militares operam em Mato Grosso, com a participação ou sob a chefia de Rondon, foram estendidas mais de seis mil quilômetros de fios telegráficos e executadas explorações geográficas, geológicas e estudos da flora e fauna, em seus quadrantes de Norte ao Sul, do Oeste a Leste.

Mananciais de ouro, diamantes, manganês (pirolusita, polianita e manganita), gipsito, ferro, prata, turmalina, cristal de rocha, ágata e mármore foram descobertos nos territórios dos indígenas Caiuá, Caingang, Cadiuéu, Guaicurú, Quiniquinau, Ofié, Guaná, Laiana, Trena, Inima, Borôro Orári e Borôro Togucure, Umotina (Barbado), Borôro da Campanha, Carajá, Javé, Chambioá, Caiapó (Gorotire, Djoré e Assurinin), Gavião, Chavante, Canoeiro, Bacaêri, Trumai, Aúti, Meinacu, Vaurá, Nahuacuá, Ualapiti, Naravute, Cuicuti, Calapálu, Suiá, Apiacá, Cajabí, Mundurucu, Parici, Iranche, Tapanhuma, Nhambiquára, Quepquerí-uat, Arára, Ariquême, Caritiana, More, Tapichana, Massacá, Parnauat, Tacuatép, Ipotituát, Jarú, Urupá, Urumi, Uômo, Buro-borá, Uaiâ, Cabixi, Pacahá-novo, Cautario, Boca-nagra, Palmela, habitantes ignorados dos vales do Guaporé, Gi-Paraná, Roosevelt, Tapajós, Xingu e Araguaia.76    

No período colonial, as descobertas e conquistas tiveram também como objetivos definir e estender os limites lusos para o Oeste, com as bandeiras de catequese, aprisionamentos de índios para a lavoura como escravos, procura de ouro, de diamantes, de pedras preciosas e de povoamento. A periferia do país foi traçada pelos peráus dos rios Madeira, Mamoré, Guaporé e do Paraguai, descendo pelas vertentes do Jaurú. Dali foram delineados pelos dos  rios Apa, Paraguai, Paraná até atingir a Serra de Maracajú, onde estão os manadeiros do rio da Prata na altura do Salta das 7 Quedas.  

Após a Independência, as ocupações dos espaços geográficos vazios começaram com uma política de imigração sistematizada, de acordo com suas  condições climáticas. As províncias mais próximas dos centros de decisões políticas e econômicas, trataram de solucionar os seus problemas de isolamento por meios de comunicações mais rápidas. Mas, as paragens do ocidente e do norte, ficaram esquecidas.      

O regime republicano, porém, deu ênfase à ocupação dos sertões ocidentais pela posse efetiva do seu território e pela instalação das Comissões de Construçôes de linhas telegráficas e estradas de rodagem carroçáveis, em Goiás e Mato Grosso, sob a égide de Rondon. 

Enfim, por tudo o que o nosso homenageado fez e tornou a sua vida incomparável, foi a sua incomparável obra de paz, encerrada com o seu falecimento em 19 de janeiro de 1958.

Confirmo, porém, com orgulho, no encerramento desta palestra, que incomparável foi o seu patriotismo cartesianista e humanista, enquanto viveu, guiado sempre pelo senso do dever, deixando, por tantos e tantos feitos, o seu nome gravado na consciência de seus patrícios e, portanto, “dentro do coração da Pátria”, exaltado assim pelo poeta Coelho Neto: 

Na travessia longa em que os guiava a bússola, se se não levantavam vergalões, impunham-se montanhas. Era aqui uma floresta densa, além uma catarata, adiante um pantanal escuro, fervilhando em podridão deletéria, exalando hausto letal.

Tudo lhe era adverso. Mas à voz enérgica do chefe, cada qual dava conta do que fizera; e desse herói que regressa do deserto, desse civilizador e pacificador, semeador de póvoas que serão cidades, plantador de roças que serão lavouras, dirão, mais tarde as gerações agradecidas o que disse o poeta:                   

Tu cantarás na vos dos sinos, nas charruas,

No esto da multidão, no tumultuar das ruas,

No clamor do trabalho e nos hinos da paz!

