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Gente de Opinião

Abnael Machado

COMISSÃO RONDON - 1907/2007


Cem anos de sua criação

1907/2007

Linhas Telegráficas Estratégicas Mato Grosso/Amazonas

A construção da Linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso/Amazonas sob o comando do militar do exército, Cândido Mariano da Silva Rondon, realiazou-se em três etapas assim divididas:

1. Cuiabá/MT ao rio Juruena em 1907;

2. Rio Jurena a Serra do Norte em 1908;

3. Serra do Norte a Santo Antônio do rio Madeira em 1909.

Revestiu-se da maior relevância para o país, em termo patrimônio nacional como também em relação às ciências enriquecendo-as com o acervo das descobertas e informações geográficas, botânicas, zoológicas, geológicas, minerológicas, pedológicas e etnográficas levantadas e catalogadas por pesquisadores e cientistas integrados à comissão Rondon. Esta não se restrigia apenas a construção da linha telegráfica, incumbiu-se da realização de estudos dos aspectos fisiográficos, da fauna da flora e antropológicos do espaço percorrido, tornando-se uma missão científica cujos relatórios, materiais coletados e catalogação da biota resultaram na publicação de obras científicas versando treze sobre botânica, doze hidrologia/águas termas e uma sobre etnografia, bem como contribuindo para o aumento dos acervos dos museus especializados.

A linha telegráfica tinha por objetivo ser um instrumento de modernidade, capaz de promover o progresso e estabelecer a civilização nos mais longícuos e isolados locais do país, possibilitar o estabelecimento de núcleos de povoamento, garantir a segurança das fronteiras internacionais e a adoção de uma política que possibilitasse a gradativa integração dos indígenas à sociedade brasileira em igualdade direito e cidadania. Desta forma os trabalhos da Comissão Rondon, além de se constituírem em uma obra de grandes proporções materiais e científicas, influenciou de forma decisiva na postura e decisões adotadas pelo governo federal em relação a questão indígena.


Rondon tendo aceito a missão pessoalmente lhe confiada pelo presidente Afonso Pena, a qual se constituía em ligar pelo fio telegráfico o estado do Amazonas, os territórios do Acre, alto Purus, e alto Juruá consolidando a incorporação destes últimos ao Brasil, tinha por objetivo realizar a exploração científica deste espaço e a sua incorporação ao mundo civilizado. Assim, aos trabalhos de reconhecimento geográficos, os levantamento das riquezas minerais, da constituição do solo, do clima, das florestas, dos rios se realizariam concomitantes com os trabalhos da construção da linha telegráfica,  do traçado de estradas de penetração, das instalações dos futuros núcleos de povoamento, de  agricultura e de pecuária. Promovendo a integração espontâneo e pacifica dos povos indígenas à sociedade brasileira. Os pontos extremos da linha telegráfica seriam ao leste Cuiabá já ligada ao Rio de Janeiro e ao oeste Santo Antônio do Alto Madeira.

 

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Rondon foi nomeado chefe da Comissão Construtora das Linhas Telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas e engenheiro-chefe do Distrito Telegráfico, respectivamente nos dias 23 de fevereiro e 4 de março de 1907. A Comissão foi constituída por engenheiros militares, oficiais especializados, funcionários civis dos telégrafos, trabalhadores civis e do 5º batalhão de engenharia constituindo este o núcleo da tropa de serviços de construção, transporte e vigilância.


O projeto da construção a dividida em três seções de execução da seguinte forma:


1 – construção de um ramal ligando São Luiz de Cáceres à cidade de Mato Grosso (ex-Vila Bela) na fronteira com a república da Bolívia;
2 – construção da linha tronco, de Cuiabá a Santo Antônio do Alto Madeira;
3 – reconhecimento do sertão, estudos para fixar o traçado da linha tronco e medição das serras da fazenda Casalvasco desde a serra de Aguapei à fronteira com a Bolívia.


1907
A expedição para descoberta do rio Juruena (Anainá dos Nhambiquaras), teve início no dia 24 de junho, dela faziam parte os índios parecis contratados como guias.Os expedicionários iam percorrer um território desconhecido de domínio dos temidos Nhambiquaras. Alcançaram o rio Juruena em 20 de outubro tendo sido explorado, reconhecido e levantantado 618km, retornando a Diamantina onde chegaram em 28 de novembro, totalizando 967 km de exploração com a construção de ramais e variantes.Duas vezes foram atacados pelos nhambiquaras. Rondon declarou concluídos os trabalhos da primeira expedição.


