Sábado, 8 de novembro de 2008 - 17h38
Ao findar o século XVIII os vales dos rios Guaporé e Madeira entraram em um processo de decadência econômica e de esvaziamento populacional, em decorrência da exaustão das jazidas auríferas, da paralisação do plano de desenvolvimento econômico da Amazônia e da remoção das guarnições militares dos povoados e vilas dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé para o vale do rio Paraguai ameaçado de invasão pelos espanhóis. Quem mais se ressentiu foi o alto Guaporé, havendo o seu abandono pelos mineradores, comerciantes, funcionários públicos e militares, permanecendo alguns poucos aventureiros gradativamente se tornando miseres faiscadores de ouro os escravos e seus descendentes, agora livres se autogovernando, sobrevivendo do cultivo da lavoura, da pesca, caça, e coleta de produtos florestais todos de subsistência familiar. A estes guaporeanos muito deve o Brasil e ainda não lhes prestou o devido reconhecimento de terem sido êles pela persistência em permanecer no vale do Guaporé como seus guardiões, assegurando a sua posse pelos brasileiros.
No vale do Madeira seus habitantes mamelucos e indígenas ex-missionados esses livres da tutela dos jesuítas, permaneceram os primeiros, uns nos pequenos núcleos populacionais e outros em grupos isolados nas margens do rio. E os segundos, alguns nas remanescentes missões e a maioria retornaram para a floreta. Todos passaram a sobreviver da pesca, da caça, da agricultura temporária de várzea e da coleta de produtos florestais, trocando os excedentes por manufaturados com os raros comerciantes fluviais oriundos de Belém-do-Pará. Situação que começa a se modificar a partir da década de quarenta do século XIX com a crescente procura e valorização da borracha no mercado internacional, matéria prima imprescindível á indústria surgida na chamada “Revolução Industrial”, em crescente evolução.
Primeiro Ciclo Econômico da Borracha
Na Amazônia - 1860 a 1915
Nos vales dos rios Madeira, Mamoré, Guaporé e de seus respectivos afluentes, no espaço atualmente limitado pelo estado de Rondônia, o grande fluxo migratório que a partir de 1.860, para esses convergiu em busca de áreas abundantes de seringueiras (árvore da família das Euforbiáceas Hevea Brasiliensis e Hevea Randiniana), das quais é extraído o látex da borracha, era originário do oriente boliviano e do nordeste brasileiro. Os bolivianos assentaram seringais nos vales dos rios Guaporé (margem direita), do baixo Mamoré e do rio Madeira, neste desde o local de sua formação (na confluência dos rios Mamoré e Beni) até Carapanatuba, abaixo da atual cidade de Humaitá, além dos atuais limites de Rondônia/Amazonas, constituindo uma população predominantemente boliviana em território brasileiro. Por sua vez, os nordestinos em maioria se dirigiram a partir de 1.852 para os vales dos rios Purus, Iaco, Acre e Juruá, originando uma população totalmente brasileira em território pertencente á Bolívia e ao Peru.
Os bolivianos tanto no vale do Guaporé como no alto do alto e médio Madeira, os encontram embora rarefeito, habitados por brasileiro. Ao contrário dos brasileiros que se estabeleceram nos vales dos rios do atual estado do Acre, os encontraram desabitados por bolivianos e peruanos.
Essas ocupações ocorreram em decorrência da falta de uma definição precisa dos limites fronteiriços entre a Amazônia Ocidental brasileira e os países vizinhos Bolívia e Peru.
____ Limite Ocidental da Amazônia Portuguêsa com o Vice-Reino do Peru, pretendido por Portugal (1.750) uma linha reta partindo da foz do rio Guaporé até alcançar a nascente do rio Javari no sentido Leste/Oeste. |
Escala: 1:11.500.000 - Convenções: ----Território Contestado. Disputado pelo Peru, Bolívia e Brasil. + Limites entre o Peru, Bolívia e Brasil, a partir de 1903. |
1. Confluência dos rios Guaporé/Mamoré; 3. Confluência dos rios Mamoré/Beni; 4. Confluência dos rios Abunã/Madeira; 2. Ponto no médio rio Madeira um pouco acima de Humaitá/AM; 5. Nascente do rio Javari. |
Limite Ocidental da Amazônia portuguêsa com o Vice-Reino do Peru, pretendido pela Espanha. Uma linha reta no sentido Leste/Oeste, partindo da margem esquerda do rio Madeira próximo a atual cidade de Humaitá/AM, até alcançar a nascente do rio Javari. |
Escala: 1:11.500.000 - CONVENÇÕES: ----- Território contestado - Disputado pelo Peru, Bolívia e Brasil + Limites entre o Peru, Bolívia e Brasil. A patir de 1903. |
1 Confluência dos rios Guaporé/mamoré - 3. Confluência dos rios Madeira;Beni - 4. Confluência dos rios Abunã/Madeira - 2. Ponto do médio rio Madeir aum pouco acima da cidade de Humaitá/AM - 5.Nascente do rio Javari. |
Limite da Amazônia Ocidental entre o império do Brasil e a República da Bolívia, estabelecido pelo Tratado de Augacucho firmado em 1867. Uma linha reta no sentido Leste/Oeste partindo da foz do rio Beni até alcançar a nascente do rio Javari. |
Escala: 1:11.500.000 - Convenções: ---- Território contestado, disputado pelo Peru, Bolívia e Brasil + Limites entre o Peru, Bolívia e Brasil a partir de 1903. |
1. Confluência dos rios Guaporé/Mamoré; 3.Confluência dos rios Mamoré/Beni; 4. Confluência dos rios Abunã/Madeira; 2. Ponto no médio rio Madeira um pouco acima da cidade de Humaitá/AM - 5. Nascente do rio Javari. |
+ Limites na Amazônia Ocidental entre os repúblicanos do Peru, Bolívia e Brasil, a partir de 1903 (Tratado Petrópolis - Brasil/Bolívia e Trato Brasil/Peru de 1909). |
Escala: 1:11.500.000 - Convenções: ---- Território contestado (disputado pelo Peru, Bolívia e Brasil). |
1. Confluência dos rios Guaporé/Mamoré; 3. Confluência dos rios Madeira/Beni; 4. Confluência dos rios Abunã/Madeira; 2. Ponto no médio rio Madeira um pouco acima da cidade de Humaitá/AM - 5. Nascente do rio Javari. |
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