E, subjugando olvido, através das idades,

Violador de sertões, plantador de cidades,

Dentro do coração da pátria viverás...”.77

 

 

SELVA

 

NOTAS

1        DEQUECH, Victor. Expedição Urucumacuan, Jornal ALTO MADEIRA-Porto Velho-RO, Cad. 2. Ed. de 03.07.1988, p. 2.

2        VIVEIROS, Esther de. Rondon conta sua vida, p. 60-117.

3        Idem, p 120.

4        Idem, p. 222.

5        Idem, p. 234.

6        Idem.

7        Idem. 294. - Rondon quis homenagear o almirante Augusto João Manuel Leverger, barão de Melgaço, ex-presidente da Província de Mato Grosso, em três mandatos: 1851/ 1866 /1869. Ver, também, PINTO, Roquette. RONDÔNIA. p. 32 a 58.

8        Idem. A designação feita por Rondon homenageou o ex-presidente da Província de Mato Grosso, José Antônio Pimenta Bueno, marquês de São Vicente (1836-1838).   

9        Idem, p. 301. 

10      Idem. p. 339-344.

11      RONDON. General Cândido Mariano da Silva. Rumo ao Oeste. Conferência pronunciada na Associação Brasileira de Educação, p. 30-31..

REVOLTA DA CHIBATA

12      Idem. Consultar FILHO, general Lobato. Avançai para o Jamari: A Comissão Rondon nas Selvas do Alto Madeira, p. 32.

13      Idem, 115-116.

14      Idem. Ver, ainda, QUADROS, Jânio e ARINOS, Affonso. Historia do Povo Brasileiro, v. 5º, 1ª ed.: (insurreição eclodida no Rio de Janeiro, denominada REVOLTA DA CHIBATA, chefiada pelo cabo da Marinha de Guerra João Cândido, como protesto ao castigo imposto pelo comandante do encouraçado “São Paulo”, a um marinheiro acusado de tentar assassinar um dos tripulantes. 

15      Idem.

16      Idem, p. 188.

17      Idem.

18      Idem, p. 189.

19      Idem

20      Idem, p. 190.

21      Idem.

22      FILHO. General Lobato, op. cit., p. 116.

23      Idem, p. 117.

24      Idem.

MINAS DE URUCUMACUAN

25      Idem. p. 279.

26      Idem.

27      Idem.

28      MAGALHÃES. Coronel Amílcar A. Botelho de, Pelos Sertões do Brasil, p. 238-241.

29      Idem.

30      Id.

31      Id.

32      Id.

33      Id.

34      Id.

35      PINTO. Emanuel Pontes, Caiari; Lendas, Proto História e História, p. 195-196.

EXPEDIÇÃO ROOSEVELT-RONDON

36      VIVEIROS, Esther de, op. cit., p. 364.

37      MILLARD, Candice. O Rio da Dúvida, p.63

38      Idem, p. 38.

39      Idem. Ver, também, ROOSEVELT. Theodore, Nas Selvas do Brasil, p. 38.

40      Idem. Consultar: Viveiros, op. cit., p. 371, e Roosevelt, op. cit., p. 3 e 8.

41      ROOSEVELT. Theodore, op. cit., p. 48.

42      Idem, p. 157.

43      VIVEIROS. Esther de, op. cit., p. 382. O Dicionário Aurélio, 1ª edição, conceitua verista, como: “adepto ou seguidor do verismo, movimento literário, de caráter naturalista, surgido na Itália no fim do séc. XIX, em oposição ao romantismo.”

44      Idem, p. 384-385.

45      ROOSEVELT. Theodore, op. cit., p. 218.

46      VIVEIROS. Esther de, op. cit., p. 393.

47      Idem, p. 397.

48      ROOSEVELT. Theodore, op. cit. p. 223.

49      VIVEIROS. Esther de, op. cit., p. 401.

50      Idem, p. 402.                                       

51      Idem, p. 406.

52      Idem, p. 407

53      ROOSEVELT. Theodore, op. cit., p. 292. Ver, ainda, Viveiros, Esther de. op. cit., p. 408: Rondon completou a referência, dizendo que a placa com a inscrição J. A. era um aviso “(...) que o proprietário Joaquim Antunes (J. A.) estava ausente (...)”.

54      VIVEIROS. Esther de, op. cit., p. 409.

55      ROOSEVELT. Theodore, op. cit.., p. 300.

56      Idem, p. 301.    .  

        

RONDÔNIA

57      Idem, p. 420.   

58      PINTO, E. Roquette, RONDÔNIA, 3ª ed., p. 17. Ver, ainda, LEITÃO, Cândido Melo. História das Expedições Científicas bo Brasil, cap. VI – Expedições Etnológicas, p. 494. - A designação foi semelhante à ocorrida na África quando o governo britânico, no século XIX, para consolidar a conquista de Zambúbue efetuada pelo explorador inglês Cecil Rodes, denominou de Rodésia o território situado entre as antigas colônias portuguesas de Moçambique e Angola.