1908
Na cidade de Mato Grosso (ex -Vila Bela) foi Rondon procurado pelo engenheiro inglês Triston, lhe encaminhado pelo senador Azeredo, o mesmo encontrava-se na região a serviço de uma empresa,a fim de estuda-la visando a construção da ferrovia Guaporé-Jauru. Rondon prestou-lhe informações e lhe deu cópias de mapas topográficos do espaço compreendido entre São Luis de Cáceres e a cidade de Mato Grosso.

 
2ª Expedição Juruena à serra do Norte.Os expedicionários saíram de Aldeia Queimada em 24 de julho dirigindo-se para o rio Juruena, deste no dia 10 de setembro seguiram rumo a serra do Norte alcançado-a no dia 12 de outubro, sendo dado por concluídos os trabalhos da 2ª Expedição havendo essa percorrido 401 km de Aldeia Queimada à serra do Norte. Retornaram ao Juruena onde chegaram no dia 23 de outubro, prosseguindo para São Luis de Cáceres chegando nesta cidade no dia 11 de novembro, sendo declarada dissolvida a 2ª expedição.


1907/1908
Foram realizados os seguintes trabalhos:
-reconhecimento e exploração de 1.277 km do território de construção da linha telegráfica;
-levantamento de estradas 406 km;
-nivelamentos 115km;
-locação 368 km;
-Posições geográficas determinadas 25;
-levantamento de rios 100km;
-abertura e destocamento de varadouros com 8 metros de largura 171km;
-abertura de picadão 264,500 km;
-postes erguidos 3.070;
-fios esticados 424km;
-estações inauguradas 5;
-destacamentos militares instalados 4;
-encontro e remessa de fósseis para o Rio de Janeiro;
-coleta e remessa de 1.082 exemplares sendo 350 espécies de vegetais e 732 espécies animais, para o Museu Nacional do Rio de Janeiro.


1909
3ª expedição da serra do Norte a Santo Antônio do Alto Madeira na margem direita do rio Madeira. Atuação no espaço atualmente limitado pelo estado de Rondônia.


O projeto da construção do terceiro trecho da linha telegráfica, com base nas cartas geográficas existentes, as quais apresentavam o rio Jamari com nascente nos campos Gerais dos Parecis, estabelecia o seguinte percurso: Serra do Norte, Campos dos Parecis, médio curso Jamari (direção norte), desse ponto dirigindo-se para oeste alcançando as cabeceiras do rio Jaci-Paraná, prosseguindo para a foz do rio Abunã, desta partindo três ramais, um para Porto Experidião (atual Guajará Mirim), outro para Santo Antônio do Alto Madeira e outro para Rio Branco/AC. Projeto modificado no fim do ano de 1909 ao ser constatado o erro em relação a nascente e a extensão do rio Jamari. Ficando estabelecido o trajeto pelo vale desse rio até a cachoeira de Samuel, desta seguindo para Santo Antônio do Rio Madeira, daí para a foz do rio Abunã bifurcando-se em dois ramais um seguindo para o Porto Experidião e o outro para Rio Branco/Acre.

 

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A expedição foi dividida em duas seções a do Norte e a do Sul. A primeira sob o comando do capitão Manuel Teófilo da Costa Pinheiro, assessorado pelo tenente Amílcar Armando Botelho de Magalhães, Dr. Paulo Fernandes dos Santos e o inspetor dos telégrafos, Francisco Xavier Júnior. Vinda do Rio de Janeiro passando por Belém e Manaus subindo rio Amazonas até a foz do rio Madeira, por este subindo até a foz do rio Jaci-Paraná, subindo esse até sua cabeceira, aí estacionando aguardando e chegada da coluna Sul.


A segunda sob o comando do coronel Rondon assessorado pelo Dr. Alípio de Miranda, geólogo, Dr. Joaquim Tanajura, médico; tenentes Salustiano Lira, encarregado das observações astronômicas; Emanuel Silvestre do Amarante, serviços de topografia; Alencariense Fernandes da Costa, comando de comboio e Antônio Pinheiro de Souza, comando de tropa, saindo de Cuiabá/MT, passando por Juruena e Serra do Norte, dessa deveria prosseguir até as cabeceiras do Rio Jaci-Paraná, ao encontro do pessoal da Seção Norte, juntando-se a esse deveria seguir para a foz do rio Abunã, na margem esquerda do rio Madeira.

