Sábado, 16 de julho de 2016 - 14h11
Na tradicional Porto Velho, as festas joaninas tinha inicio no dia 12 de junho com a celebração da missa na Capela de Santo Antônio, na ex-vila da mesma denominação, organizada por um grupo de senhores lideradas por D. Lili Calmon. Após a missa havia a ritualística distribuição dos pães. Conforme programado o trem da Madeira-Mamoré, transportava de hora e hora os romeiros, ao local dos festejos, e os trazia de regresso, ate às dezoito horas, no último trem. Era o dia todo de folguedo animado pelos acordeos da orquestra da banda de música da valorosa Guarda Territorial.
Santo Antônio revivia o fausto das décadas finais do século XIX e das iniciais do século XX, da condição de mais destacado empório do alto Rio Madeira. Agora ninguém matava ninguém morria como então, tudo era amor e alegria, conforme canta a Gal.
Na cidade as avenidas, ruas e becos eram ornadas com bandeirolas coloridas, haviam festas dançantes nos clubes sociais, a prefeitura em um dos sábados ou domingos realizava uma popular, na praça Aluízio Ferreira na qual havia um espaço ovalado apropriado para danças. O baile começava as dezesseis horas embalado pelos ritmos próprios joaninos, baiões, xaxados, mambo jambo etc, executados pelos exímios músicos da Guarda Territorial.
Os casais não se faziam de rogados, aproveitavam, dançavam agarradinhos, ao contrário dos atuais, os homens indiferentes às mulheres, não as convidavam para bailares, o que fazem damas com damas, os cavalheiros quando se decidem dançar, executam pulos e rodopios acrobáticos transformando o salão em quadra de atletismo e picadeiro de circo, os que pretendem realmente dançar, que se danem. As vinte e uma horas, após a apresentação da quadrilha, terminava a festa.
Em todos os bairros seus moradores organizavam arraiais, quadrilhas e os cordões de boi bumba, estes faziam suas primeiras apresentações em frente o prédio do jornal Alto Madeira, cortesmente recepcionados por seu diretor o jornalista Euro Tourinho.
Os estudantes seus pais e professores também ornamentavam, suas escolas, instalavam arraiais e apresentavam quadrilhas. Destacava-se a da Carmela Dutra sob a orientação das professoras Marise Castiel, Cléa Guerra, Hermelinda Câmara (esta marcadora da quadrilha, sem lampião, Maria Bonita e outros estranhos figurantes)e o professor José Augusto C. Leme, docentes de música e de Educação Física.
O empresário Mouranzinho era o marcador de uma animada quadrilha, da qual vinha a frente, com a autoridade dos seus quase duzentos quilos montado num coitado jumento. Apresentava-se na praça Rondon. Em uma das vezes, um domingo a noite, o jumentinho desembestou e com seu condutor invadiu o cine Resky causando pânico na plateia e desespero aos irmãos reskys os quais mimosearam o cavaleiro com uma saraivada de descompostura.
Não faltavam as fogueiras em frente as residências, as pessoas as volteavam em sentido contrario, ao se encontrarem, apertavam as mãos, pronunciando: Santo Antônio disse, São João confirmou que haverás de ser meu primo, meu compadre, que São Pedro mandou.
Nos terreiros de Santa Bárbara, suborocu e outros, os santos joaninos eram homenageados com rituais específicos, ao som apropriado dos atabaques e reverencias dos filhos e filhas de santo.
Desta forma espontânea sem precisar de agentes oficiais estabelecendo leis de procedimentos, as pessoas externavam seu modos atávicos culturais herdados da luzitaneidade, homenageando no mês de junho os santos: Santo Antônio, São Pedro, São João e São Marçal.
Abnael Machado de Lima
Membro efetivo da Academia de Letras de Rondônia
e do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia
Prof° de História do Amazonas na Universidade Fed. Do Pará
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