Quinta-feira, 30 de janeiro de 2014 - 05h04
Por William Haverly Martins
Certa vez perguntaram ao escritor Gabriel Garcia Marques, premiado com um Nobel de Literatura, e em tratamento de um câncer, o que ele faria de diferente se tivesse mais tempo de vida, e ele simplesmente respondeu: “eu sonharia mais, eu daria mais tempo da minha vida aos sonhos”.
Outro famoso, Martin Luther King, titulou o seu discurso de “I Have a Dream”, assim como Luther King, eu também tenho muitos sonhos, mas alguns destes sonhos poderão mudar de status, porque eu creio em mim e sei do que sou capaz: a persistência é a minha principal ferramenta.
Em minha trajetória acadêmica, ganhei desafetos, sem nunca fazer ou desejar o mal a nenhum dos meus confrades... Mas não existe rancor no meu coração, nem guardo ódio. Sei que sou dono de um temperamento difícil, sou adepto da verdade e sei o quanto ela, às vezes, maltrata, obrigando-me, em raríssimas ocasiões, a ser hipócrita. Por isso, uso, na algibeira da consciência, a maior arma disponível na prateleira das virtudes humanas: o perdão!
Pois bem, senhores, não vou propagandear a minha plataforma de trabalho, não vou fazer promessas, à moda dos políticos, mas, vou, sim, contar-lhes os meus sonhos, neste processo interativo de mudança de diretoria, como se lhes estivesse, acenando com a bandeira branca da paz e da realização, mesmo sabendo das condições especiais por que fui aclamado presidente:
a) Começo pelo sonho maior de dar a Academia de Letras de Rondônia (ACLER), uma sede própria, um sonho de 28 anos, mais próximo do que muitos pensam;
b) O segundo sonho é o de conquistar um grupo de empresários e a sensibilidade de secretários dos governos estadual e municipal, no sentido de conseguir numerário suficiente para a publicação dos livros dos acadêmicos. Dói na memória lembrar da colega Sandra Castiel, com um belíssimo trabalho memorialista nas mãos, mendigando ajuda nas portas governamentais, sem lograr nenhum êxito. O confrade Gerino Alves da Silva possui uns três livros prontos, há mais de um ano, frutos de intensa pesquisa, mas que ainda não foram publicados. Eu e outros também possuímos livros, esperando ajuda para publicação. Isto precisa acabar e eu vou trabalhar na realização deste sonho. O secretário de educação do estado já sinalizou com boas novas e eu vou correr atrás: vocês não tem ideia como eu sou chato na hora de pedir as coisas para a academia;
c) Estou em negociação com um amigo do escritor João Ubaldo Ribeiro, membro da ABL, a fim de trazê-lo até Porto Velho, para uma palestra e uma noite de autógrafos;
d) O projeto da criação da comenda especial “Medalha do Centenário” já é uma realidade e o planejamento já está em curso, em parceria com a Câmara de Vereadores, sem ônus para a Academia. Vou trabalhar no quesito meritocracia, para não banalizar a comenda;
e) O último sonho não é o mais insignificante, ao contrário, para mim, é o mais importante: gostaria de convidar os acadêmicos que residem nesta capital para que voltem a frequentar a Academia. Logo logo estarei buscando patrocínio para realização do chá das cinco, às sextas feiras, em sala cedida pela administração da Biblioteca Municipal Francisco Meirelles. Isto até o término da sede definitiva.
Muitos acadêmicos esqueceram o juramento e a obrigação de frequentar as reuniões da Academia, sequer pagam as anuidades, como se o ingresso nas hostes acadêmicas servisse apenas para melhorar o currículo. Ainda não é a minha intenção, mas dentro do estatuto existem mecanismos para o cancelamento da “imortalidade”: devolver tais acadêmicos ao convívio de simples mortais será uma ótima opção, se as atitudes não forem modificadas. Por outro lado, se alguém achar que o ingresso na Academia foi um equívoco, faça um documento pedindo o seu desligamento, dê lugar a quem quer trabalhar pela cultura de nosso estado. Terei prazer em oferecer-lhe a cicuta do esquecimento...
Apesar dos pesares, torço para que os desertores voltem ao convívio fraterno e produtivo dos demais confrades, a tentativa de enfraquecer a Academia pela ausência é uma espécie de suicídio cultural.
Ah, meus caros confrades, fiz este discurso, intencionalmente, na primeira pessoa do singular, mas ficarei imensamente feliz, se ao término do meu mandato, puder repeti-lo na primeira pessoa do plural: trabalhar em conjunto é mais prazeroso, sei bem que o fogo de um tição não se compara às labaredas de uma fogueira. Estarei aguardando a ajuda de todos, mas se ela não vier, trabalharei com a mesma intensidade de costume, a brasa do meu tição só a morte apaga. Para encerrar, repito aqui uma velha metáfora poética: que venham as tempestades, o meu guarda-chuva já está aberto.
Muito Obrigado!
Porto Velho, 29 de janeiro de 2014.
As botinas da discórdia assombram Vila Murtinho - Causos do berço do madeira:
Entre a caixa d’água e a Igreja de Nossa Senhora Terezinha, ficava a residência do José Ribeiro da Costa, administrador da estação ferroviária da Es
Academia de Letras de Rondônia lança primeira Antologia
Contos, crônicas, poesias e histórias diversas são os estilos adotados pelos 23 imortais que participam da Antologia 2017, que está sendo lançada por
ACLER tem sarau cultural amanhã
Será amanhã, sexta-feira, a partir das 19 horas, no hall da Unir/Centro, o Sarau Cultural realizado pela Academia de Letras de Rondônia, ACLER, dan