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No dia 02 de junho de 1909 a expedição saiu do posto do rio Jurena dirigindo-se para a serra do Norte, a qual chegou no dia 12. Prosseguindo cruzou o rio Iquê acampando dia 29 na nascente de um rio, denominado-o Comemoração do Floriano. Ao topo da Chapada dos Parecis foi dado o nome de Vilhena. Nesta no paralelo 12º39’45", foi encontrado um nódulo com nascentes de vários cursos d’águas divergindo em diferentes direções, sendo denominada Cabeceira do Uru. Os expedicionários decidiram permanecerem em Vilhena para fazer o lavantamento dos rios encontrados e identificarem a qual bacia fluvial pertenciam, se a do Guaporé, a do Tapajós, a do Jamari, a do Madeira. Construíram um posto telegráfico (o José Bonifácio) e um picadão da Chapada dos Parecis à foz do rio Corumbiara na margem direita do rio Guaporé, fronteira com a Bolívia, para um futuro ramal da linha telegráfica. Divididos em três grupos, no dia 02 de junho iniciaram o levantamento dos rios, neste dia encontraram um rio, o denominando Pirocoluina. No dia 16 descobriram um volumoso curso d’água, não havendo consenso a qual das bacias pertencia, deram-lhe o nome de rio Dúvida. Permaneceram em Vilhena cinqüenta dias.


Os rios com nascentes na cachoeira do Uru são: o Iquê sub-afluente do rio Tapajós; Tenente Marques, sub-afluente do rio Roosevelt; Comemoração de Floriano e Pimenta Bueno, formadores do rio Ji-Paraná; Barão de Melgaço, afluente do rio Ji-Paraná; Corumbiara e Cabixi, afluentes do rio Guaporé e Roosevelt, afluente do rio Madeira.


Levantaram acampamento em 18 de agosto seguindo rumo ao norte acampando em Uruçu, para reconhecimento e definição sobre o percurso da linha telegráfica, ante o obstáculo da densa floresta. Resolveram explora-lá, transpondo-a encontraram em 03 de setembro nova área campestre denominando-a Campo dos Palmares de Maria de Molina.


Prosseguindo a exploração, descobriram no dia 21 a cabeceira de um rio o denominado 21 de setembro, no dia 28 descobrem um rio dando-lhe o nome de Barão Melgaço. Alcançam a foz do rio Pimenta Bueno (Apidiá dos Indígenas) no dia 11 de outubro. Rondon no dia 13 destaca quatorze expedicionários para fazerem o reconhecimento do rio Pimenta Bueno. Dia 25 divide a expedição em três grupos, um sob o comando do tenente Alencarliense auxiliado pelos Drs. Miranda Rimeiro e Joaquim Augusto Tanajura para proceder a exploração do rio Jamari ( na realidade era o rio Ji-Paraná, constando nas cartas geográficas como sendo o Jamari. O rio teve o vale do seu baixo curso explorando no período de 1880 a 1884 pelos brasileiros A. Cruz e Miguel Guimarães, assim como pelo boliviano Santo Mercado, possuidor de propriedades em São Carlos e na cachoeira do Samuel até a foz do rio Massangano. O seu maior afluente, o rio Candeias teve como primeiro explorador em 1879, o português Manoel Maria Moraes. Outro comando pelo sargento Idalécio Rondon para retornar ao Retiro do Veado Branco e ao posto do rio Juruena, recolhendo víveres e animais abandonados na retaguarda. E o outro sob seu comando continuaria o reconhecimento, rumo ao rio Madeira. Em 13 de novembro encontrou um rio julgando está próximo ao rio Jaci-Paraná, porém esse era o rio Jaru, muito distante do Jaci. Mandou construir uma grande canoa, nesta embarcando no dia 07 de dezembro, os doentes sob os cuidados dos tenentes Alencarliense e Pirineus, descendo o rio Jaru ainda desconhecido e o rio Ji-Paraná alcançando o rio Madeira em Calama, ai estacionando.


O coronel Rondon continuou o reconhecimento, encontrando um rio, o qual soube por informação de um casal de seringueiros, ser o rio Pardo afluente do rio Jamari, ainda muito distante do rio Jaci-Paraná. Em vista ao estado de exautão e precária saúde sua e de seus comandados, concluiu ser impraticável a travessia das serras divisoras d’água entre as bacias dos rios Jamari e Jaci-Paraná, cobertas por densa floresta, resolveu seguir por um varadouro para o rio Canaã e deste seguir por terra para a sede do seringal Bom Futuro do Sr. Frota, pelo qual foi recebido e hospedado, sendo colocada a sua disposição e de seus comandados uma lancha para conduzí-los e Santo Antônio do Alto Madeira, sendo aceito, desceram o rio Jamari à margem do qual ficava a sede do seringal, chegaram a sua foz na margem direita do rio Madeira no dia 25 de dezembro, por esse subindo chegaram em Santo Antônio no dia 31 de dezembro. Rondon expediu ordem ao capitão Manoel Teófilo da Costa Pinheiro, autorizando a se deslocar com todo seu pessoal, do alto rio Jaci-Paraná para Santo Antônio e deste local para o Rio de Janeiro.