59      Idem, “(...) o fio telegráfico que os Parecis chamam “língua de Mariano (...)”. Ver, também, VIVEIROS, Esther de, Rondon conta sua vida, p. 218.

60      MAGALHÃES, Coronel Amílcar Botelho de. op. cit., 237-23.

61      FERREIRA, Manuel Rodrigues. Nas Selvas Amazônicas, p. 333-334.

PRÊMIO NOBEL DA PAZ

62      Consultar: TOLMASQUIN. Alfredo Tiomo, Einstein, O Viajante da Relatividade na América do Sul, Ed. Vieira&Lent, 2003.

63     LAJBERG. Israel, RONDON: O Marechal da Selva. Conferência no Clube Militar em 3 de maio de 2007, p. 13.

VINGANÇA DO TENENTISMO

64      FERREIRA, Tenente Aluízio Pinheiro. Exploração e reconhecimento dos rios Corumbiara, Tanaru e Apidiá. Relatório apresentado ao general Cândido Mariano da Silva Rondon, na vila de Santo Antônio do Rio Madeira, em 7 de setembro de 1930.

65      Idem.

66      FERREIRA, Aluízio Pinheiro. A Comissão de Linhas Telegráficas (Conferência), p. 1-2.

67      Idem. Consultar, também, NETO, Lira. Getúlio - 1892-1930. Dos anos de formação à conquista do poder, p. 485.     

68      Idem.

69      PINTO, Emanuel Pontes. Território Federal do Guaporé: Fator de Integração da Fronteira Ocidental do Brasil, p. 137. A referência é atribuída a Boris Fausto, na análise sobre as inflexões do tenentismo na política nacional.

70      VIVEIROS, Esther de. op. cit., p. 556-559. 

71      FERREIRA, Aluízio Pinheiro. op. cit.,1-3.

MISSIONÁRIO DA PAZ

72      VIVEIROS, Esther de, op. cit., p. 557.

73      Idem, p. 574-575.

74      Id.

75      FERREIRA, Aluizio Pinheiro. Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Observador Econômico, nº 91. Rio de Janeiro: 27.08.1943.

76      RONDON. General Cândido Mariano da Silva, op. cit., p. 9..

6        VIVEIROS. Esther de, op. cit. p. 609. (Poema de autoria do poeta Coelho Neto).

 

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

 

DEQUECH. Victor, Expedição Urucumacuan, Jornal ALTO MADEIRA. Porto Velho-RO., Cad. 2., Ed. de 03-07-1988, p. 2.

FERREIRA. Aluízio Pinheiro, Relatório: Exploração e Reconhecimento dos Rios Corumbiara, Tanaru e Apidiá. Comissão Rondon, 1930.

FERREIRA. Manuel Rodrigues, Nas Selvas Amazônicas. São Paulo: Gráfica Biblos Ltda., 1961.

LEITÃO. Candido Melo, Hístória das Expedições Científicas do Brasil, Cap. IV – Expedições Etnológicas

LOBATO FILHO, General. Avançai para o Jamari: A Comissão Rondon nas Selvas do Alto Madeira.

MILLARD. Candice, O Rio da Dúvida.

MAGALHÃES. Coronel Amílcar A. Botelho de, Pelos Sertões do Brasil,

NETO. Lira, GETÚLIO: 1882-1930 . Dos anos de formação à conquista do poder. São Paulo: Editora Companhia das Letras. 2012.

PINTO. Emanuel Pontes, CAIARI: Lendas, Proto-História e História. Rio de Janeiro: Cia. Brasileira de Artes Gráficas, 1986.

PINTO. E. Roquette, RONDÔNIA. São Paulo: Companhia Editora Nacional. 3ª ed. 1935.

MACEDO. General Tibério Kimmel de

QUADROS. Jânio e ARINOS. Affonso. História do Povo Brasileiro. São Paulo; J. Quadros Editores Culturais, 1ª ed., 1967.

