Súplica amazônica

Fui obra prima da criação,
Criado por Deus, tanta beleza,
No ritmo suave da canção,
No embalo da própria natureza!

Chegou o homem na ambição covardemente,
Sem piedade e deixando a Terra nua...
Queimando e derrubando, e ao fogo ardente,
Morre pássaros, tudo morre, chora a lua.

Riachos secam, das águas puras,
Das florestas o belo, vão virando lenda,
Nas estradas desertas, a fumaça escura,
Só se vê os campos, que diz fazenda...

Cristalinas fontes que sem foram um dia,
Murmúrio triste agonizando em dor,
Não tem a sombra que a água esfria,
O ipê solitário já não dá mais flor!

Morre tudo. Tudo morre em tristes cenas,
Do caboclo em lágrimas, repetidas queixas,
Do Irapuru que encanta, já não restam as penas,
Só derrubadas que cruelmente deixas!

Amanhã, por certo o planeta chora...
Pelos crimes bárbaros na que será loucura,
Em lamentos e tristes lembrarão outrora,
E mais feridas crescem na floresta escura...

É tempo ainda para uma conjunta ação,
Antes que tudo se transforme em nada
Para nossa Amazônia não virar sertão,
E a planície imersa não virar queimada.

Aqui nasci e viverei contigo,
Em constante luta para te ver florida,
Outros virão pra defender comigo,
Esta floresta imensa, O Pulmão da vida!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

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