Rondon declarou concluídos os trabalhos da 3ª expedição, registrando 237 dias de atividades, a exploração e levantamento de 2.835 km, sendo 1.697 km por terra e 1.138 km via fluvial em canoa.


- Rio Ji-Paraná, 713 km pelo tenente Alencarliense e Dr. Miranda Ribeiro;
- Rio Jaru, 135 km pelo tenente Pirineus;


- Rio Jaci-Paraná, 290 km pelo capitão Manoel Teófilo C. Pinheiro.


1910
Prosseguimento dos trabalhos da Comissão, construindo picadas de 6 a 100 metros de largura, fixando postes e esticando os fios. Dia 14 de junho foi inaugurada a estação tronco do posto do rio Juruena, sendo construídos 592 km de linhas telegráficas ligando-o à Cuiabá.


1911
O coronel Rondon retorna à Vilhena para realizar explorações a fim de descobrir áreas campestres para a passagem da linha telegráfica, evitando a floresta fechado.


No período de 24 de julho a 04 de dezembro, o tenente Otávio Felix procedeu o levantamento do rio Jamari, percorrendo 400 km, constatando ser habitado por 2.000 seringueiros.


1912
São realizadas a limpeza das picadas, distribuição de postes e esticamentos de fios telegráficos.


Em 13 de abril é encontrado mais um curso d’água, sendo denominado rio Ávila.


No período de 11 de julho a 26 de dezembro, o tenente Júlio Caetano Horta Barbosa explorou o rio Iquê percorrendo 310 km, alcançando rio Tapajós e por esse a cidade de Santarém no estado do Pará.


1913
O coronel Rondon e seus auxiliares vindos de Manaus, desembarcaram em Calama no dia 21 de fevereiro, subiram o rio Ji-Paraná chegando dia 05 de maio em Pimenta Bueno e em 19 de junho em Vilhena.


1914
Em 27 de fevereiro é iniciado o levantamento do rio Dúvida pela expedição científica Roosevelt/Rondon, concluída em 30 de abril, certificando-se que os rios Dúvida, Castanho e Aripuanã eram um único curso d’água com nascente no planalto de Vilhena no nódulo de Uru, a 13º LS e foz na margem direita do rio Madeira, a 5º LS percorrendo 1.409 km. Este rio, por determinação do presidente da república do Brasil, a partir do dia 27 de abril passou a se denominar rio Roosevelt em toda sua extensão.
O coronel Rondon em 14 de maio retorna ao Alto Madeira dirigindo-se a Barão de Melgaço, constatando que a seção norte havia instalado as estações telegráficas de: 

- Santo Antônio do Rio Madeira;
- Jamari, na cachoeira de Samuel no rio Jamari;
- Bom Futuro no rio Jamari;
- Caritiana e Curitiba no rio Preto;
- Ariquemes e Jaru em via de serem inauguradas. 

Em 04 de junho chega e acampa no barracão Santo Dumont no vale do rio Jamari, dando prosseguimento ao levantamento do terreno através de Santa Maria, Montevideo e Nova Vida continuando o trabalho de abertura de varadouros e locação de postes, desviando-se das serras buscando terrenos mais favoráveis para a passagem da linha telegráfica. Estudo do traçado da linha para o posto de Jaru. Concluída essa exploração em 11 de junho, em um circuito de 200 km entre os pontos a serem locados as estações de Jaru e Afonso Pena, ( atual Ji-Paraná).
Em 15 de setembro foi inaugurada a estação de Barra dos Bugres.
Em 15 de novembro foram ligados os fios telegráficos da Seção Norte aos da Seção Sul.


1915
Foi inaugurada em 1º de janeiro, na Câmara Municipal de Santo Antônio do Rio Madeira, em sessão solene, alinha Telegráfica Estratégica Cuiabá a Santo Antônio com extensão para Porto Experidão (Guajará Mirim) e Rio Branco/Acre.


1915 a 1919
O Capitão Nicolau Bueno Horta Barbosa fez o levantamento dos rios Anarí e Machadinho, no período de 22 de dezembro de 1915 a setembro de 1917, percorrendo 563km. 

