Causos de Rondônia - Deixe nossos teatros em paz

O Teatro Estadual Palácio das Artes, por vontade e decisão do Presidente da Assembléia Legislativa (a casa emanadora de leis), será transformado em Palácio Bíblico com fim precípuo único de realizações de pregações e cultos evangélicos.

Para superar os óbices da inconstitucionalidade em vista do Brasil não ter religião oficial, sendo um estado democrático leigo todas as suas instituições, órgãos e bens sociais são laicos. Portanto, inadmissível a exclusividade pretendida, ofensiva ao principio basilar democrático, o qual dispõe serem “Todos iguais perante a lei” dele fluindo os direitos constitucionais. O Presidente da ALE provavelmente, fará aprovar uma emenda modificando os dispositivos do artigo 1º  da Carta Magna do Estado, passando assim a vigorar: “O Estado de Rondônia, parte integrante da comunidade evangélica, reger-se-á por esta Constituição     e pelos princípios e mandamentos constantes na bíblia protestante.

A Constituição Federal e as estaduais asseguram a livre prática de todos cultos religiosos em igualdade de condições em locais próprios a esse, tais como, igrejas, templos, sinagogas, mesquitas, casas de umbanda, terreiros e outros. Todos gozando de proteção oficial na forma da lei.

Porém, é comum o cidadão chegar numa repartição pública prestadora de serviço, e ser preterido não tendo o devido atendimento por estar sendo realizado um ato religioso, desrespeitando a lei e prejudicando o interesse público.

O Teatro é núcleo congregador e difusor da cultura de todos os segmentos produzida pelos artistas, pelos literatos e cientistas comprometidos com crescimento cultural do Estado e do seu povo.

O Teatro tanto tempo aguardado, é do povo, é dos artistas e dos intelectuais. E assim permaneça sob a posse da atual geração e a do porvir, como um caríssimo bem social de Rondônia, o seu Palácio das Artes e seu Guaporé projetando-a como civilizada amante da cultura e bem estar do seu povo.

Deixe nossos teatros em paz, ocupando o espaço social que lhes compete.

Abnael Machado de Lima