Terça-feira, 3 de dezembro de 2013 - 12h12
Monumental obra em estilo clássico colonial, localizada em espaço privilegiado, em frente ao palácio Tancredo Neves, sede do Governo municipal, em quadrilátero limitado ao Norte pela Rua Pedro II, ao sul pela AV. Carlos Gomes, ao Leste pela rua Gonçalves Dias e ao Oeste pela rua José Bonifácio, na área central da cidade. É patrimônio histórico do Estado de Rondônia.
O lançamento da pedra fundamental de sua construção foi no dia 02 maio de 1917, em ato solene ao qual compareceram Dom Irineu Joffely, Bispo prelado do Estado do Amazonas a quem pertencia a nascente cidade de Porto Velho, Dr. Joaquim Augusto Tanajura, Superintendente (Prefeito) Municipal desta, autoridades, seringalistas, comerciantes, o padre Raimundo Oliveira e o povo em geral.
O páraco de Humaitá, padre Raimundo Oliveira justificando o local escolhido ser de difícil acesso, optou por outro situado aonde atualmente fica o palácio do Governo Estadual.
No local foi construída uma capela provisória, a qual desabou em conseqüência de um ciclone ocorrido em 25-10-1917. Nenhum iniciativa em prol da construção da catedral era tomada pela comunidade católica, pelos empresários ou pelas autoridades. O bispo em carta pastoral deplorava a falta de religiosidade e de compromisso com a santa igreja católica apostólica romana, por parte dos habitantes de Porto velho, o povo vivia imbuído na macumba, as autoridade, os seringalista e os comerciantes com a maçonaria, tendo mesmo liderados pelo maçom Manuel Martins da Silva fundado uma loja maçônica, em 24-01-1918 (União e Perseverança), instalada oficialmente, em 18-01-1919, em um templo provisório, situado no Beco dos Doidos, próximo ao prédio da usina de luz, atualmente sede comercial da CERON, na AV. 7 de Setembro, tendo como venerável o maçom José Jorge Braga Viera. E o jornal Alto Madeira se fazia omisso em relação á divulgação, ao incentivo da fé católica, mas se fazia um ativo propagador da maçonaria. Porém, passados alguns anos, após essas queixas, Monsenhor Pedro Massa celebrava a missa inaugural da capela consagrada á Santa Barbara no terreiro da irmandade da linha de Xangô, tendo por guia Yemanjá e padroeiro senhor Ogum, Fundado pela mãe de santo, a maranhense da cidade de Codô, Esperança Rita. Esse ato público de sincretismo religioso da parte da mais elevada autoridade da igreja católica na região, ratificando como coerente a prática religiosa do porto-velhense de pela manhã assistir á missa, comungar devoto contrito do Sagrado Coração de Jesus, de Maria Auxiliadora, etc, e á noite nos terreiros de macumba prestar culto aos orixás e pedir a bênção aos pais e mães de santos.
A construção da catedral continuava a ser apenas projeto sem perspectiva de se torna realidade por falta de interesse e vontade política. A parti de 19-05-1925, Porto Velho ficou sem assistência religiosa, visto que o padre Raimundo Oliveira, vigário de Humaitá, ao qual era subordinada essa freguesia, transferiu residência para Manaus, a fim de assumir a Governadoria do Bispado do Estado do Amazonas. Somente tornou a tê-la, com chegada á cidade, em 09-11-1926, do padre Antônio Carlos Peixoto, nomeado secretário Geral da Prelazia de Porto Velho, por Monsenhor Pedro Massa, em 08-09-1926. No dia seguinte ao de sua chegada, dia dez, pela manhã celebrou missa, tendo como ajudante litúrgico o Prefeito Municipal senhor Prudêncio Bógea de Sá. A cerimônia religiosa foi realizada na capela provisória, nas dependências de um dos casarões da empresa Madeira-Mamoré, apelidada de Vaticano, localizada AV.7 de Setembro, esquina com a AV. Divisória ( atual Pres. Dutra), onde hoje encontra-se o prédio dos correios e Telégrafos, agência Central. À época já existia o templo católico mais antigo de Porto Velho, a capela de São Francisco, situada na rua Campos Sales, esquina com a AV.Pinheiro Machado, construída esta em terreno e com recursos da senhora Maria Alves Andrade, cearense, devota fanática desse santo, por não aprovarem os procedimentos da beata e também.
por ser muito distante do centro, os padres preferiam oficiar as santas missas no Vaticano, apelido dado á casa da Madeira - Mamoré, residência dos padres e capela, em um de seus cômodos.