RONDON. General Cândido Mariano da Silva, Rumo Ao Oeste. Conferência pronunciada na Associação Brasileira de Educação. Rio de Janeiro: Editora Laemmert, Ltda., Biblioteca Nacional. 1940.  

ROOSEVELT. Theodore, Nas Selvas do Brasil.Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1944.

TOLMASQUIM. Alfredo Tiomno, Einstein: O Viajante da Relatividade na América do Sul. Rio de Janeiro: Vieira & Lent. Casa Editorial Ltda.,. 2003.

VIVEIROS. Esther de. Rondon conta sua vida. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1958.

 

 

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CÂNDIDO MARIANO DA SILVA RONDON

SÍNTESE CURRÍCULAR

 

1865  - Nascimento no Distrito de Mimoso - Município de Santo Antônio de Leverger – Mato Grosso.

1881 -  Licenciou-se como professor no Liceu Cuiabano - Mato Grosso.

1883 -  Matriculou-se na Escola Militar no Rio de Janeiro.

1886 -  Nomeado Alferes-Aluno e encaminhado à Escola Superior de Guerra.

1889 - Nomeado Ajudante da Comissão de Construção de Linhas Telegráficas de Cuiabá a Registro do Araguaia.

1890 -  Promovido ao posto de segundo tenente e, em seguida, ao de primeiro tenente.

         -  Nomeado professor substituto da cadeira de Astronomia e Mecânica da Escola Militar.

1892 - Nomeado Chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso. Estabelece contatos pacíficos com os indígenas bororos.

1897 - Nomeado Chefe da Comissão de Construção da Linha Telegráfica Cuiabá-Registro do Araguaia.

1900 -   Nomeado Chefe das Linhas Telegráficas de Mato Grosso.

1903 -   Promovido a major do Corpo de Engenheiros Militares.

1907 - Nomeado Chefe da Comissão Construtora das Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas.

1908 -  Promovido a tenente-coronel, por mérito.

1909 -  Contatos com os indígenas da Serra do Norte.

1911 -  Pacificação dos botocudos de Minas Gerais e Espírito Santo.

1912 -  Promovido a coronel. Pacifica os kaingangs de São Paulo.

1913 -  Nomeado para participar da Expedição Roosevelt-Rondon.

1914 -  Distinguido com o prêmio Levingstone pela Sociedade de Geografia.

1915 -  Inaugurou a Linha Telegráfica Mato Grosso-Amazonas.

1919 -  Promovido a general de brigada.

1923 -  Promovido a general de divisão.

1924- Nomeado comandante das foscas em operação contra os militares rebeldes acantonados no Pará e em Santa Catarina, chefiados por |Isidoro Dias Lopes.

1925 - O físico Albert Einstein propõe ao Comitê do Prêmio Nobel, o nome de Rondon ao Nobel da Paz.

1927 -  Nomeado chefe da Inspetoria da Fronteiras.

            Inspeciona as fronteiras do Brasil com as Guianas, Inglesa, Francesa e Holandesa, Venezuela e Colômbia.

1928 -  Pacificação dos índios urubu-kaapor, no Pará.

1934 - Indicado pela Liga das Nações como participante da Comissão de Letícia para dirimir o conflito entre a Colômbia e o Peru.

1938 -  Concluída a missão de paz, pela disputa do território de Letícia.  

1940 -  Nomeado presidente do Conselho Nacional de Proteção aos Índios.

1941 - Apelação ao governo brasileiro para cancelar a dívida de guerra do Paraguai.

1952 -  Proposição ao Presidente da República, para criar o Parque Indígena do Xingu.

1955 - O Congresso Nacional confere a Rondon a honraria de Marechal Honorário do Exército.. 

        -    Publicação da obra “Índios do Brasil”, em três volumes, de autoria de Rondon,

         -  O Congresso Nacional muda a denominação do Território Federal do Guaporé para Território Federal de Rondônia.

1957 -  Indicado para o Nobel da Paz pelo “Explorer’s Chub de Nova York. Movimento nacional para apresentação da candidatura de Rondon ao Prêmio Nobel da Paz.

1958 - Falece no Rio de Janeiro o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.

 

CONDECORAÇÕES ESTRANGEIRAS.

Medalha da Legião de Honra. França

Grã-Cruz da Ord em do Mérito. Itália.

Cruz da Coroa. Bélgica

Ordem dos Boyocas. Colômbia.

 

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IM MEMORIAM

ALUÍZIO PINHEIRO FERREIRA

ARY TUPINAM

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