Domingo, 8 de junho de 2008 - 15h18
DISTRITO DE CALAMA - Criado pelo Decreto-Lei Federal nº 7.470, de 17 de abril de 1945
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CONVENÇÕES: (0) CIDADES: 1) Porto Velho, Capital do Estado - 16) Candéias do Jamari - 17) Cujubim - 18) Machadinho do Oeste • VILAS: 7) São Carlos - 13) Calama o POVOADOS: 2) BELMONT, Distrito de Porto Velho - 3) MUTUNS, Distrito de Porto Velho - BELÉM, Distrito de Porto Velho - 5) SOBRAL, distrito de Porto Velho - 6) PRIMOR, distrito de São Carlos - 8) MARUINS, distrito de São Carlos - 9) CURICACA, distrito de Calama - 10) CAVALCANTE, distrito de Calama - 11) NOVA ESPERANÇA, distrito de Calama - 12) ASSUNÇÃO, distrito de Calama - 14) SANTA BÁRBARA, distrito de Calama - 15) BOM FUTUTO, distrito de Calama. |
O distrito de Calama situado na região norte do estado de Rondônia, na mesoregião Madeira-Mamoré e na microregião de Porto Velho, foi criado por intermédio do Decreto-Lei federal nº 7.470, de 17 de abril de 1945, limita-se:
Ao Norte Nordeste e Leste com o estado do Amazonas, tendo como divisa o paralelo 8º LS no trecho compreendido entre a Nascente do rio Apuniã, e a foz do rio Maicy na margem direito do rio Madeira, por este subindo até a sua nascente, desa prosseguindo pelo divisor de águas Ji-Paraná/Marmelos até o ponto de encontro com a linha de limite com o município de Machadinho do Oeste a leste, seguindo por essa linha na direção sul, até encontrar a margem direita do rio Ji-Paraná, por este descendo até o foz do rio Juruá, seu afluente pela margem esquerda, por este subindo até o ponto inicial da linha de limite com o município de Cojubim.
Ao Sul e Sudeste, com os municípios de Cujubim e Candéias do Jamari. Com o primeiro, tendo por limite uma linha no sentido leste/oeste partindo da margem esquerda do rio Juruá, próximo a sua foz, até alcançar a confluência do rio Miriti com o rio Preto, do qual é seu afluente pela margem direita. O segundo, tendo por limite o rio Preto desde a foz do rio Miriti até o ponto inicial da linha leste/oeste, prosseguindo por esta até alcançar a foz do rio Apuniã, afluente do rio Madeira pela margem esquerda.
Ao Oeste e Sudoeste com o distrito de São Carlos, tendo por limite o rio Apuniã desde sua nascente no paralelo 8º LS, até a sua foz na margem esquerda do rio Madeira.
HISTÓRICO DO DISTRITO DE CALAMA.
O Padre Jesuita Manuel Fernandes auxiliar do padre João Sam Payo, com os remanescentes da missão de Santo Antônio das Cachoeiras, destruida pelos Mura, fundou próxima a foz do rio Ji-Paraná, em 1742 a missão de Camuan, na qual esteve o bandeirante Manoel Felix de Lima e seus comandados, vindo dos arraias de ouro do alto rio Guaporé, sendo auxiliado pelo padre Fernandes lhe cedendo uma canôa de maior tamanho e víveres, para prosseguir em sua rota rumo à Belém do Grão-Pará. No início do ano seguinte, ante a persiguição dos Mura e as endemias locais, abandonou a missão recolhendo-se com seus companheiros, na missão de Trocano* (atual cidade de Borba), ficando desabitada a foz do Ji-Paraná.
Somente a partir da segunda metade do século XIX, com a atividade extrativista de produção de borracha e a organização de seringais, é que surge propriamente dito, atual vila de Calama, assim mesmo como simles ponto de apôio aos exploradores que se dirigiam ao vale do rio Ji-Paraná e do rio Madeira, não tendo população fixa.
Em 1877 passou a ser sede da empresa Calama S/A de propriedade do espanhol Manoel Antônio Parada Carbacho, possuidora de seringais no baixo e médio Vales do rio Ji-Paraná e dos seringais Campinas e Boa Esperança no rio Madeira totalizando dois milhões de hectares, concedidos por Dom Pedro II, imperador do Brasil.
Construiu casas residenciais, importou da Filadelfia/USA, galpões para armazenagem das pelas de borracha a serem exportadas e mercadorias importadas para abastecimento dos seringais. O povoado tinha um porto movimentado, sua população aumentava e se consolidava. No início do século XX a empresa paraense Ascênsi & Cia comprou a referida empresa e sua concessão. A desvalorização da cotação da borracha no mercado internacinal, acarretando grave crise econômica na amazônia, atingiu Calama levando-a a estagnação. Das suas instalações restou um dos galpões utilizado pela CERON, um casarão na qual residiu por algum tempo o extrativista Joaquim Rocha, proprietário de seringais no rio Ji-Paraná, posteriormente passou a ser casa missionária católica. Novamente experimentou o surto de bem estar econômico durante a segunda guerra mundial com a revitalização dos seringais, terminada essa e normalizadas as relações políticas e comerciais voltando as potências industriais a se abastecerem da borracha asiática com a consequente queda de preço desse produto brasileiro, a gradativa desarticulação dos seringais e a emigração da população. Calama passa a sobreviver da pesca artezanal e da agricultura de subsistência.
Em 1946 o Bispo D. João Batista Costa e padre Francisco Pucci (Chiquinho) construiram na vila uma pequena igreja dedicada a São João.
Sua população no censo de 2000, totalizou 1.915 habitantes (urbana), predominando as de faixa etária de zero a quatorse anos.
O seu nome Calama, foi adotado o de uma ilha na foz do Ji-Paraná dado pelos lusos-paranaenses das bandeiras fluviais do século XVIII, por sua vegetação ser composta em abundância por palmeira Calâmeas.
* TROCANO (Grande tambor de guerra dos índios Mura).
Fonte: Abnael Machado de Lima
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