O padre Peixoto tomou a decisão de promover os meios para a construção de uma capela definitiva. Convocou uma reunião na qual participaram as pessoas mais influentes locais, ficando decidido que a futura igreja seria construída no local que há dez anos passados fora escolhido pelo Bispo Dom Irineu Joffely.
Em 27-8-1927, o padre Peixoto constituíu a comissão administrativa das obras da nova capela do Sagrado Coração de Jesus, composta pelos senhores Prudêncio Bògea de Sá – presidente; engenheiro Francisco Alves Erse e o comerciante comendador José Centeno, membros, com amplos poderes para constituir subcomissões que se fizessem necessárias.
O Monsenhor Dom Pedro Massa, em carta datada do mês de agosto, dirigida à comissão recém – constituída, destacava que a igreja que iam construir teria os direitos e as prerrogativas de catedral, sendo, portanto conveniente que sua construção fosse de dimensões e linhas arquitetônicas que obedeçam a um plano relativo á importância que deverá assumir.
No dia26-9-1927, foi dado início a abertura das valas para a aproveitado o material ainda em bom estado de conservação da capela que ruiu em 1917.
Integra-se á comissão (1927) o padre João Nicoletti, assumindo os encargos da construção da igreja.
A Porto Velho chega no dia 8-1-1929, o navio Madeira- Mamoré, sob o comando do senhor Pena Rocha, transportando cinco mil telhas de cerâmica, importadas de Portugal para a cobertura da igreja. O imediato do navio, senhor Luchard, auxiliado pela tripulação, transportaram no dia 13, as primeiras sessenta telhas até o canteiro de obra da igreja.
Atendendo aos apelos do padre João Nicoletti, as autoridades e o povo, no dia 19 transportaram as telhas do porto para o local da construção.
Em 1931, sob a liderança dos capitães do exército Gonzaga Pinheiro e Aluízio Ferreira e dos senhores W. Anderson e José da Câmara Leme, estes funcionários graduados da Empresa Madeira Mamoré, foram transportados pelo povo 230 metros quadrados de ladrilhos do porto ao canteiro de obra da igreja, no período das 14 ás 18 horas, coordenado pela Legião Contra o Suor, composta por senhoritas encarregadas de aplicarem a multa pró-catedral paga em dinheiro, a quem encontrasse no trajeto porto- construção, sem estar carregando ladrilhos.
A construção da catedral prosseguia sob a direção do padre João Nicoletti e participação da comunidade, o material em grande parte importado de Belém do Pará (ladrilhos e outros), de Portugal (telhas), da Itália (mármore de Carrara) e de São Paulo (vitrais.).
Em 1940, foi feito o vigamento de sustentação da cobertura do teto, com madeira esculpida e decorada pelo português Pedro Rendas, proprietário de uma grande serraria e marcenaria, situada na rua Floriano Peixoto, onde funcionava o Banco do Estado do Amazonas – BEA.
Em 1943, são contratados mestres-de-obras especializados, em Recife-PE, para construírem as torres da catedral.
O então governador do Território Federal do Guaporé, tenente-coronel Aluizio Pinheiro, em 1944, doou os sinos para a torre da catedral.
Em 1945 é recebida com grande júbilo a imagem do Sagrado Coração de Jesus doada á catedral por Monsenhor Dom Pedro Massa. Dom João Batista Costa, Bispo da prelazia de Porto Velho, em 1954, constituiu a catedral em Paróquia. A catedral foi ampliada em 1955 com a construção das naves laterais e do abside.
Em 1958 foi inaugurado o alta-mor construído em Mamoré de Carrara e cúpula.Foi construído em 1959 novo piso em toda a catedral
A empresa Juca do Estado de São Paulo, procedeu em 1960/65, o assentamento de vitrais historiados, em estilo clássico.
Em 1986 foi restaurado e inaugurado o altar basílical em Mármore.
A decoração interna da catedral, em diferente etapas, foi realizada pelos artistas plásticos padre Angelo Cerri, Afonso Ligório, Raimundo Paraguassu e Rita Queiroz, esta restauradora das pinturas, trabalho que gerou questionamentos e criticas em vista ter imprimindo seu estilo pessoal.
Esta é a trajetória da construção e a memória histórica da catedral de Porto velho, consagrada ao Sagrado Coração de Jesus, um dos mais belos e artístico monumento arquitetônico do Estado de Rondônia.
ABNAEL MACHADO DE LIMA
Membro da Academia de Letras e do Instituto
Histórico e Geográfico de Rondônia
Fonte Consultada: Arquivo da Catedral.
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