Sexta-feira, 20 de setembro de 2013 - 08h50
HISTÓRICO
Por intermédio do Aviso Ministerial nº 518, de 23 de setembro de 1932, publicado no Boletim do Exército nº 139, de 25 dos referidos mês e ano, foram criados os contingentes Militares de Porto Velho, Guajará Mirim, e Forte do Príncipe da Beira, subordinados á Inspetoria dos Contingentes Especiais da Fronteira Guaporé – Mamoré, denominação posteriormente mudada para Fronteira Madeira – Guaporé pelo Aviso Ministerial nº 297, de 07 de maio de 1934, publicado dia 10 de maio desse ano, no Boletim do Exército, nº 26.
Esses contingentes foram constituídos por militares oriundos do 27º Batalhão de Caçadores, de Manaus, do qual deslocaram sargentos, cabos e parte do efetivo de soldados. Sendo determinado que as vagas de soldado fossem preenchidas por habitantes dos locais sedes dos respectivos pelotões.
A corporação militar foi assim estruturada: Uma Inspetoria – Inspetor capitão de Artilharia Aluízio Pinheiro Ferreira, em porto velho; Três Contingentes localizados: Um em Porto Velho, composto por um Tenente Comissionado seu comandante; um 2º sargento, dois cabos e trinta soldados; um em Guajará Mirim, com o mesmo efetivo; um em Forte do Príncipe da Beira, sob o comando de um 2º sargento, composto por dois cabos e quinze soldados.
Os primeiros comandantes foram os seguintes:
2º Tenente Co. Raimundo Zeno Ferreira em Porto Velho;
2º Sargento Apolônio Bezerra de Lima (Provisório), 2º Tenente Co. Manoel Cassiano de Lima (01/07/1933) Titular, em Guajará Mirim;
2º Sargento Cláudio de Souza Menezes, em Forte do Príncipe da Beira.
A Criação e os assentamentos desses contingentes militares no espaço dos vales do Madeira / Mamoré / Guaporé, ato da maior relevância fruto da visão geopolítica e cívica, civilista do exército, não limitando suas atividades á área militar, mas atuando também nos demais setores, contribuindo diretamente para desenvolvimento econômico, social, cultural, urbanístico, e para o crescimento demográfico.
Em Porto Velho, ao chegarem em 1932 se instalaram num dos galpões da Madeira – Mamoré. Seu efetivo foi em 1934, ampliado de trinta para cento e quarenta e sete soldados recrutados na área de estacionamento, gerando emprego para a população e obviamente elevando o seu poder aquisitivo contribuindo para a expansão comercial. Na periferia da cidade entre as atuais avenidas Carlos Gomes (ao sul), Duque de Caixas (ao Norte), ruas Gonçalves Dias (ao leste) e José Bonifácio (ao oeste), construiu uma quadra esportiva. Edificou duas casas residenciais destinadas – ao comandante e a subcomandante, na Rua José Bonifácio, e em seu prosseguimento, entre as atuais avenidas Pinheiro Machado (ao norte), e Duque de Caixas (ao Sul), O prédio do quartel inaugurado no dia 25 de agosto de 1935. Em parceria com operários qualificados e trabalhadores braçais da Madeira Mamoré e seus soldados construíram sem disporem de maquinário próprio, noventa quilômetros da rodovia Amazonas / Mato Grosso, no trecho Porto Velho / São Pedro no Rio Jamari, aí parada por falta de recursos financeiros. A sua construção foi retomada pela 2º Companhia Rodoviária Independente, em 1945 sob o comando do Capitão Engenheiro Ênio dos Santo Pinheiro, e novamente paralisada e esta unidade militar extinta, em conseqüência do funesto episódio nunca esclarecido, do desaparecimento do Tenente Fernando Gomes de Oliveira, na floresta circundante de São Pedro do Jamaria, no qual era comandante do destacamento ali acantonado. No quilômetro oito dessa rodovia instalou um parque de treinamento com estande de tiro, prestando auxílio e orientação de técnicas agrícolas aos agricultores de suas adjacências. Construiu o campo de aviação Caiari situado entre as atuais ruas Padre Chiquinho (ao norte), Pinheiro Machado (ao sul), Presidente Dutra (ao leste) e Farquhar (ao oeste). E outras tantas obras e atividades de interesse público, como segurança fazendo vigilância noturna, circulando nas ruas com suas patrulhas. Socorriam vítimas das catástrofes.
Em Guajará Mirim, os militares agiam da mesma forma, construíram o prédio do quartel, as casas de residência dos oficiais, o campo de aviação, a estrada interligando a Colônia Agrícola do Iata a Guajará Mirim.
Em Forte do Príncipe da Beira o contingente Instalado no final do ano de1932, tinha luma árdua missão a cumprir, exercer a vigilância na fronteira , coibindo o acesso de patrulhas militares bolivianas em busca de delinqüentes homiziados na margem direita do Guaporé, conforme justificavam suas diligencias, porém prepotentes, as extrapolavam, inquietando os habitantes brasileiros. Prestam amparo aos ribeirinhos, auxiliando-os – o a desenvolveram a agricultura, a pecuária e o extrativismo vegetal, a fim de superarem a situação de miséria. Zelar pela manutenção das obras remanescentes de portentosa fortaleza, Forte do Príncipe da Beira, símbolo maior da genialidade militar lusitana, nela atingindo toda sua magnitude. Construída no período de 1776 a 1783, abandonada 1889, passando a ser saqueada. O então Coronel Mariano da Silva Rondon, em 1930, procedendo inspeção de fronteiras a libertou da vegetação que a havia ocupado. Após quarenta e três anos de abandono, o exército retornou a ocupá-la, completando neste dia 23 de setembro de 2013, oitenta e um ano de permanência nesse histórico local, ali construindo quartel, escola e uma vila.
O Forte do Príncipe da Beira encontra-se inscrito no livro do Tombo das Belas Artes, em cumprimento a determinação do Decreto-Lei nº 25 de 30 de novembro de 1937. E no Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, conforme a Notificação nº 644 de 06 de Julho de 1950, encaminhada ao Ministério do Exército.
O Forte foi tombado como Patrimônio histórico do Estado de Rondônia, conforme dispõe o artigo 264, das Disposições Constitucionais Gerais, de sua Carta Magna.
A síntese histórica exposta, objetiva justificar a proposição sugerindo à Assembléia Legislativa instituir o dia 23 de setembro, como o DIA DO SOLDADO DE RONDÔNIA.
Abnael Machado de Lima
Membro da Academia de Letras de Rondônia
e do Instituto Histórico e Geográfico/RO
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