A comissão concluiu os estudos de levantamentos dos rios explorados, elaborando as plantas com suas exatas posições, sendo esses: o Roosevelt (ex-Dúvida); Capitão Cardoso; Ji-Paraná e seus tributários Jaru, São Domingos, Anari e Machadinho; Jamari e seu afluente Candeias; Tenente Marques; Jaci-Paraná e seu afluente Branco; Marmelo e seus afluentes Maici e Branco; Corumbiara; São Miguel; Cautário, baixo Mamoré, baixo Guaporé (estes três últimos foram pesquisados no período de 27 de dezembro de 1916 a 13 de abril de 1917, pelo capitão Manoel Theophilo da Costa Pinheiro). 

Da mesma forma, foram elaborados os mapas topográficos da Chapada do Parecis/Pacaás Novos e seus contra fortes divisores de águas das bacias fluviais principais Guaporé/Ji-Paraná, Guaporé/Madeira, Roosevelt/Ji-Paraná, Madeira/Ji-Paraná e entre as secundárias de seus afluentes. Mapas mineralógicos com as localizações de terrenos auríferos e diamantíferos nas cabeceiras dos rios Cabixi; Corumbiara e Roosevelt; gipsita no vale do rio Cautário, ferro e mica no vale do rio Pimenta Bueno. Mapas botânicos indicando as áreas florestais contendo em abundância espécies utilitários industrial e farmacêutica tais como: Ipecacunha, Quina, Andiroba, Copaíba, Castanha-do-Brasil, Sorva, Buriti, Seringueira, madeiras nobres, plantas medicinais e outras nos vales dos rios Guaporé, Pimenta Bueno, Ji-Paraná, Madeira, Jaru, Jamaria, Cantuário, Corumbiará, São Miguel, Jaci-Paraná, Machadinho. 

Mapas decritivas das áreas ocupadas pelas nações indígenas contatadas.
Em conclusão, a construção da linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso/Amazonas e sua implementação no período de 1909 a 1919, no espaço entre a Serra do Norte e Santo Antônio do Rio Madeira, foi de fundamental importância para formatização e ocupação da área geográfica atualmente limitada pelo Estado de Rondônia, bem como para a conscientização da necessidade do estabelecimento de uma convivência pacífica e de mútuo respeito entre as nações indígenas e entre estas e as populações coloniais agrícolas e extrativistas em formação e expansão nesse espaço amazônico.

COMISSÃO RONDON - 1907/2007 - Gente de Opinião


Roquete Pinto propôs ao Governo Federal, que o Norte e o Noroeste do Estado do Mato Grosso fossem denominados Rondônia, em reconhecimento ao trabalho de seus desbravamentos pela comissão Rondon. E construída uma rodovia na picada da linha telegráfica ligando Cuiabá a Santo Antônio do rio Madeira. 

Neste centenário da Comissão Rondon rememorar o feito épico do mais relevante interesse nacional, em que se revestiu a construção da Linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso/Amazonas, sob o encargo desse civilista e impoluto cidadão militar Cândido Mariano da Silva Rondon, é um dever cívico homenageá-lo, objetivando a preservação do seu exemplo de comprometimento com a promoção do progresso e do desenvolvimento socioeconômico participativo, em prol do bem estar de todos os componentes dos segmentos estruturais sociais do País. 

A Assembléia Legislativa legitima representante do povo rondoniense, teve a louvável iniciativa de prestar justa homenagem a Rondon, em reconhecimento a importância do seu trabalho para o desbravamento, ocupação e evolução populacional, social e econômica do espaço geográfico no qual se constitui no Estado de Rondônia, conforme comprovam os fatos históricos. 


L E I A:
Rondon : Último Bandeirante (A.de Niras de Bastos) Ed. América – Rio de Janeiro –1964.
Avançai para o Jamarí: a Comissão nas Selvas do Alto Madeira (Gal. Lobato Filho). S/Ed. Rio de Janeiro – 1957.
Pelos Sertões do Brasil (Cel. Amílcar A. Magalhães) – Cia.Ed. Nacional – são Paulo–1941.
Rondônia (Roquete E. Pinto) Imprensa Nacional – Rio de Janeiro – 1919.
Índios do Brasil do Centro ao Noroeste e Sul de Mato Grosso (Cândido Mariano da Silva Rondon) Min. da Agricultura/CNPI – Rio de Janeiro – 1946. 
Nas Selvas do Brasil (Theodore Roosevelt) – Ed. Itatiaia – São Paulo – 1990.
Rondon Conta Sua Vida (Esther de Viveiro) – Caap. Cultural dos Esperantistas – Rio de Janeiro – 1969.


Fonte: ABNAEL MACHADO DE LIMA
Prof. de História da Amazônia/Universidade Federal do Pará
Prof. de Geografia Regional/Universidade Federal de Rondônia
Membro do Instituto Histórico e Geográfico/RO
Membro da Academia de Letras de Rondônia

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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